Soja em Chicago encerra com boas altas, mas longe das máximas do dia

O mercado futuro da soja na Bolsa de Chicago registrou valorização expressiva nesta terça-feira (1º), dia marcado pela retomada do feriado Memorial Day, nos Estados Unidos, com foco na demanda chinesa, acompanhamento do clima nos EUA e financeiro positivo. Além da alta para a soja na CBOT, o milho e o trigo também tiveram valorização de quase 5% no dia.

Os primeiros vencimentos da oleaginosa nesta terça na CBOT subiram entre 18 e 24 pontos no dia. Porém, chegaram a ter ganhos até mais expressivos durante o pregão. Os lotes de julho/21, os mais negociados no dia, fecharam com alta de 18 pontos, ou 1,18%, a US$ 15,48 por bushel. Na máxima do dia, testaram os US$ 15,78/bushel e, na mínima, US$ 15,37/bushel.

"Começam a surgir alguns problemas climáticos, ainda não bem configurados, mas que começam a influenciar o mercado", disse ao Notícias Agrícolas Camilo Motter, analista da Granoeste Corretora de Cereais. Nos últimos dias, o cenário climático em todo no Meio-Oeste dos EUA era bastante favorável ao plantio, porém, reportes de impactos no Norte do cinturão apareceram.

"Dada a redução de estoques dos últimos anos, os preços vão se tornar muito sensíveis a qualquer problema climático e é isso que começa a ocorrer", completou o analista com referência para os dados de seca nos últimos dias e até mesmo geadas. "A questão climática no Meio-Oeste norte-americano agora vai ser o foco central na determinação dos preços daqui pra frente”.

O mercado da oleaginosa no dia também recebeu suporte do financeiro com disparada nos preços do petróleo, acompanhando um cenário econômico mais favorável no mundo, além da demanda chinesa. “Os Estados Unidos já embarcaram 56 milhões de toneladas de soja até agora, para uma promessa de exportação de 62 milhões de t. Ou seja, o ritmo está muito forte”, diz Motter.

"Já ouve relatos de que algumas empresas norte-americanas do ramo de carnes preferiram comprar um ou dois cargueiros de soja no Brasil dado que lá o preço já está muito alto internamente por causa da escassez de produto”, pontua o analista.

No Brasil, apesar da valorização expressiva da soja na CBOT no dia, a desvalorização do dólar sobre o real, minimiza os ganhos ao produtor. Além disso, os prêmios nas primeiras posições se mantêm firmes. "Eu vejo que prêmios nos meses mais curtos seguirão ainda negativos, especialmente o spot, de embarque imediato”, explica Motter.

“Na medida em que se avança, com agosto, já tem prêmios na ordem de US$ 50 a 60 cents/bushel positivos e para setembro na ordem de US$ 120 a 150 cents/bushel positivos", ressalta.