Soja tem sessão indefinida em Chicago, mas mantém viés de alta até próximo relatório de oferta e demanda do USDA, alerta Labhoro
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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Os futuros da soja encerraram esta terça-feira (26) no campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT), com perdas nos primeiros vencimentos e valorização nos mais distantes. O mercado acompanhou positivamente novas compras da China e informações sobre safra norte-americana, apesar de atenção ao financeiro negativamente.
O contrato maio/22 encerrou o dia cotado a US$ 17,05 por bushel com alta de 1,6 ponto. Enquanto que o julho/22 caiu mais de 3 pontos, a US$ 16,71 por bushel, assim como o agosto/22 que também caiu. Os vencimentos mais distantes tiveram alta. Nos derivados, o óleo de soja saltou mais de 3% no dia e o farelo caiu cerca de 2%.
"Hoje tivemos o dólar em uma forte alta, inclusive aqui no Brasil, e as commodities caíram. Também temos o problema do clima, que está muito úmido em algumas regiões dos Estados Unidos", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas Ginaldo de Sousa, diretor geral do grupo Labhoro.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou na segunda-feira que apenas 3% da área dedicada para o plantio soja havia sido semeada, contra 1% da semana passada, 7% do mesmo período do ano passado e 15% de média plurianual. A expectativa dos operadores de mercado era exatamente de 3%.
O estado da Dakota do Norte, por exemplo, que apresentava seca nas últimas semanas agora tem que lidar com o excesso de umidade em pleno plantio, segundo Sousa. Já em Iowa e Illinois, as informações são de frio extremo em áreas de lavouras.
Ainda positivamente, o mercado repercutiu a nova venda de 132 mil toneladas de soja referentes ao ano comercial 2022/23 para a China, segundo o USDA. Além disso, 133 mil t foram vendidas para destinos não revelados da safra 2021/22 e 2022/23.
Além da dólar, no financeiro, outro ponto que tem pressionado o mercado no exterior é a questão da Covid-19 na China, com possíveis novos lockdowns e impactos sobre a demanda do gigante asiático, importante comprador da soja norte-americana e do Brasil.
"Os players estão naturalmente apreensivos. A demanda está caindo, não está na sua composição total devido à questão dos lockdowns e a ideia de Covid zero", diz Sousa. Além disso, ainda há questão da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Apesar do cenário incerto no curto prazo, as expectativas no médio e longo prazo ainda são de alta. "Creio que teremos mais uma semana a 10 dias para que o mercado possa de novo romper e o julho possa se posicionar de nova acima dos US$ 17 por bushel", considera Sousa.
Ainda na visão do analista, o relatório de oferta e demanda de grãos do USDA de maio, previsto para o dia 12 do mês, deve ser decisivo para os preços.
MERCADO INTERNO
Com a alta no exterior em alguns contratos e câmbio no Brasil, o dia no mercado físico foi de boas altas.
"O dólar aqui no Brasil, que bateu a casa dos R$ 5, ajudou os preços ao produtor brasileiro que acabou vendendo a sua soja melhor do que ontem e muito melhor que na sexta-feira", disse Sousa em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Em Não-Me-Toque (RS), o dia foi de alta de 0,54% para a soja com a saca a R$ 187,00. Em Palma Sola (SC), a saca ficou cotada a R$ 185,50 com salto de 0,55% e, em São Gabriel do Oeste (MS) subiu 1,69%, a R$ 180,00. Já Ponta Grossa (PR), registrou salto de 3,16% com a saca a R$ 196,00.
Nos portos, os indicativos seguem próximos de R$ 190,00 por saca no disponível e para maio de 2022.
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