Início da safra brasileira 21/22 ainda tem reflexo baixista limitado aos preços do açúcar e etanol
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Entrevista com Andy Duff - Estrategista Global de Açúcar Rabobank sobre o Mercado do Açúcar e Etanol
DownloadO início da safra brasileira 2021/22 de cana-de-açúcar neste mês de abril no Centro-Sul exerce até o momento reflexo baixista limitado aos preços de açúcar e etanol. A expectativa de parte do mercado era que com os trabalhos de colheita da nova temporada os preços encontrassem níveis de suporte, após altas expressivas neste início de 2021.
Já precificada pelo mercado, a influência positiva vem desde o final de 2020 com temores de uma safra brasileira menor com reflexo do clima.“No Brasil, o setor está muito ciente do risco climático que todos esses meses de seca no passado trouxeram para a safra que acabou de começar”, disse ao Notícias Agrícolas Andy Duff, estrategista global de açúcar do Rabobank.
“Ainda tem bastante preocupação com esse cenário e, com isso, muitas usinas optaram por postergar o início da safra”, complementou Duff. Diante dos problemas climáticos, as unidades produtoras estão postergando ao máximo o início da colheita na esperança de que o canavial possa ter mais tempo para se desenvolver.
No caso do etanol, os preços também seguem elevados no país mesmo com o início da nova safra. “A disponibilidade de etanol talvez seja um pouco menor do que normalmente é nesse momento. Além disso, os preços da gasolina nas bombas são bastante altos, com preço médio em São Paulo em torno de R$ 5,20. E esse preço dá bastante apoio ao preço de etanol”, pontua Duff.
O Rabobank estima preliminarmente a safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil com moagem de 575 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 5% ante o ciclo produtivo anterior, em um mix altamente açucareiro. A produção de açúcar também deverá ser cerca de 7% menor, totalizando aproximadamente 36 milhões de t.
A produção de etanol de cana-de-açúcar e de milho é estimada pelo banco em 27,9 bilhões de litros, cerca de 8% a menos do que na última safra.
Do lado da demanda, o mercado está aquecido mesmo ainda em meio à pandemia do coronavírus e espera pela nova safra brasileira nos próximos meses, ainda que menor. “A previsão é que essa recuperação econômica global vai ajudar a trazer o crescimento de consumo de açúcar de volta para um patamar normal”, destaca Duff.
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