Trigo: Oferta ainda é menor do que a demanda, mas mercado sente interferências externas e recua no cenário externo

Publicado em 28/03/2023 11:24 e atualizado em 28/03/2023 14:20
Marcelo De Baco - Corretor de Mercado De Baco Corretora de Mercadorias
No Brasil, triticultores registraram maios safra da história do país, mas avançam lentamente com os negócios. Momento é de pressão sobre as cotações e atenção à oferta que se desenha no Hemisfério Norte.

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Oferta ainda é menor do que a demanda, mas mercado sente interferências externas e recua no cenário externo

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O mercado internacional de trigo ficou agitado devido aos rumores de que a Rússia poderia suspender as exportações do produto. Esses rumores surgiram em um momento em que o dólar estava acima de 77 rublos e os produtores russos conseguiam obter um retorno financeiro satisfatório.

Marcelo, diretor da Debaco Corretora, afirmou em entrevista que, segundo fontes próximas às agências internacionais, a Rússia não tem a intenção de suspender as exportações. No entanto, Marcelo destaca que houve, de fato, uma primeira intenção de restringir as exportações do trigo, mas que isso mudou devido ao momento financeiro do país.

De acordo com as informações obtidas pela Debaco Corretora, a Rússia pretende estabelecer um preço mínimo para o produto, de cerca de 275 dólares, para garantir que o produtor tenha um retorno financeiro adequado e possa cobrir seus custos de produção.

Contudo, o diálogo desastroso que ocorreu entre as autoridades russas, com microfones abertos, gerou uma forte reação no mercado internacional de trigo. Como resultado, muitos investidores estão vendendo no mercado, o que tem levado a quedas significativas no preço do trigo.

Desde a abertura do canal de segurança de navegação do Mar Negro ao Tratado de Istambul, o mercado de trigo caiu de 11,02 para abaixo do que estava no período pré-guerra, o que mostra o quão instável está o mercado atualmente.

Em resumo, embora a Rússia não pareça estar planejando suspender as exportações de trigo, as oscilações recentes no mercado demonstram a sensibilidade do setor a qualquer tipo de rumor ou declaração feita pelas autoridades russas.

O mercado internacional de commodities tem sido marcado por fortes vendas nos últimos dias, motivadas pela busca de lucro e recompra de posições. No entanto, esses movimentos podem ter uma vida curta ou continuar a se estender, dependendo do cenário e das necessidades do mercado.

Segundo especialistas, se analisarmos os fundamentos de oferta e demanda, podemos ver que os Estados Unidos são um dos maiores exportadores mundiais, com uma safra persistente desde o plantio até agora. No entanto, a seca tem afetado as lavouras americanas, que estão em uma situação abaixo do histórico e do desejável, enquanto a Europa enfrenta problemas em cerca de 35% das lavouras de inverno.

A situação global das lavouras de inverno é bastante preocupante, já que essa é a maior safra que abastece a maior quantidade de importadores globais. É importante lembrar que dos sete maiores exportadores, cinco estão localizados no hemisfério norte, o que significa que a colheita que ocorre entre maio e julho terá um impacto significativo na precificação da alimentação global.

Assim, é possível que o mercado continue a oscilar devido a esses fatores fundamentais, e as decisões tomadas pelos investidores serão influenciadas pelas expectativas em relação à safra de inverno. Ainda que as vendas tenham sido fortes nos últimos dias, a incerteza em relação ao cenário futuro pode fazer com que esses movimentos sejam de curta duração ou se prolonguem por mais tempo.

Além disso, há outras influências que afetam o mercado, como a situação dos juros no Brasil e a insegurança bancária em todo o mundo. A redução da liquidez do mercado via juros é uma prática tradicional para estabilizar a economia, mas pode levar a uma maior especulação financeira. O banco Twightback, até então considerado muito sólido, também enfrenta problemas.

Outro fator que influencia a volatilidade do mercado é a especulação em torno das matérias-primas, especialmente as commodities agrícolas e minerais. A possibilidade de Day trade nesses mercados é atraente para os especuladores, mas o custo do dinheiro para operar é muito elevado. Isso faz com que as operações sejam cada vez mais restritas e menos expostas ao mercado.

Apesar dos fundos terem aumentado nos grãos, o mercado continua instável, e o futuro é incerto. Os investidores precisam estar atentos aos movimentos do mercado e buscar informações para tomar decisões mais conscientes. A situação atual é uma prova de que as influências no mercado são complexas e muitas vezes imprevisíveis, e que a busca pelo lucro rápido pode levar a prejuízos significativos.

O mercado global de commodities agrícolas está em constante mudança e flutuação, influenciado por diversos fatores como clima, demanda, oferta, especulação e até mesmo a situação política de alguns países. E é nesse contexto que o trigo tem chamado a atenção dos investidores e compradores globais, em meio a um cenário de produção insuficiente e demanda crescente.

De acordo com especialistas do setor, nos últimos quatro a cinco anos não houve acúmulo de estoque de trigo, o que torna o mercado bastante heterogêneo e sensível a qualquer problema climático ou de abastecimento em grandes exportadores, como a Rússia e a Ucrânia. Além disso, a necessidade de comércio global do produto cresceu em mais de 50 milhões de toneladas desde 2016, o que aumenta a pressão por uma oferta maior.

Nesse cenário, os investidores têm se movimentado de forma intensa no mercado, gerando momentos de alta e queda no preço do trigo. É importante ressaltar que o mercado de commodities agrícolas é influenciado por diversos fatores, como a especulação e os juros, que podem afetar as tomadas de decisão dos investidores.

A situação do trigo é um reflexo da complexidade do mercado de commodities agrícolas, que envolve diversos fatores e pode mudar rapidamente. Investidores e compradores globais precisam estar atentos a essas mudanças e acompanhar de perto os fundamentos do mercado para tomar as melhores decisões e garantir a segurança de seus investimentos.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia já dura mais de um ano e tem afetado diversos setores, incluindo o mercado de trigo. Com a Ucrânia praticamente sem estoques para vender, a Comunidade Europeia se tornou o grande comprador do trigo ucraniano. Já a Rússia acumulou estoques ao longo do tempo em que as fronteiras estavam fechadas, mas precisa retirá-los antes da safra de inverno, que começa em junho ou julho, para evitar problemas logísticos.

De acordo com especialistas, a necessidade de recomposição de estoques continua forte entre os principais importadores de trigo, o que mantém a demanda alta. Além disso, o mercado está cada vez mais heterogêneo, com momentos de oportunidades para quem precisa comprar trigo fora de casa.

Apesar de a Rússia estar com uma oferta robusta, é preciso ficar atento a eventuais problemas climáticos ou a conflitos que possam desabastecer os grandes importadores. A necessidade de comércio global cresceu mais de 50 milhões de toneladas desde 2016 até agora, o que torna o mercado de trigo um tabuleiro bem mais complexo do que se imagina.

Marcelo, especialista em agronegócios, destaca que é importante entender a dinâmica do mercado e como as peças se movem no tabuleiro para tomar as melhores decisões. Ele afirma que o momento é de observação e análise constante, para aproveitar as oportunidades e se proteger de possíveis riscos.

Nos últimos meses, o mercado de trigo tem sido marcado por uma retração na demanda e queda nos preços. A situação tem afetado diversos países produtores e importadores, incluindo Rússia, Ucrânia e Brasil.

No caso da Ucrânia, por exemplo, a campanha de vendas de trigo para a Comunidade Europeia já se encerrou, e o país não tem mais estoques relevantes para vender. Já a Rússia, tem uma grande quantidade de estoques que precisam ser retirados para dar espaço à nova safra que se aproxima.

No Brasil, o mercado de trigo tem sido afetado tanto pela queda da demanda quanto pela grande safra registrada na última temporada. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra de trigo no país atingiu um recorde histórico em 2022, o que levou a uma redução nas exportações.

Além disso, a situação do mercado internacional também tem impactado as exportações brasileiras de trigo. Com a retração da demanda, muitos compradores estão optando por adquirir trigo de forma mais curta, o que reduz as oportunidades de negócio para os exportadores brasileiros.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo mercado de trigo, os especialistas acreditam que a situação deve se normalizar nos próximos meses, com a entrada da nova safra e o aumento da demanda por parte dos compradores. Ainda assim, é importante que os produtores e exportadores fiquem atentos às tendências do mercado para se adaptarem às mudanças e garantirem bons negócios.

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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