Situação econômica no hemisfério norte contribui com decisiva queda das cotações do café nas bolsas de futuro

Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque fecharam mais uma semana de baixa. A

rolagem para março dos contratos com vencimento em dezembro próximo avançou com rapidez e

centralizou as atenções dos operadores.

A situação da economia no hemisfério norte, especialmente na zona do euro, novamente em recessão, contribui de maneira decisiva com a queda das cotações do café nas bolsas de futuro.

Ontem, em Bruxelas, a Comissão Europeia confirmou que a economia dos 17 países que usam o euro retrocedeu 0,1% no terceiro trimestre do ano, levando a região do euro oficialmente à recessão. Na realidade a fraqueza econômica atinge todos os 27 países da União Europeia e não só os 17 da zona do euro. Depois de crescimento zero no primeiro trimestre e recuo de 0,2% no segundo, os 27 países europeus cresceram juntos apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2012. 

O difícil quadro econômico na Europa, nos EUA e no Japão, cai como uma luva para os interessados em derrubar as cotações do café, apesar dos números divulgados recentemente pela OIC – Organização Internacional do Café continuarem apontando para estoques criticamente baixos e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial. 

Segundo a OIC, a safra mundial 2011/2012 foi de 134,5 milhões de sacas para um consumo recorde de 139 milhões de sacas, 1,4% superior a 2010. Para o período 2012/2013 a OIC informa que a safra mundial pode vir a ser recorde, em torno de 146 a 148 milhões de sacas (os números ainda são preliminares), principalmente devido a atual safra brasileira, de bienalidade positiva. Se esses números se confirmarem (muitos países produtores estão ainda em período de colheita), gerarão um pequeno excedente, necessário para cobrir o decréscimo da produção mundial em 2013/2014 com a safra de ciclo baixo no Brasil. 

No mercado físico brasileiro os produtores vendem conforme suas necessidades de caixa e os preços recuam menos que no mercado futuro, estreitando os diferenciais, principalmente para os arábicas de melhor qualidade. Mesmo assim, para boa parte dos cafeicultores brasileiros as cotações atuais significam prejuízo, não cobrindo os custos de produção. 

Até o dia 14 os embarques de novembro estavam em 578.537 sacas de café arábica e 1.390 sacas de café conillon, somando 579.927 sacas de café verde, mais 34.015 sacas de café solúvel, contra 601.745 sacas no mesmo dia de outubro. Até o dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 675.727 sacas, contra 1.059.253 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 16, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 260 pontos ou US$ 3.44 ( R$ 7,16 ) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 9 a R$ 406,09/saca e hoje, dia 16 a R$ 405,28/saca. Hoje, sexta feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 170 pontos. No mercado semi-paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:

R$385/400,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.

R$375/385,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.

R$360/370,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.

R$345/355,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.

R$335/345,00 - RIADOS.

R$320/330,00 - RIO.

R$320/330,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.

R$310/320,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 2,080 PARA COMPRA.