Café: Mesmo com seca e cafezais enfraquecidos no Brasil, contratos em NY seguem desvalorizando

Publicado em 27/02/2015 18:20

Operadores em Nova Iorque aproveitaram a fragilidade da economia brasileira – dólar se valorizando com força frente ao real, juros em alta, restrições ao credito – e de chuvas mais intensas em fevereiro sobre as regiões produtoras de café do sudeste brasileiro para derrubarem ainda mais as cotações do café na ICE Futures US. Os contratos com vencimento em maio próximo, depois de perderem 1360 pontos na semana passada, perderam mais 1240 pontos nesta semana. Foram 2600 pontos em duas semanas! Isso apesar da seca histórica de 2014, do veranico de janeiro de 2015 e dos cafezais enfraquecidos. Com a inflação em alta e a produção menor, os cafeicultores assistem, sem ter a quem recorrer, a enorme transferência de renda do setor produtivo para outros segmentos do agronegócio.

A fragilidade econômica e também política, com o avanço das investigações da operação “Lava Jato”, impedem que o governo federal volte suas atenções para o que está acontecendo, mas a facilidade com que os preços são derrubados apesar dos estoques baixos e duas safras seguidas com produção abaixo das necessidades brasileiras de exportação e consumo indica que alguma coisa tem de ser feita para estancar essa pressão baixista sobre as cotações do café.

Como dissemos em nosso último boletim, isso acontece com o consumo mundial em alta, novos países se tornando importantes consumidores e novas cafeterias sendo abertas aos milhares.

No mercado físico brasileiro foram poucos os negócios fechados. Os compradores diminuíram o valor de suas ofertas, tentando passar para os preços a pressão baixista em Nova Iorque. Cafeicultores mais capitalizados retiraram seus lotes do mercado. Infelizmente devido à situação da economia e a dificuldade para renovação de financiamentos, alguns produtores foram obrigados a vender, aceitando os preços aviltados pelas baixas especulativas na ICE.

Até o dia 26, os embarques de fevereiro estavam em 1.787.758 sacas de café arábica, 170.562 sacas de café conillon, mais 132.498 sacas de café solúvel, totalizando 2.090.818 sacas embarcadas, contra 1.813.568 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 26, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.606.145 sacas, contra 2.486.066 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 20, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 27, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 1.240 pontos ou US$ 16,40 (R$ 46,81) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 20 a R$ 580,88 por saca e hoje, dia 27, a R$ 530,43 por saca.

Hoje, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 5 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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