Café: Dólar em baixa e cotações na Bolsa de Londres recuando paralisa o mercado físico brasileiro

Publicado em 29/04/2016 18:03

O dólar continuou seu recuo frente ao real esta semana, dificultando ainda mais o desenvolvimento do mercado de café. O avanço do processo de impeachment contra a presidente Dilma, com ampla maioria de senadores favoráveis ao afastamento, aumenta a percepção dos agentes econômicos de que a mudança de governo esta próxima e em pouco tempo teremos uma política econômica mais consistente e realista. A esperança de uma retomada da economia diminui a pressão sobre o câmbio e hoje o dólar fechou cotado abaixo de R$ 3,50.

As cotações do café em Nova Iorque continuaram oscilando bastante e os contratos com vencimento em julho próximo perderam 185 pontos na semana. A combinação de dólar em baixa frente ao real e cotações na ICE recuando, deixou os negócios no físico brasileiro bem lentos, praticamente paralisados.

O mercado em Nova Iorque reage cada vez menos aos fundamentos. Os operadores controlam com sucesso as cotações e os preços continuam dentro do intervalo de US$ 1,20 a US$ 1,30.

Na quarta-feira tivemos a subida da primeira frente fria do ano, derrubando a temperatura e trazendo chuvas para boa parte dos cafezais do sudeste brasileiro.

A ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café divulgou que o consumo de café no Brasil cresceu 3,48% entre novembro de 2015 e fevereiro deste ano, mesmo com a séria crise econômica e as altas temperaturas do último verão brasileiro. Entre novembro de 2014 e outubro de 2015 o consumo brasileiro de café já havia alcançado 20,5 milhões de sacas, crescendo 0,86% sobre os doze meses anteriores.

A CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento ainda não divulgou os estoques brasileiros de café no final do mês de março. Esse número faz falta e prejudica os cafeicultores que ainda não venderam o final de sua safra 2015/2016. A percepção do mercado é que esse número deve ser muito baixo devido aos problemas climáticos que os cafezais brasileiros enfrentaram em 2014 e 2015, conjugados aos recordes brasileiros de exportação de café em 2014 e 2015 e ao excelente desenvolvimento do consumo brasileiro de café. Nos últimos dois anos precisamos de aproximadamente 57 milhões de sacas de 60 kgs por ano (totalizando 114 milhões de sacas!)para atender nossas necessidades de café verde para exportação e consumo interno.

Até dia 28, os embarques de abril estavam em 1.763.155 sacas de café arábica, 50.428 sacas de café conillon, mais 176.524 sacas de café solúvel, totalizando 1.990.107 sacas embarcadas, contra 2.267.074 sacas no mesmo dia março. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 2.416.313 sacas, contra 2.625.023 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 22, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 29, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 185 pontos ou US$ 2,45 (R$ 8,47) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 22 a R$ 583,16 por saca, e hoje dia 29, a R$ 555,77 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos. 

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Fonte:
Escritório Carvalhes

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