Café: Chuva prejudica a colheita, preocupa o mercado e faz com que as cotações trabalhassem em alta em Nova York.

Publicado em 06/06/2016 09:53
Em pleno período de colheita, chuvas intensas e fora de hora sobre as principais regiões produtoras de café do sudeste brasileiro preocupam cafeicultores e operadores de mercado. Em diversas regiões, já no decorrer do mês de maio prejudicaram ou interromperam os serviços de colheita. Nos últimos dias do mês passado e nestes primeiros três dias de junho, as chuvas se intensificaram, passaram dos cem milímetros em algumas regiões, e se espalharam ainda mais, chegando até o cerrado mineiro. 

O mercado trabalhava com a expectativa de uma entrada de safra precoce devido às boas chuvas da última primavera e de um verão quente e chuvoso. Infelizmente o período de chuvas avançou pelo mês de maio e persiste até agora. Essas precipitações fora de hora, maio e junho normalmente são meses secos nas regiões produtoras de café no Brasil, acabaram atrasando os trabalhos de colheita, seca e benefício da nova safra. Pior ainda, prejudicam a qualidade dos cafés que estão no terreiro, derrubam na terra os frutos maduros, adiantam o amadurecimento dos frutos nas arvores e aumentam a umidade relativa do ar, contribuindo para a fermentação dos frutos ainda nas árvores. 

Já é certo que no decorrer do mês de junho não teremos lotes de café da nova safra em bom volume no mercado. Quanto aos estragos na qualidade média da safra 2016, só mais à frente saberemos exatamente o que aconteceu. Com certeza as chuvas também derrubaram o volume de arábicas CDs da nova safra. 

As cotações de café em Nova Iorque reagiram às notícias de chuva e queda de qualidade e trabalharam em alta esta semana. Os contratos de café com vencimento em julho próximo na ICE Futures US acumularam alta de 580 pontos na semana. No mercado físico brasileiro os preços melhoraram, mas parte da alta em reais foi prejudicada pela queda da cotação do dólar frente ao real. Apesar das cotações um pouco mais altas, os raros cafeicultores que ainda têm lotes de arábica da safra 2015 permaneceram fora do mercado. Para os cafés de boa qualidade só começa a aparecer vendedores a partir de R$ 500,00 livre por saca de 60 kgs. Os torradores brasileiros estão encontrando alguma dificuldade para se abastecerem de café cru. 

O governo paulista pretende colocar à venda ao menos 13 fazendas de pesquisa científica voltadas à agricultura e pecuária, na tentativa de elevar as receitas do Estado. Em nossa opinião, a venda, que tem provocado críticas de pesquisadores, deveria ser amplamente debatida com os paulistas antes de ser colocada em prática. Será uma grande perda para o agronegócio no Estado de São Paulo, que tem uma longa e grande tradição na pesquisa agropecuária. 

A CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e as lideranças da cafeicultura brasileira continuam não se posicionando sobre o grande atraso na divulgação dos estoques privados brasileiros de café. 

Até dia 2, os embarques de maio estavam em 1.934.007 sacas de café arábica, 66.368 sacas de café conillon, mais 229.794 sacas de café solúvel, totalizando 2.230.169 sacas embarcadas, contra 2.248.316 sacas no mesmo dia abril. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 2.360.346 sacas, contra 2.600.312 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

Até dia 2, os embarques de junho estavam em 51.168 sacas de café arábica, mais 10.667 sacas de café solúvel, totalizando 61.835 sacas embarcadas, contra 82.026 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 146.009 sacas, contra 113.986 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 3, subiu nos contratos para entrega em julho próximo 580 pontos ou US$ 7,67 (R$ 27,06) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 579,57 por saca, e hoje dia 3, a R$ 593,16 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 410 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhes

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