Café: Cafeicultores brasileiros consideram que preços não refletem a realidade do mercado e sim as cotações de NY

Publicado em 16/09/2016 15:40 e atualizado em 16/09/2016 17:38
A semana foi calma para o mercado de café. No mercado físico brasileiro os operadores continuaram encontrando dificuldade para comprar lotes de café no volume necessário para cumprir seus compromissos e na ICE Futures US em Nova Iorque os contratos de café oscilaram com a variação do dólar frente ao real. Os com vencimento em dezembro próximo perderam 275 pontos na semana. 

Tendo à disposição tecnologia e computadores de última geração, os grandes operadores em Nova Iorque conseguem manter as cotações dentro de um intervalo: uma linha inferior, de suporte e uma superior, de resistência. Nesse intervalo, diariamente negociam, compram e vendem com grande rapidez, milhares de contratos em busca de ganhos rápidos para suas empresas e aplicadores. Quando os fundamentos do mercado físico ameaçam tirar as cotações do mercado futuro do intervalo estabelecido, jogam na mídia factóides tentando assim que as cotações não rompam as linhas de suporte ou resistência. 

O aumento contínuo do consumo mundial de café levou o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, a bater dois recordes consecutivos de volume exportado (2014 e 2015) ao mesmo tempo em que enfrenta problemas climáticos sucessivos em suas principais regiões produtoras. Esse quadro esgotou nossos estoques de passagem e agora contamos apenas com o café colhido na atual safra 2016 para cumprir nossos compromissos na exportação e abastecer nosso consumo interno, o segundo maior do mundo e que continua crescendo apesar da forte crise econômica que enfrentamos. 

Colhemos este ano uma safra de ciclo alto, mas, mais uma vez, problemas climáticos derrubaram o volume produzido pelo Brasil em 2016. Tivemos uma boa safra, porém insuficiente para nossas necessidades de exportação e consumo. Não temos estoques de safras remanescentes e assim os cafeicultores brasileiros resistem em vender nas bases oferecidas pelos compradores. Consideram que não refletem o fim de nossos estoques e as dificuldades que enfrentam, mas sim as cotações do mercado futuro em Nova Iorque, contidas pela força dos grandes operadores. 

Nossa próxima safra de arábica será de ciclo baixo e nossas principais regiões produtoras de conilon continuam enfrentando sérios problemas climáticos, sinalizando que em 2017 teremos mais uma vez uma produção de conilon abaixo do mínimo necessário. Os cafeicultores acompanham de perto suas lavouras, percebem os problemas que enfrentarão no próximo ano e assim tentar vender com calma a produção deste ano, tentando aumentar a receita com esta safra e assim poderem enfrentar melhor o ano de 2017. 

Temos ouvido que os armazéns de café estão cheios e portanto os preços atuais não se justificam. É bom lembrar que todos os anos nesta época, quando terminamos os trabalhos de colheita, os armazéns ficam cheios. O problema é que o café colhido ficou abaixo das necessidades brasileiras para exportação e consumo interno e nossa próxima safra será de ciclo baixo. Na próxima semana a CONAB divulgará sua terceira estimativa para nossa safra 2016. 

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de agosto foram embarcadas 2.692.282 sacas de 60 kg de café aproximadamente 7% (213.778 sacas) menos que no mesmo mês de 2015 e 38% (736.166 sacas) mais que no último mês de julho. Foram 2.362.662 sacas de café arábica e 39.327 sacas de café conillon, totalizando 2.401.989 sacas de café verde, que somadas a 287.916 sacas de solúvel e 2.377 sacas de torrado, totalizaram 2.692.282 sacas de café embarcadas. 

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.198.110 em 31 de agosto de 2016. Uma baixa de 110.467 sacas em relação às 6.308.577 sacas existentes em 31 de julho de 2016.

Até dia 15, os embarques de agosto estavam em 270.270 sacas de café arábica, 20.500 sacas de café conilon, mais 60.379 sacas de café solúvel, totalizando 351.149 sacas embarcadas, contra 457.223 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.410.692 sacas, contra 1.119.694 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 16, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 275 pontos ou US$ 3,64 (R$ 11,94) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 9 a R$ 655,41 por saca, e hoje dia 16, a R$ 643,88 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 50 pontos. 

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Fonte:
Escritório Carvalhes

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