Café: Negócios no mercado físico se desenvolvem com dificuldade com preços baixos oferecidos

Publicado em 13/04/2018 19:18

O mercado de café oscilou menos nesta semana em que os operadores aceleraram a rolagem para julho dos contratos de café com vencimento em maio na ICE Futures US em Nova Iorque. A ICE iniciou a semana com 120 674 contratos de café registrados no mês de maio e hoje, sexta-feira, fechou o pregão com 59 046 contratos para maio. Eram 78 286 contratos de café para julho na abertura do pregão na segunda-feira, e hoje os trabalhos se encerraram com 122 917 contratos registrados para julho próximo. 

Essa rolagem e o mercado de café acabam afetados pela pressão sobre as moedas com a crescente tensão comercial produzida pelas ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor taxas aos seus principais parceiros comerciais, que já podem estar afetando a economia mundial. Outro fator de inquietação para os negócios é a ameaça dos EUA e aliados de promover um ataque militar contra a Síria como resposta ao aparente ataque do governo sírio, com armas químicas, à população civil da cidade síria de Douma. 

Esse instável quadro internacional mexe com a economia mundial e no Brasil, nossa moeda ainda sofre com a pressão de grupos políticos insatisfeitos com o avanço das investigações da “Lava Jato” que já levou o ex-presidente Lula para a prisão. 

Em plena entressafra de uma safra de ciclo baixo, os negócios em nosso mercado físico de café se desenvolvem com dificuldade devido aos preços baixos oferecidos pelos compradores para o que ainda resta de lotes em mãos de nossos cafeicultores. Nossa moeda continua oscilando bastante e conforme o resultado do dia ajuda ou atrapalha o fechamento de negócios. Os preços considerados baixos e o instável quadro internacional e nacional levam os cafeicultores a hesitarem bastante na hora de vender sua produção, resultado de um ano de trabalho duro e exaustivo. 

As exportações de café solúvel em 2017 diminuíram 410.366 sacas de 60 kg, uma perda de 11% em relação a 2016 e 2% na comparação com 2015. Foram exportadas 3.464.239 sacas do produto, tendo como destino 106 países. Com esse desempenho, o Brasil perdeu o que havia conquistado nos dois anos anteriores, voltando a idêntico volume exportado em 2014. O desempenho menor em 2017, segundo a ABICS - Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel, foi fruto da crise de abastecimento de café conilon, ocorrida entre agosto de 2016 e abril de 2017, em consequência da seca no maior Estado produtor de robusta do País, o Espírito Santo. 

O CECAFÉ divulgou esta semana os embarques brasileiros de café em março último e chama a atenção o fato que nos três primeiro meses deste ano o Brasil exportou 4% menos que nos três primeiros meses de 2017, que já haviam sido abaixo do esperado. As exportações de arábica verde caíram 12% quando comparadas com março de 2017. 

No último mês de março foram embarcadas 2.523.719 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 11 % (309.735 sacas) menos que no mesmo mês de 2017 e 1 % (25.575 sacas) mais que no último mês de fevereiro. Foram 2.132.973 sacas de café arábica e 62.807 sacas de café conilon, totalizando 2.195.780 sacas de café verde, que somadas a 327.424 sacas de solúvel e 515 sacas de torrado, totalizaram 2.523.719 sacas de café embarcadas. 

Até dia 12, os embarques de abril estavam em 467.298 sacas de café arábica, 10.760 sacas de café conillon, mais 40.852 sacas de café solúvel, totalizando 518.910 sacas embarcadas, contra 687.770 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 12, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 964.402 sacas, contra 1.048.859 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 13, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 15 pontos ou US$ 0,20 (R$ 0,69) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 6 a R$ 524,51 por saca, e hoje dia 13, a R$ 531,59. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 60 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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