Leite: Preço sobe pelo 3º mês consecutivo e deve manter-se firme
Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento esteve atrelado à queda na produção em março, como normalmente ocorre nesse período, por conta do início da entressafra. Com essa restrição na captação de leite, agentes consultados pelo Cepea relataram disputa acirrada entre os laticínios.
O volume adquirido pelas indústrias em março diminuiu em todos os estados da pesquisa. Assim, Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) caiu 4,62% de fevereiro para março. No Nordeste, a queda na produção de leite ocasionada pela forte seca é tão crítica que o Ministério da Agricultura autorizou a reconstituição de leite em pó (em 35% da capacidade produtiva de cada fábrica) por três anos. Em março, para se ter uma ideia, a captação nos estados do Ceará e Bahia recuaram 12,7% e 11,4%, respectivamente.
Para maio, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima. No Sul do País, por outro lado, a utilização das pastagens de inverno inicia-se em algumas praças e deve ser intensificada em maio, o que deve elevar a produção da região. Ainda assim, 85,7% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que representam 91,9% do volume amostrado) acreditam em nova alta nos preços do leite em maio, enquanto o restante (14,3% que representam 8,1% do volume) acredita em estabilidade nas cotações. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.
Concomitantemente, os preços dos derivados também subiram em abril (cotação até o dia 25). No atacado do estado de São Paulo, o leite UHT e o queijo muçarela se valorizaram 5,4% e 1,8%, respectivamente. O UHT teve média de R$ 2,07/litro em abril, a maior da série do Cepea, iniciada em março/10, em termos nominais. O queijo muçarela teve média de R$ 11,79/kg.
Segundo relatos de atacadistas, o consumo segue firme mesmo com os valores mais elevados. Esses agentes alegam, no entanto, que não há mais espaço para grandes aumentos nos preços, visto que isso limitaria a demanda do consumidor final. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
AO PRODUTOR – Em abril, dentre os estados que compõem a “média Brasil”, Goiás apresentou a maior alta no preço bruto pago aos produtores, de 5,3% ou de 5,1 centavos/litro, fechando a R$ 1,0201/litro. Em seguida, o preço do leite em Minas Gerais subiu 4,5% ou 4,2 centavos/litro, com a média a R$ 0,9716/litro. Em São Paulo, o valor pago ao produtor alcançou R$ 0,9574/litro, alta de 3% frente à de março (ou 2,7 centavos/litro). O preço bruto no Paraná aumentou 3,6% (3,2 centavos/litro), de modo que o litro foi comercializado a R$ 0,9247. Mesmo com a queda na produção na Bahia, o preço aumentou somente 1,6%, a R$ 0,9210/litro. Por fim, os estados de Santa Catarina e de Rio Grande do Sul tiveram aumentos de 3,5% e 3,1%, respectivamente, com o preço bruto a R$ 0,9137 e a R$ 0,8738/litro.
Quanto aos estados que não compõem a “média nacional Cepea”, Mato Grosso do Sul teve disparado o maior aumento, de expressivos 8,5% (ou 6,8 centavos), alcançando R$ 0,8722/litro. O maior preço foi registrado no Rio de Janeiro, de R$ 1,0111/litro, onde houve elevação de 5,3% (ou 5,1 centavos). No Ceará, estado em que a redução da captação foi grande, o preço chegou a R$ 0,9962/litro. No Espírito Santo, o preço do litro teve média de R$ 0,9153 em abril.
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em ABRIL referentes ao leite entregue em MARÇO.
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