Não sou, por Ives Gandra da Silva Martins

Publicado em 15/11/2017 09:08

Não Sou: 
- Nem Negro, Nem Homossexual, Nem Índio, Nem Assaltante, Nem Guerrilheiro, Nem Invasor De Terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais? Na verdade eu sou branco, honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hétero... E tudo isso para quê?

Meu Nome é: Ives Gandra da Silva Martins*

Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afrodescendentes, sem terra, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, ou seja, um pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco hoje é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior (Carta Magna).

Os índios, que pela Constituição (art. 231) só deveriam ter direito às terras que eles ocupassem em 05 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado, e ponham passado nisso. Assim, menos de 450 mil índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também por tabela - passaram a ser donos de mais de 15% de todo o território nacional, enquanto os outros 195 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% do restante dele. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas aqueles descendentes dos participantes de quilombos, e não todos os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição Federal permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um Congresso e Seminários financiados por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria do Governo!

Os invasores de terras, que matam, destroem e violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que este governo considera, mais que legítima, digamos justa e meritória, a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', simplesmente porque esse cumpre a lei..

Desertores, terroristas, assaltantes de bancos e assassinos que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de R$ 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que chegou a hora de se perguntar: de que vale o inciso IV, do art. 3º, da Lei Suprema?

Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta sociedade, em terra de castas e privilégios, deste governo.

(*Ives Gandra da Silva Martins, é um renomado professor emérito das Universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército Brasileiro e Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Para os que desconhecem o Inciso IV, do art. 3°, da Constituição Federal a que se refere o Dr. Ives Granda, eis sua íntegra: 

"Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

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Fonte:
Ives Gandra

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9 comentários

  • Y Fernandes São Paulo - SP

    O artigo do ilustre tributarista praticamente nos faz chorar. Não por suas lamúrias de "branco heterossexual, honesto pagador de impostos etc.. " Não por pena dele e de outros membros da elite política, financeira e intelectual do Brasil. O texto faz chorar por destilar o mais profundo e reacionário ódio de classe - uma espécie de retorno do recalcado, como dizem os psicanalistas.

    Em todas as sociedades ocidentais que já foram um dia escravocratas, decidiu-se que nenhuma pessoa, mesmo sendo socialmente inferior a outra, pode ser tratada como coisa. Essa decisão não foi um gracioso presente dos poderosos mas resultou das lutas sociais por igualdade e de um lento processo coletivo de aprendizagem sobre a dor e o sofrimento do outro.

    No entanto, no Brasil, manteve-se essa noção de sub-humanidade, essa convicção íntima e inconfessável (porque afinal somos um país cristão...) de que alguns são mais humanos que outros. A dor e o sofrimento dos pobres não existem, porque não existe pobre. Segundo Ives Gandra, só existe vagabundo, assaltante, guerrilheiro, invasor de terras...

    A polícia mata pobres indiscriminadamente ? e faz isso porque a classe média e a elite aplaudem.

    Há episódios diários de matanças nos bairros pobres ou nos presídios, e a classe média aplaude, o que mostra claramente seu ódio aos pobres. É um ódio antigo que vem da escravidão.

    Por isso, não nos importamos com o tipo de escola e de hospital que essa classe vai ter, o que é uma enorme burrice porque estamos criando inimigos ressentidos.

    "Nunca criticamos a nossa herança escravocrata, porque acreditamos nessa baboseira de herança portuguesa da corrupção."

    O texto de Ives Gandra, contra políticas compensatórias e redistributivas, é emblemático desse ressentimento, desse medo, desse ódio devotado pela classe média e pela elite aos pobres (sejam negros, índios, gays etc.), categoria onde se inclui qualquer um que não seja branco e heterossexual pertencente à classe média ou à elite (como é o caso do ilustre professor) e, principalmente, "que não conheça o seu lugar".

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      FERNANDOSKI, as suas lamurias sao os argumentos que se valem da estrategia sentimental para justificar o confisco do suor do trabalho dos outros assim como os padres que nao trabalham mas vivem do trabalho dos outros---Homem de carater tem orgulho de si mesmo e nao pede nada a ninguem ---

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Fernandes o senhor nunca se preocupou em avaliar matematicamente o prejuizo que a classe rica gera na classe pobre---Se dividir tudo por igual precebera' que a classe pobre so' melhorara a sua renda em 20%----Entao essa conversinha de jogar a culpa sobre os ricos e' estupides de ignorante----Vai reclamar com os funcionarios publicos que ganham fortunas sem sofrer as agruras dos emprendedores----

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  • H Furuya tokyo

    pessoa perfeita para estar no governo, pena que no governo e uma raridade pessoa como esse professor.

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    • Luiz de Santana Junior Aracaju - SE

      Pessoa perfeita para ficar onde está; nos defendendo, apontando bons caminhos, lutando pelos nossos direitos. Doutor Ives Granda Martins, não tenha a impressão não, tenha a certeza absoluta, a começar pelo alto custo de vida dessa nossa nação, provocado em grande parte pelas cascatas de impostos que arrocham a produção e como se não bastasse, vira e roda, roda e vira nos ameaçam com mais e mais impostos, como se essa fosse realmente a principal solução para resolver todos os males da nossa nação, aliás, estou denominando de nação, porque estamos cada dia longe de sermos considerados estado com E maiúsculo, visto que o crime (tráfico) está cada dia mais ramificado e poderoso, na saúde a falta de sensibilidade impera, na área da educação, ainda temos a iniciativa privada e um ou outro foco estatal pontuando. Fica Doutor Ives Gandra do nosso lado, para que seja uma voz de grande respeito contra aumento desnecessários de impostos (se fossem realmente necessários não teriam sangrado como sangraram nos últimos tempos as empresas e orgãos governamentais) e na nossa defesa dos direitos civis do homem comum.

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  • Ronaldo São Paulo - SP

    PARABÉNS IVES GANDRA, VC NÃO FICOU NO POLITICAMENTE CORRETO

    Concordo plenamente com o que ele disse. O branco também é discriminado, e eu faço uma proposta para vc que é branco e não concorda comigo. Vá a um ensaio da escola de samba vai vai, mas vá sozinho e veja como será recebido. Eu teria dezenas de outras propostas, mas tem outras que seriam bem perigosas, já ficou demonstrado que muitos dos jovens que morrem por estar com um celular na mão e entregar, morre por questões ideológicas, isso já ficou mais que demonstrado em diversos inquéritos. O grande problema é que tem uma renca de gente descompromissada com a verdade que necessita dizer o politicamente correto, gente covarde, isso encontra-se aos montes, e há varias outras também que vive num mundo a parte "patricinhas de m$%&" que amanha será vítima também??.e não sabe o que está acontecendo ao seu redor pois estuda no Mackenzie, PUC, mora ao lado da Faculdade e não sabe o que está acontecendo, e responde de acordo com o que aprendeu de seu professorzinho petista. Esse país tem uma minoria de brancos, mas brancos mesmo, o resto é miscigenação e cada vez mais esses se assumem como negros devido os privilégios que estão tendo. Esses partidos de esquerda que vivem das "minorias" tem grande interesse em determina-los como minoria, onde na verdade não é, junta os homossexuais, negros e afrodescendentes e índios e tem-se lula como presidente novamente, pois o número desses todos citados é 70% do Brasil. Se o branco nesse país não tivesse dinheiro tava f*&%$ e vc branco que não tem tome cuidado. No meu curso de Direito tive uma matéria em que a incitação da Prof. Petista contra os brancos era algo descarado.

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  • Luiz Henrique neme Jaboticabal - SP

    O que falar de um comentário com a riqueza de comprovações de quem a constituição brasileira pode chamá-la como na gíria do futebol de: você!!! Incrível... Parabéns Dr Ives.

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  • Leoni Fonseca Naviraí - MS

    Parabéns professor, por descrever com clareza, simplicidade e de forma pedagógica, meus sentimentos em relação a estes assuntos.

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  • carlo meloni sao paulo - SP

    Sr Euripides, quando cheguei ao Brasil, 60 anos atras, achei muito interessante a mistura de brancos com negros com quase 40% de mestiços , com muito pouca divergencia e atrito... uma boa convivencia... Recentemente, escutei que havia uma divida social a dever... Eu nao devo nada a eles porque nunca maltratei ninguem...Só nao concordo que seus filhos e netos tenham mais direitos que os meus... ---

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  • EURIPEDES BORGES DA SILVA Goiânia - GO

    Artigo eivado de vicios, bitolado, evidentemente oriundo de uma mente racista e facista. Ao misturar diversos entes (porque negros, como no entendimento do articulista, devem ser associados, DE PLANO, a criminosos?) que não possuem conexões entre si, fica claro o desejo de mascarar os argumentos - pobres, tolos e refutáveis de maneira indubitável - de modo a atingir as mentes suscetiveis e já compromissadas com a ideologia ali preconizada. Esse tipo de argumentação não é colaborativa, não é integrativa e não gera construção harmonica. Façamos o seguinte: Vamos, todos nós, negros como eu, brancos como o sr. Martins, cuidar de trabalhar, produzir e buscar a prosperidade própria e para o nosso aviltado país e esqueçamos o discurso de ódio - transparente no artigo ora afrontado -, ou, sendo o caso, vamos dirigi-lo às pessoas (de qualquer cor, credo ou ideologia) que no presente momento se dedicam a roubar essa nação, ainda, no meu parco entendimento, progressiva e ordeira. Abaixo os corruptos de todas as matizes!!!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Vicio Sr Euripedes é desqualificar e ofender a pessoa do oponente como se estivesse rebatendo seus argumentos. O que você entendeu é o exato oposto do que ele disse. Mas não importa não é? Basta xingar o oponente!

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    • Luiz Henrique neme Jaboticabal - SP

      Concordo com o Sr Rodrigo, acredito que o Sr Euripedes leu o artigo com o mesmo tratamento dado ao artigo tão bem colocado (exatamente pela igualdade entre todos)... Desdém

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  • carlo meloni sao paulo - SP

    Finalmente um artigo cheio de bom senso, que mostra nitidamente todas as situaçoes ilogicas

    que a filosofia esquerdista instalou na sociedade brasileira nas recentes ultimas decadas---

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  • Tanit Lucy Schio Page Luis Eduardo Magalhães - BA

    Até que enfim alguém coloca algo que faz sentido..., é esse sentimento que tenho também.

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