Finalmente, o Supremo se humaniza!
Ufa! Levou séculos até que os brasileiros vissem ministros do Supremo Tribunal Federal, também chamado de mais alta corte da justiça brasileira, demonstrarem que são gente normal. E, se são gente, têm qualidades e defeitos humanos. Na sessão de quarta-feira desta semana, sem mais nem menos, o presidente Gilmar Mendes e o ministro Joaquim Barbosa desceram do pedestal e bateram boca feio!
O ponto alto foi quando o ministro Barbosa disse ao presidente Gilmar Mendes que ele não estava “falando com um dos seus capangas de Mato Grosso”. Entre os “Vossa Excelência me respeite”, e os “Me respeite Vossa Excelência”, “Vossa Excelência está matando a justiça neste país”, “Vossa Excelência deveria sair às ruas”, “Vossa Excelência não está nas ruas, está na mídia desmoralizando a justiça brasileira”, o bate-boca acabou mostrando o lado lavadeira de nossas autoridades.
Melhor. Mostrou que tem muita raiva reprimida por detrás da formalidade dos tratamentos cerimoniosos que cercam as chamadas autoridades brasileiras. O judiciário sempre foi um feudo de gente considerada educada e acima da mediocridade das massas. Grande engano! Foi maravilhoso assistir tantas “Excelências” lavando mágoas ancestrais acumuladas de muito tempo.
Por outro lado, o judiciário mostrou-se humano. Ministros também xingam, se irritam, se indignam e batem boca tal e qual toda a massa brasileira que começa lá no morador de rua, passa pela lavadeira propriamente dita, pelo estudante, pelo trabalhador, pelo cobrador do ônibus, pelo profissional, pelo estudante, pela professora pelas mães e pais irritados, e até pelo religioso nos momentos de indispensáveis desabafos. Por mais estranho que tenha parecido o episódio do STF, revelou-se uma humanidade desconhecida naqueles fechados senhores e senhoras que representam o estágio mais alto da justiça brasileira.
Pode-se até desejar que de agora por diante, os senhores ministros se xinguem mais e cometam uma inevitável psicanálise desabafando sentimentos de discórdia, de convivência humana. Ninguém é obrigado a ser unânime e cordato sempre, sempre!
Quanto ao fato do ministro Joaquim Barbosa ter se referido a “seus capangas de Mato Grosso”, ficou claro um preconceito antigo sobre o estado. Ainda se pensa por aí afora no Sul e no Sudeste, que em Cuiabá, índios nus, onças pintadas, sucuris, jaracuçus e cobras d´água andam pelas estreitas ruas tortas de casebres cobertos com palha de coqueiro, como no século 17 quando os bandeirantes chegaram.
Mas isso também é bom. Ministro também cultiva preconceito. É bom saber disso, porque daqui pra frente quem se relacionar com o Supremo Tribunal Federal saberá que está lidando com gente que faz xixi, cocô, que xinga e que guarda preconceitos conscientes e inconscientes. Melhor assim do que manter aquelas posturas de senhores e senhoras acima do bem e do mal. Agora já sabemos: eles se revelaram são completamente humanos!
Fonte: Onofre Ribeiro
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