O pior cego é aquele que não quer ver!
Pois bem Senhores, o nosso dólar volta a cair, a bolsa volta a subir e levando também o preço das commodities; mas sinceramente o que mudou em duas semanas? A China foi ao mercado na semana passada, comprando títulos dos EUA e França principalmente, trazendo certo alívio aos mercados; em declarações o Governo diz que espera medidas consistentes de corte de gastos de médio-longo prazo.
Muito nobre a atitude do governo Chinês e muito boa para o mercado; os preços subiram! Os senhores concordam comigo? Mas sinceramente essa conta vai sair cara mais a frente, vamos aos argumentos.
Hoje a China é o maior importador de commodities do mundo, desde o minério de ferro até a Soja; o governo chinês ao longo dos últimos anos vem construindo e fortalecendo a capacidade de seus estoques; um número não oficial remetem que o país pode ficar até 4 meses sem importar um grão de Soja ou ao menos uma barrinha de aço. Apenas para recordar, na última reunião do G-20 agrícola a China foi contra a idéia de criar uma rede de informações globais interligadas sobre as situações dos estoques, pois considerava (de forma correta) que está é uma informação estratégica ao país.
A China é o maior detentor da dívida americana e pode tranqüilamente torna-se o maior credor mundial e detentor dos maiores estoques mundiais de commodities; mas em que isso se aplica? Pensando de uma forma catastrófica e pouco provável eles podem fechar as portas para qualquer importação por quatro meses, o que derrubaria todos os mercados, tanto de commodities como os financeiros; mas ao fazer isso eles poderiam ser seriamente retaliados no momento de realizar as novas compras, então vamos descartar essa hipótese.
O que pode acontecer e muito provável que aconteça é que ao ser o maior importador e o maior credor o país ganhe um poder de negociação muito grande (muito maior do que já tem) e que continue avançado a passos largos para que seja a maior economia global.
Nessa viagem ao futuro que estamos fazendo o que podemos esperar para os EUA e Europa? Na Europa a população continua envelhecendo e tralhando mais, tentando conter seus gastos e sem conseguir crescer de forma acelerada; já os EUA, esses sim podem conseguir achar uma solução para a sua crise; que enfatizo é estrutural e não momentânea; mas é conhecida a capacidade dos americanos em superar crises.
Não vamos nos iludir o momento é de muita cautela!
Se tradando dos fundamentos das commodities agrícolas, estes sim são os melhores dos últimos 20 anos e muito provável que estejamos vivenciando uma troca no patamar dos preços, mas fundamental nesse momento é a questão cambial. Não adianta. Cada vez mais teremos que fazer contas, para buscar o aumento da nossa margem de lucro; pois o aumento dos custos de produção em muitos casos supera a valorização do produto. A receita parece simples, mas não é, produzir mais com menor custo; mas agora como vamos por na prática? Essa vai ser a tarefa árdua do nosso produtor para os próximos 50 anos no mínimo.
Nosso país em conjunto com a China e Índia, tem todas as ferramentas para ocupar posições de destaque nos mercados internacionais; mas para tal precisamos que a faxina dos corruptos seja efetiva e os gargalos de desvio de verbas sejam estrangulados, pois se tratando de trabalho o nosso produtor entende melhor do que ninguém.
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