O pior cego é aquele que não quer ver!

Publicado em 15/08/2011 13:18
Por João Carlos Kopp, Gerente de Agronegócios POA Investimentos
Após duas semanas de enormes turbulências nas Economias mundiais, parece que os mercados acionários ao redor de todo mundo esqueceram os problemas, aceitaram as soluções paliativas apresentadas pelos parlamentares dos EUA e do Bloco Europeu.

Pois bem Senhores, o nosso dólar volta a cair, a bolsa volta a subir e levando também o preço das commodities; mas sinceramente o que mudou em duas semanas? A China foi ao mercado na semana passada, comprando títulos dos EUA e França principalmente, trazendo certo alívio aos mercados; em declarações o Governo diz que espera medidas consistentes de corte de gastos de médio-longo prazo.

Muito nobre a atitude do governo Chinês e muito boa para o mercado; os preços subiram! Os senhores concordam comigo? Mas sinceramente essa conta vai sair cara mais a frente, vamos aos argumentos.

Hoje a China é o maior importador de commodities do mundo, desde o minério de ferro até a Soja; o governo chinês ao longo dos últimos anos vem construindo e fortalecendo a capacidade de seus estoques; um número não oficial remetem que o país pode ficar até 4 meses sem importar um grão de Soja ou ao menos uma barrinha de aço. Apenas para recordar, na última reunião do G-20 agrícola a China foi contra a idéia de criar uma rede de informações globais interligadas sobre as situações dos estoques, pois considerava (de forma correta) que está é uma informação estratégica ao país.

A China é o maior detentor da dívida americana e pode tranqüilamente torna-se o maior credor mundial e detentor dos maiores estoques mundiais de commodities; mas em que isso se aplica? Pensando de uma forma catastrófica e pouco provável eles podem fechar as portas para qualquer importação por quatro meses, o que derrubaria todos os mercados, tanto de commodities como os financeiros; mas ao fazer isso eles poderiam ser seriamente retaliados no momento de realizar as novas compras, então vamos descartar essa hipótese.

O que pode acontecer e muito provável que aconteça é que ao ser o maior importador e o maior credor o país ganhe um poder de negociação muito grande (muito maior do que já tem) e que continue avançado a passos largos para que seja a maior economia global.

Nessa viagem ao futuro que estamos fazendo o que podemos esperar para os EUA e Europa? Na Europa a população continua envelhecendo e tralhando mais, tentando conter seus gastos e sem conseguir crescer de forma acelerada; já os EUA, esses sim podem conseguir achar uma solução para a sua crise; que enfatizo é estrutural e não momentânea; mas é conhecida a capacidade dos americanos em superar crises.

Não vamos nos iludir o momento é de muita cautela!

Se tradando dos fundamentos das commodities agrícolas, estes sim são os melhores dos últimos 20 anos e muito provável que estejamos vivenciando uma troca no patamar dos preços, mas fundamental nesse momento é a questão cambial. Não adianta. Cada vez mais teremos que fazer contas, para buscar o aumento da nossa margem de lucro; pois o aumento dos custos de produção em muitos casos supera a valorização do produto. A receita parece simples, mas não é, produzir mais com menor custo; mas agora como vamos por na prática? Essa vai ser a tarefa árdua do nosso produtor para os próximos 50 anos no mínimo.

Nosso país em conjunto com a China e Índia, tem todas as ferramentas para ocupar posições de destaque nos mercados internacionais; mas para tal precisamos que a faxina dos corruptos seja efetiva e os gargalos de desvio de verbas sejam estrangulados, pois se tratando de trabalho o nosso produtor entende melhor do que ninguém.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
João Carlos Kopp
Fonte:
João Carlos Kopp

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário