Milho Safrinha: Os longos caminhos da produção, sem política definida, mas com superação

Publicado em 18/03/2013 10:34 e atualizado em 18/03/2013 11:37
Por Valdir Edemar Fries, produtor rural em Itambé/PR.
O cultivo da lavoura de milho safrinha se consolidou há mais de 20 anos, e neste ano de 2013 (segundo estatísticas), a área de cultivo no Brasil deve ultrapassar os 8 milhões de hectares, já se falando em super safra.

Os objetivos de implantar o cultivo do milho safrinha entre as regiões Sul e Centro Oeste foram distintos.

Enquanto os produtores rurais paranaenses passavam a cultivar o milho segunda safra devido a crise da triticultura instalada no final dos anos 80, os produtores do sul tinham como objetivo produzir grãos de forma economicamente viável, já os produtores rurais do Centro Oeste, mais precisamente na região de Lucas do Rio Verde e  Sorriso no Estado do Mato Grosso, iniciavam o cultivo do milho safrinha com o objetivo de produzir cobertura vegetal para proteção do solo e matéria orgânica para viabilizar implantação do plantio direto na região.

No início, muitos foram os obstáculos enfrentado pelos produtores rurais, principalmente aos do Sul que visualizavam o fator econômico financeiro. Desde a falta de material e tecnologia adequada, geadas em épocas inoportunas (antecipadas), e a falta de linhas de financiamento, foram alguns dos entraves da produção.

No Centro Oeste, os objetivo iniciais começaram a tomar formas diferentes do início do cultivo das primeiras lavouras, quando da chegada de variedades de soja mais precoces e períodos de chuvas mais longos em determinados anos, principalmente em meados dos anos 90. Deu-se um grande salto de área cultivada e produção obtida em várias microrregiões do Centro Oeste brasileiro, difundindo cada vez mais a implementação do cultivo do milho, consolidando uma segunda safra para essa região.

No Sul, nem mesmo as fortes geadas de 1994 impediram o aumento de área cultivada nos anos subsequentes, todo trabalho foi redobrado para consolidar a tecnologia e difundir o zoneamento da época mais adequada para o plantio do milho em segunda safra.

Enquanto no Centro Oeste Brasileiro, as grandes empresas de produção de semente lançavam a cada ano novos materiais geneticamente mais produtivos e resistentes ao acamamento, e lançamento de variedades de milho cada vez mais precoces, são os fatores que ao longo do passar dos anos possibilitaram maiores investimentos por parte dos produtores rurais, não somente em sementes, mas em adubação e tratos culturais com o objetivo de alcançar maiores índices de produtividade e rentabilidade.

Na questão de crédito de custeio e seguro destinado para o cultivo das lavouras de milho safrinha, pouco ou quase nada mudou ao longo da história do cultivo.

O que podemos relatar é que até meados de 1995 não existiam normativas especificas no Manual de Crédito Rural do BANCO CENTRAL para concessão de crédito para financiar e assegurar o cultivo do milho em segunda safra.

Quanto ao seguro, tudo está como antes, nada de benefício para assegurar a renda dos produtores, altos custos com baixa cobertura em caso de frustração de safra, ainda é a regra.

Podemos afirmar que no quesito seguro, para o produtor pouco mudou em relação a primeira oferta de seguro oferecida, quando dos primeiros créditos liberados para financiar as lavouras de milho safrinha no ano de 1994 – triste ano, diante da ocorrência das fortes geadas, produtores do Paraná, mesmo tendo pago altas taxas pelo seguro contratado, para amenizar as perdas, ou digamos buscar o de direito, tiveram que recorrer junto a justiça para receber as indenizações devidas. “Agente financeiro havia concedido o crédito e assegurado as lavouras sem normativa do BC vislumbrando lucros, a justiça concedeu causa em benefício dos poucos produtores que buscaram seus direitos”. 

Ao longo do caminho que ultrapassou seus 20 anos, a comercialização e a logística de armazenamento e escoamento da produção ficaram paradas no tempo, levando a perda de produto, e principalmente do comprometimento da renda dos produtores rurais que, em muitos casos, se viram obrigados a entregar a produção a preços até abaixo dos ditos “preços mínimos de garantia da política de governo”.

A cada ano que se passa, o cultivo do milho safrinha, (de segunda safra) tem abastecido o mercado e a cadeia produtiva subsequente, se transformando em mais uma das commodities de produtos exportados pelo Brasil.

A harmonia do caminho percorrido dentro da propriedade:  

Clique aqui para ampliar!

Nem sempre nos levam a um horizonte que nos garanta o acesso/escoamento da produção mesmo que cercado pelo cultivo de intensas lavouras:

Clique aqui para ampliar!

O produtor rural Brasileiro nunca espera, ao contrario, sempre tem buscado cada vez mais o conhecimento, e as melhores tecnologias de maquinas e equipamentos para garantir um plantio uniforme dentro de uma época adequada:

Clique aqui para ampliar!

Os investimentos de custeio das lavouras são realizados de acordo com as técnicas, tanto o controle de ervas daninhas, como também no controle aos insetos invasores, a aplicação de defensivos no combate as pragas, em muitos casos não tem garantido resultados satisfatório:

Clique aqui para ampliar!

As perdas de stand de plantas, do desenvolvimento vegetativo e da produção, sempre acabam ocorrendo mesmo utilizando de toda biotecnologias e praticas de manejo das lavouras feito por parte dos produtores rurais, os fatores são adversos e acontecem:

Clique aqui para ampliar!

Porém todos os investimentos fixos e de custeio realizados pelos produtores tem por objetivo conseguir implantar uma lavoura que possa alcançar os melhores índices de produtividade…

Clique aqui para ampliar!

A esperança do Produtor é sempre a de produzir cada vez mais alimento, garantir renda, e contribuir cada vez mais para o crescimento do País.

Clique aqui para ampliar!

O maior orgulho de todo produtor rural brasileiro é  ver os resultados do seu trabalho transferido na sanidade e no desenvolvimento de tudo que plantou. Tudo é feito com base no conhecimento e planejamento para obter os melhores resultados de produção e produtividade, para colher um produto sustentável e economicamente viável para toda cadeia subsequente.

Infelizmente não podemos ter o mesmo orgulho de nossos governantes, diante da falta de investimentos de infraestrutura e dos péssimos resultados de sanidade e desenvolvimento econômico que caminha a politica Brasileira.

'Política Agrícola' …existe? …Ao longo do tempo vimos na grande parte das políticas anunciadas apenas POLÍTICAS EMERGENCIAIS que, na verdade, só vem para comprometer a viabilidade econômica de inúmeros setores da produção agropecuária.

A cadeia produtiva da AGROPECUÁRIA BRASILEIRA NÃO CONSEGUE SOBREVIVER COM POLITICAS EMERGENCIAIS, ….Hora tenta acalmar o cafeicultor, hora tenta segurar o citricultor, hora os arrozeiros …. arrozeiros que já estão plantando soja para fugir das politicas “emergenciais”, … Triticultor que sobrou planta o que pode, sem esperar nada do governo, e ….

Pelas expectativas da produção de milho, deve sobrar polenta na “PANELA DO GOVERNO”…  Sem politica de abastecimento, carioca vai comer feijoada, com feijão preto da china.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Valdir Edemar Fries

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário