Dicas do França Junior: Um resumo da semana

Publicado em 08/05/2015 17:13
Flávio Roberto de França Junior é Analista de Mercado, Consultor em Agribusiness e Diretor da França Junior Consultoria

Caros amigos. Boa parte da alta acumulada nos dois pregões iniciais da semana nos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT na sigla em inglês) foi perdida nas sessões de quarta e, especialmente, na de quinta. Basicamente a pressão veio pela combinação de clima favorável à finalização da colheita na América do Sul, com o clima favorável ao plantio e às lavouras nos EUA para esta nova safra, o que levou a pesadas vendas pelos fundos de investimento. Mas a semana ainda foi de algum ganho. Mercado também frouxo nos subprodutos, inclusive no óleo de soja, que liderou essa elevação recente, em cima da firme demanda chinesa.

Variáveis positivas específicas nesta semana: sentimento de que a demanda nos EUA ainda pode mostrar algum movimento nestes próximos meses; firme demanda no óleo; produtores norte-americanos retendo a oferta; greve na Argentina atrapalhando os embarques; bom avanço do plantio do milho (evitando áreas adicionais para a soja); queda do dólar (melhorando a competitividade do produto norte-americano) e alta do petróleo nos dois primeiros dias da semana; positivo relatório de registros de exportação nos EUA. Variável positiva geral: a demanda global segue aquecida, favorecida pelos baixos preços e pelo avanço na produção de carnes. 

Entretanto, alguns fatores derrubaram os preços no terceiro e quarto pregão da semana. Variáveis negativas específicas: clima favorável para a umidade dos solos e início do plantio da nova safra nos EUA; avanço forte do plantio nos EUA; clima favorável à colheita na América do Sul; fraco relatório de embarques nos EUA; alta do dólar e queda do petróleo na quarta e na quinta. Além disso, temos a atuação de algumas variáveis negativas mais gerais: aumento de área nos EUA pelo segundo ano seguido; e com clima regular, novo aumento esperado dos estoques na temporada 2015/16; transferência de demanda dos EUA para a América do Sul; safra da América do Sul confirmando terceiro recorde seguido; falta de força nos mercados de milho e trigo.

No mercado financeiro, depois de dois dias positivos na segunda e terça, foram também dois dias negativos na quarta e quinta. O dólar voltou a subir em função de melhores indicadores para a economia dos EUA. Mas pesa a impressão de que o FED não aumenta os juros tão cedo. Ponto negativo para a soja. O petróleo recuou forte em função da alta do dólar nesta quinta, por realização de lucros após a alta recente, e pela possibilidade de aumento na produção do Irã caso o embargo da ONU seja removido. O índice Dow Jones em Nova York teve algum ganho pela expectativa de dados melhores de emprego a serem divulgados nesta sexta. 

Nos mercados vizinhos tivemos movimento de oscilação parecido, mas com queda acumulada na semana. Para o milho, no lado negativo: vendas de fundos, alta do dólar no mercado internacional, queda do petróleo, safra de inverno indo bem no Brasil, boa colheita na Argentina, clima favorável ao plantio nos EUA, e quedas na soja e no trigo. No lado positivo: razoável relatório de registros nos EUA. 

No trigo, pelo lado negativo: melhora nas condições das lavouras de inverno; rápido plantio da safra de primavera; fracos embarques e registros semanais; e alta do dólar. No lado positivo: notícias de que o rendimento do trigo de inverno está abaixo do esperado. 
No lado técnico, o mercado não conseguiu quebrar a resistência de curto prazo dos US$ 9.90/bushel. Com isso a meta dos US$ 10.55 voltou a ficar distante. Já na ponta de baixo, segue a linha firme de suporte na casa dos US$ 9.55/bushel.

A boa presença de compradores trouxe um pouco de suporte aos prêmios no mercado FOB de exportação do Brasil da safra atual. E tendência geral segue positiva. Já na safra nova os prêmios não se modificaram muito na semana, que acabou não sendo das mais movimentadas. 

Apesar dos recuos de terça e quarta, e da pressão dominante na quinta, a taxa de câmbio ainda tem um pouco de elevação na semana. Parte dessa alta está ligada à melhora do dólar no mercado internacional da metade da semana para frente. E no lado doméstico, novas etapas de confronto entre o executivo e o legislativo. E a continuidade de divulgação de números negativos para a economia. Mercado segue então em sua volatilidade, mas com dificuldades para cair muito mais do que já caiu.

Apesar da queda observada em boa parte das praças nesses três últimos dias, a semana continuou registrando alguma valorização no mercado doméstico brasileiro. Mas o interesse vendedor se mantém fraco e foram poucos os negócios reportados. Atenção máxima ao comportamento do clima nos EUA daqui para frente, pois tende a trazer oportunidades de negócios para os vendedores nos próximos 3 a 4 meses. Além disso, segue a possibilidade de algum suporte vindo da retenção pelos produtores dos EUA e pelo posicionamento de estoques norte-americanos da safra atual agora apenas pouco superior à média. Mas sem problemas efetivos de clima/safra, o cenário mais provável é de aumento leve, algo próximo ao intervalo de US$ 10.00 a US$ 11.00/bushel. Por tudo isso, no lado dos vendedores, segue nossa sugestão de aguardar. 

Um “AgroAbraço” a todos!!!

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França Junior Consultoria

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