Fala Produtor
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Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 27/08/2011 00:00
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Jose Caetano Ricci de Araujo Feira de Santana - BA 27/08/2011 00:00
A CADEIA DA CARNE E A QUESTÃO AMBIENTAL -- A partir da II grande guerra, o processo mundial de globalização (integração, social, cultural, política, e econômica), fez surgir a questão da “uniformização internacional de normas e procedimentos” ou “padronização internacional” que pretende facilitar o livre comércio entre países. Neste contexto surgiu a série ISO.
A International Organization for Standardization - ISO, com sede em Genebra, Suíça é uma organização internacional, fundada em 1946, cujos membros são entidades normativas provenientes de 111 países como a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Tornou-se popular a partir da série ISO 9000 (grupo de normas técnicas que estabelecem um modelo de gestão da qualidade para organizações em geral).
A preocupação mundial com as questões ambientais fez com que a ISO criasse uma série de normas especiais para tratar da questão ambiental. Para conquistar os certificados ISO 14000, a organização pleiteante, deverá, além de cumprir a legislação ambiental aplicável, ter implantado um Sistema de Gestão Ambiental; assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho ambiental; submeter-se a auditorias ambientais; avaliar o ciclo de vida de seus produtos e atender a outras exigências que comprovem a adequação dos seus produtos aos novos paradigmas ambientais.
Mesmo sendo a ISO 14000, uma série de normas de “adoção voluntária”, em uma economia globalizada, uma vez adotada pelos países desenvolvidos, passa a ser inevitável para países em desenvolvimento que desejarem que seus produtos tenham acesso a mercados externos. Passa a ser uma “exigência do mercado” o que nos faz lembrar a critica do professor Milton Santos ao processo de globalização: “Estaremos diante de um determinismo de tipo novo, um neodeterminismo do espaço artificial?”.
Os ensinamentos deste eminente geógrafo (um dos intelectuais mais importantes do Brasil) mostram a necessidade de considerar os diferentes níveis de desenvolvimento entre países que se veem “obrigados a voluntariamente” adotar tais normas. Países que ainda não alcançaram determinado grau de desenvolvimento e que, certamente, terão dificuldades de arcar com o custo adicional envolvido na conformidade com normas internacionais. Dependendo do país, a adoção da norma pode significar perda de competitividade internacional do produto. Outra questão que deve ser considerada é o conflito entre o comércio internacional e a proteção ambiental inerente aos tratados internacionais, por exemplo, a possibilidade de que as “normas ditadas pela liberação comercial sejam usadas para enfraquecer medidas ambientalistas por governos que não queiram pagar os custos de proteção ambiental.” (TAYLOR, 1993), ou ainda que a força do apelo ambiental, principalmente nos países desenvolvidos, sirva como “cortina de fumaça” para medidas protecionistas.
No Brasil, com indústrias caracterizadas, basicamente, pela “alta intensidade de recursos naturais, energia, escala e poluição” (VEIGA, 1994), especialmente naqueles setores com melhor desempenho exportador e em que a concorrência se dá via preço, os custos de adaptação a requisitos de ordem ambiental podem ser muito elevados. Neste caso as imposições de padrões e normas ambientais externas que limitam o uso de recursos naturais e energia tornam nossa situação vulnerável.
Vejamos o caso da cadeia da carne. A competitividade da indústria de carne brasileira foi consequente, até passado recente, à vantagens de custos de produção, recursos naturais abundantes e poucas restrições ambientais. A ocorrência de doenças em países tradicionalmente produtores e exportadores como BSE, dioxina e aviária abriram oportunidades para o Brasil. Esta conjunção de fatores levou-nos à condição de maior exportador mundial de carnes. Entretanto, a preservação desta posição dependerá agora da adequação às exigências cada vez maiores do mercado. Caminhamos em direção a um sistema de gestão ambiental para toda a cadeia produtiva em que: sanidade animal, segurança do alimento e práticas ambientais sustentáveis serão a norma.
As exigências internacionais com relação ao ciclo de vida dos produtos, já se mostram presentes na cadeia da carne com o SISBOV, Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina criado pela Instrução Normativa Nº 1 de 09 de janeiro de 2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA, para garantir a segurança dos produtos de origem bovina e bubalina. A questão do desempenho ambiental, esta cada vez mais presente como mostram as iniciativas tecnológicas de avaliação da emissão do gás metano, e a preocupação com a degradação de áreas de pastagens.
Portanto, a continuidade do crescimento das exportações brasileiras depende da capacidade da cadeia produtiva nacional de atender às exigências do mercado externo. Neste contexto a certificação deverá crescer em importância. Muitos frigoríficos exportadores já estão se adaptando a requisitos de clientes específicos no que diz respeito à série ISO 14000, o que termina por impulsionar toda a cadeia na mesma direção. Entretanto, um questionamento precisa ser feito: se a adesão a padrões internacionais é "determinada" pelo mercado, como alertava professor Milton Santos, e não "voluntária", como querem nos fazer crer, até que ponto bandeiras ambientalistas não estarão sendo usadas para "disfarçar" interesses políticos-econômicos internacionais e, portanto, para submeter o Brasil às leis do mercado global?
José Caetano Ricci de Araújo
Eng. Agrônomo e Produtor Rural
Ipirá-Bahia
Referências bibliográficas
1. SANTOS, Milton - A Natureza do Espaço.
2. MARTÍNEZ, Osvaldo. O livre comércio: raposa livre entre galinhas livres
3. CASTRO, Diego; CASTILHO, Selene; BURNQUIST, Heloísa. O comércio e meio ambiente – as diversas faces desse binômio.
4. BUAINAIN, Antônio Márcio e Batalha - Cadeia Produtiva da Carne Bovina.
5. VIANA, Ana Carolina e NOGUEIRA – ISO 14000, Comércio Internacional e meio Ambiente.
6. LEMOS, Renato Nunes; SCHENINI, Pedro Carlos; SILVA, Fernando Amorim da. ISO 14000 E SGA – sistema de gestão ambiental.
7. LEMOS, Haroldo Mattos de. As normas ISO 14000 e as NBR ISO 144000. [S.l.: s.n].
Comentário referente a notícia: [b]Ambientalista italiano volta a acusar a pecuária brasileira[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=95213
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Telmo Heinen Formosa - GO 26/08/2011 00:00
É desta forma que os ambientalistas vão "minando" subliminarmente o subconsciente da plebe em geral. Queima-se metano e produz-se gás carbônico que polui 20 a 21 vezes mais, é verdade. Mas não informam que o metano demora menos de 15 anos na atmosfera e o gás carbônico dura mais de 180 anos... para se decompor. Aliás, o que são 180 aninhos para um globo terrestre que tem sua idade calculada em "eras geológicas" ? O teor de CO2 na atmosfera atinge o 'ENORME' percentual de 0,035 %... Pode aumentar 10 vezes e ainda estará em apenas 0,35% da atmosfera. Está claro que os ambientalistas de ambientalismo não tem nada. É puro interesse comercial por trás de tudo.
Comentário referente a notícia: [b]Criadores adotam biodigestor para tratar fezes e urina dos animais[/b]
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Gerd Hans Schurt Cidade Gaúcha - PR 26/08/2011 00:00
Quanto a preocupação referente "ao silencio dos bons", eu pergunto: onde estão os bons???. Os bons devem ser certamente os covardes que estão infiltrados em nossas instituições representativas...
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Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 26/08/2011 00:00
SENHORES PRODUTORES DE TODO O BRASIL, SOBRE TUDO ISSO QUE ESTA OCORRENDO EM BRASILIA, SÓ TENHO A REPETIR: "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons.", Martin Luther King.
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Ana Freitas Fartura - SP 25/08/2011 00:00
Sr. João Batista! Faço minhas as palavras de Paulo Roberto Rensi. Realmente, que homem sábio o ex-ministro Alyson Paulinelli. Ouví-lo é ter lições de sabedoria! Abraços!
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jean cesar pasquini santo andre - SP 25/08/2011 00:00
Essa matéria é boa??!!. Aonde é, e em que lugar do país, há um acréscimo de confinamento em relação ao ano passado???. Se, a cada ano que passa, nossas matrizes estão sumindo do mapa???. Talvez eu não saiba, ou estou lendo muito pouco, que existam vacas fazendo inseminação e nascendo de trigêmeo pra cima??. Parece que a bola da vez... depois da mafia que atua no preço do arroz, agora irão atacar a nossa carne. Alguem poderia me explicar?
Comentário referente a notícia: [b]DA REDAÇÃO: Confinamento pode ser maior do que o previsto, mas custos ainda são altos para manter animal no cocho[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=95136
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Telmo Heinen Formosa - GO 25/08/2011 00:00
Um unico motivo já seria condição suficiente e necessária para instituir um novo Código Florestal: Passar a limpo e ordenar esta matéria que tem nada menos do que 16 mil itens dispersos, controversos e antagônicos. Ridiculo saber que a Má Rina Silva obrigou-se a dizer não às perguntas "se já tinha visitado" a zona rural do Paraná e de São Paulo. Desconhece também o sequestro de carbono promovido pelo plantio direto pelo aumento do teor de matéria orgânica do solo que no cerrado chega a ser maior do que a soma existente na vegetação e no solo antes do desmatamento. Comprovado está que tivemos Ministros do Meio Ambiente IGNORANTES. Como disse Reinhold Stephanes "há uma diferença muito grande entre ser ambientalista e entender de meio ambiente"
Comentário referente a notícia: [b]Código Florestal: Jorge Viana propõe diálogo entre ex-ministros do Meio Ambiente e da Agricultura[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=95116
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Jefferson Cavallari Gatto Nova Esperança - PR 25/08/2011 00:00
Reinhold Stephanes de volta ao Ministério da Agricultura!!!, com certeza seria um dos que mais ajudaria na aprovação do novo código florestal.
Comentário referente a notícia: [b]ENTREVISTA: Confira a entrevista com Reinhold Stephanes - Dep. Fed. - PMDB - PR[/b]
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Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR 25/08/2011 00:00
Sr. João Olivi, a SABEDORIA do ex-ministro Alyson Paulinelli é digna de ser cultuada. .... “ E VAMOS EM FRENTE ! ! ! “ ....
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Valcir Raimundo Ghizzoni GENTIL - RS 25/08/2011 00:00
Muito em breve o Brasil será o país dos indígenas e quilombolas... O governo do Estado do RS está com um programa de incentivo à irrigação para os pequenos agricultores onde indigenas e quilombolas não pagarão nada para abertura de cisternas, açudes e poços artesianos, enquanto agricultores de outras etnias terão de pagar 20% do custo..., isto é justo? De um lado a lei diz que discriminação racial é crime e do outro vem um governo imbecil como o nosso governador(PT) e nos mete goela abaixo uma medida dessas???!!!. Pessoas de bem terão de mudar seus conceitos para sobreviver neste país... Enquanto uns produzem, outros "reproduzem"... Gostaria que alguém me dissesse se isto é constitucional ou não. Obrigado
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Luis Clovis Gonzaga Pedregulho - SP 25/08/2011 00:00
João Batista, como sempre recorremos a você (nosso porta-voz do agricultores), sobre uma noticia intitulada: AMERICA LATINA MONTA ESTRATÉGIAS PARA A ENTRADA DA CHINA NO MERCADO MUNDIAL DE CAFÉ. Caro amigo João, sugiro a todos os interessados que tomem conhecimento do assunto, que é da maior urgência e importância socioeconômica para o Brasil... e peço uma sua atenção pessoal no sentido de indagar de forma direta e veemente às nossas lideranças sobre o que está sendo feito. Este assunto requer um estudo profundo, não podemos brincar com coisa séria. Um grande abraço e vamos em frente.
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João carlos de Oliveira Montes Claros - MG 24/08/2011 00:00
Sobre o embargo russo para a carne brasileira: Há falhas no sistema de inspeção federal brasileiro ? Qual o verdadeiro motivo de tantos embargos a carne produzida no Brasil? Presença de bactérias indesejáveis? presença de resíduos de antibióticos? presença residual de ivermectina ? Somente os laborátórios deles são capazes de detectar estes agentes nocivos a saúde?
E os laboratórios de referência do MAPA, não são capazes de detectar, todos estes problemas? Pelo que sei, toda carne exportada pelo Brasil, é acompanhada de um certificado Sanitário fornecida pelo sistema de inspeção federal Brasileiro, que em tese, deveria garantir a qualidade desta carne.
O produtor Brasileiro está perdendo uma enorme oportunidade de exportação, não só para o mercado Russo. E o mercado Europeu ? Estamos patinando, também por problemas sanitários, ou mesmo por questões de rastreabilidade. O certo é, que as vendas para este mercado, dado ao seu potencial de importação, tem sido irrisórias.
João Carlos/MOC
Comentário referente a notícia: [b]Produtores de carne suína sofrem consequências de embargo russo[/b]
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José Roberto Amorim benjamin Camacan - BA 24/08/2011 00:00
João Batista – Como sempre , você e o Canal Rural são sensíveis aos reclames da lavoura cacaueira do sul da Bahia, lavoura essa que completou 22 anos sem custeio, após ser vitimada pela introdução deliberada e criminosa do fungo da Vassoura de bruxa, e que ainda teima em continuar produzindo ,gerando emprego , conservando o que resta da mata Atlantica , e gerando impostos para o governo , que lhe virou as costas .
O apoio que recebemos de você e da sua emissora , sempre ao nosso lado nessa luta desigual contra um governo insensível aos pleitos dos produtores , nos encoraja a prosseguir nessa luta , tendo a certeza que dias melhores virão.
Obrigado, vocês são parceiros desde a primeira hora .
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Paulo Cortizo Camacan - BA 24/08/2011 00:00
Amigo João Batista Olivi, bom dia ---
Acabei de assistir a sua participação no Bom Dia Campo, no Canal Rural... foi espetacular, digna de um profissional de seu quilate, mostrando que você tem lado, o do produtor rural e de cacau. Parabéns..., fenomenal... Seu depoimento no Bom dia Campo repercutiu imensamente em toda região cacaueira, onde sua pessoa goza de prestigio imenso e credibilidade intensa. Muito obrigado é muito pouco pelo MUITO que tem feito nesses dois dias pela lavoura cacaueira. Temos uma divida de gratidão. Isso nunca esqueceremos.
Caso posivel mande o link para que possamos divulgar na Lista do cacau aonde somos cerca de 1.100 listeiros, tanto a entrevista em seu programa Mercado & Cia, que está em seu site e essa agora do Bom Dia Campo, por favor se possivel, Ok? Pode enviar os links de acesso aos dois programas pelo meu e-mail [email protected]
Abraços fortes, e como voce sempre afirma, Vamos em Frente...............
Paulo Cortizo
Aí pessoal! Tem petralha de Jesuítas (PR) aqui no site defendendo o cachaça e a "sofisticada organização criminosa". Esta corja é fácil de identificar.