Fala Produtor

  • Marco Túlio P. Azevedo Santa Rita do Sapucaí - MG 10/08/2008 00:00

    Prezado João,infelizmente tem gente ficando de fora da renegociação por falta de empenho político. O Proger Rural investimento já foi contemplado para os fundos do norte, nordeste e centrooeste, posteriormente para os estados do sul devido a seca e no primeiro mandato do Lula para o norte do Esp. Santo na cultura do café. Somente o sul de minas não foi enquadrado o proger rural invest. No qual eu tenho este financiamento e estou sendo executado pelo banco que recusa renegociar como todos outros.

    Fica aqui meu protesto.

    Obrigado.

    Marco Túlio Pinto Azevedo

    Santa Rita do Sapucaí MG

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  • Sandro Aurélio Bordignon São Pedro do Iguaçu - PR 09/08/2008 00:00

    João Batista, esses deputados tem que parar com essa palhaçada de "medida 432". Votar pra quê!?? Não resolve nada, só estão nos enrolando. O nosso problema, dos pequenos e médios agricultores, são: os investimentos - fora isso, nada é feito. Só tem um deputado que está do nosso lado, que é o deputado Caiado, ele fala a mesma lingua que nós, embora também não resolve nada.

    É, meu amigo, estamos ferrados... gostaria que uma hora dessas você fizesse um debate entre o deputado Carlos (Heinze) e um agricultor, pra ver se ele iria proteger esse medida 432 ainda.

    É meus amigos internautas, o jeito é nós partimos para as BR (rodovias), fecharmos as estradas com nossos maquinários endividados e sucateados, para ver se esse governo resolve o problema dos agricultores, pois nós estamos carregando esse País sozinhos.

    Sandro

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  • Sandro Aurélio Bordignon São Pedro do Iguaçu - PR 09/08/2008 00:00

    Caro amigo João Batista vocês vivem dizendo para o agricultor travar seu produtos, só que como vamos travar os produtos se nós não sabemos se vamos colher???

    Vou dar um exemplo do meu milho. Se eu tivesse travado eu não teria o produto para entregar porque a geada acabou com tudo, e a empresa ela que o produto não interessa, então eu iria acarretar mais prejuizos porque quando você trava o seu produto você assina um contrato e não entregando o produto você paga multa. Só me explique como vamos fazer venda antecipada para garantir preço? Um Abraço.

    Sr. Sandro: Esse é o problema... os produtores insistem em travar seus preços somente no Mercado Fisico, enquanto que o Mercado de Futuros está aí como uma alternativa mais moderna. Ou seja: ao travar no fisico, o sr. é obrigado a cumprir o que foi contratado, enquanto que no Futuro o sr. pode sair da posição qdo. quiser (pagando, é claro, a comissão da corretora). Outra dificuldade, nesta alternativa, são os ajustes diários (que, se for contra sua posição, o sr se obriga a pagar a diferença). Para fugir desta pressão (dos ajustes) o melhor caminho são as opções. Converse com o nosso amigo Telmo Heinen... ele é a pessoa adequada, a meu ver, para dar o melhor caminho para o sr. E obrigado pela participação. Vamos em frente!!!

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  • Domingos Ribeiro de Andrade Bom Sucesso - MG 08/08/2008 00:00

    CARO JOAO BATISTA, MEUS PARABENS PELA SUA DEDICAÇÕA À AGROPECUARIA BRASILEIRA E PELA DEFESA DA CLASSE PRODUTORA. HORA ALGUMA CONSIDEREI O SR. CARVALHAES INCOMPETENTE OU SEM SERIEDADE, MAS OUVIR QUE CAFE A R$260,00 É LUCRATIVO É O FIM. POR OUTRO LADO CAFEICULTOR COMPETENTE DEVE SER AQUELE QUE OCUPOU OU OCUPA CARGOS PUBLICOS. SOU CAFEICULTOR HÁ 30 ANOS, MEU PAI HÁ 72 ANOS, CONHEÇO TODAS AS DIFICULDADES DE SE PRODUZIR E COMERCIALIZAR CAFE.

    NR.: Meu amigo Domingos, é preciso ressaltar de novo: Não foi o sr. Carvalhaes, e sim o presidente do Cecafé, quem disse (para o canal Terraviva) que "cafeicultor competente é quem consegue R$ 260,00 por saca". O sr. Carvalhaes simplesmente fez um comentário NÃO concordando com esta posição. É muito importante, portanto, que coloquemos as coisas no seu devido lugar. Como também considero fundamental este tipo de polêmica, uma vez que ela joga luz sobre o mais grave problema que afeta a cafeicultura: a falta de renda. Ou seja; Quanto mais produtores protestarem contra isso, mais a verdade vem à tona. Portanto, meu amigo, continue participando... e vamos em frente!!!

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 08/08/2008 00:00

    A VERDADE SOBRE A SITUAÇÃO DA CAFEICULTURA NO BRASIL!!!!!

    Boa tarde amigos cafeicultores de todo o Brasil, estamos aqui na regiao do alto Paranaíba no cerrado Mineiro (Coromandel-MG), a nossa situação pode ser resumida em uma frase, " JOGAMOS A TOALHA". Como disse agora pouco o Sr Matielli, não precisa ser nenhum expert para saber que a cafeicultura e o cafeicultor estão quebrados no atal cenario de preços e custo de produção. Custo de produção se aproximando de R$330,00 por saca e o preço do café a R$ 230,00, é o FIM!!!!!!!

    Sr. Matielli, só para complementar: é importante lembrar que estamos carregando este fardo de prejuizos há mais de 7 anos. Agora, não conseguimos pagar as dividas que foram alongadas e ai estão mais dividas que foram adquiridas após as rolagens anteriores... resumindo, trabalhamos todos estes anos com a ilusão de que o mercado poderia melhorar e nós poderíamos honrar nossas dividas e aconteceu ao contrario, pois, contraimos mais dividas.

    SIM , AGORA É O FIM, PELO MENOS EM NOSSA REGIÃO OS CAFEICULTORES COM CERTEZA NÃO ASSUMIRÃO MAIS PRORROGAÇÕES DE DIVIDAS, QUEREMOS SIM PREÇO EM NOSSO PRODUTO PARA QUE POSSAMOS PAGAR NOSSAS DIVIDAS PASSADAS E A QUE ADQUIRIMOS NO PRESENTE, O FUTURO NEM PENSAR!!!!!!!!!!!!!

    No ano de 2003, aqui em nossa cidade muitos cafeicultores abandonaram suas lavouras para o plantio de grãos, e nós que continuamos na atividade, acreditando no café, chamava-nos estes companheirios de loucos. Hoje, os loucos (trouxas) foram nós que continuamos na cafeicultura se endividando cada dia mais e arrendando o suor de nosso trabalho para estes especuladores de mercado que agem como querem à margem da lei.

    NÓS AQUI DO CERRADO FOMOS BOBOS UMA VEZ, ACREDITO QUE DUAS NÃO!

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  • SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE VILHENA-RO(DIRETORIA) VILHENA - RO 07/08/2008 00:00

    Olá Pessoal,

    Estamos encaminhando um roteiro da Marcha a Roraima. Vale lembrar que ele poderá ser modificado, a princípio, está confirmada esta rota.

    Roteiro “Marcha a Roraima”

    * Dia 11/08

    Saída de Cuiabá às 5 h – para Vilhena

    (As caravanas deverão se encontrar em Vilhena impreterivelmente neste dia, para que todos possam subir juntos)

    * Dia 11/08

    Chegada por volta das 19h - em Vilhena

    (Haverá uma reunião com a comitiva e será servido jantar – Parque de exposição da cidade)

    * Dia 12/08

    Saída Vilhena às 6h - para Porto Velho

    * Dia 12/08

    Chegada em Porto Velho - previsão às 19h

    (Recepção Associação dos Produtores – Jantar - pernoite)

    * Dia 13/08

    Saída de Porto Velho às 6h - para Boa Vista (trecho BR 319 – estrada de floresta)

    (Almoço, janta preparada pela comitiva no trecho)

    * Dia 15/08

    Chegada em Boa Vista às 19h

    (Recepção da comitiva com jantar pela Federação do Comércio – Agricultura. Reunião)

    * Dia 16/08

    Saída para Pacaraima às 6h - com previsão de chegada às 8:30h da manhã

    (Concentração na praça com manifesto – parlamentares da região)

    * Dia 17/08

    Previsão de retorno

    Observação:

    As caravanas deverão organizar apetrechos para café da manhã, almoço e janta, além do mais, água, barra de camping e colchão.

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  • Domingos Ribeiro de Andrade Bom Sucesso - MG 07/08/2008 00:00

    Dia 05/08/08 no terraviva, o sr. Carvalhaes disse que a safra de café 2008/2009 vai ficar dentro das previsões da Conab e que o preço de r$ 260,00/sc já remunera o cafeicultor. Não sou proprietário de agência de pesquisa, mas também nunca fui e não conheço produtores de café que foram pesquisados. Na minha região a safra é media e o rendimento do café baixo. Quanto ao preço de R$ 260,00/sc acho que o sr carvalhaes se enganou,pois este preço deve ser bom para seu escritório de corretagem. Pior do que isto é a alta dos insumos, da mão de obra e das exigências trabalhistas.

    PS.: Esclarecimento do jornalista João Batista Olivi:

    Sr. Domingos - A bem da verdade, as questões acima - que o sr. atribui ao analista Eduardo Carvalhaes - foram colocadas por mim, durante entrevista no Notícias Agricolas, com base em declarações do Cecafé. Segundo a entidade dos exportadores, o preço de R$ 260 a saca pode ser obtida por cafeicultores "competentes". Já o sr. Eduardo Carvalhaes tão somente comentou esta afirmação, considerando-a despropositada. Sobre a previsão de colheita feita pela Conab, e que Eduardo Caravalhaes considerou acertada, ele fez uma comparação para mostrar quão exagerada foram as previsões de "analistas internacionais" que chegaram a anunciar que colheriamos 55 milhões de sacas (previsões essas que, na ocasião, serviram para derrubar os preços). Por fim, em nome da direção do Noticias Agricolas, consideramos o sr. Eduardo Carvalhaes um dos mais sérios e respeitados profissionais do setor. Mas resguardamos o direito de critica de todos os nossos usuários. Por isso, sr. Domingos, consideramos sua participação extremamente importante para que o agronegócio brasileiro seja pautado pela luz dos fatos, pela verdade. E vamos em frente...

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 07/08/2008 00:00

    COMO AS COISAS SÃO NA REALIDADE!!!!!!! Analisando a questao das garantias das dividas à serem revistas é importante que os Senhores deputados e debatedores da medida provisória 432 entendam que as garantias quando dadas a um banco sempre são superiores em 100% do valor da divida.

    Ou seja, se um agricultor deve ao banco R$300.000,00 e sua propriedade esta avaliada em R$1.000.000,00, o que esta livre nao são R$700.000,00 e sim apenas R$400.000,00. Alem desta garantia real, sempre é tomada tambem a garantia em penhor, ou seja não deve-se apenas avaliar o quanto está sendo dado em garantia, mas sim o quanto deve-se dar de garantia!!!!!!! VAMOS ABRIR OS OLHOS

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  • josé pereira lima pardinho - SP 06/08/2008 00:00

    Hoje a Câmara aprovou a MP 432, que trata do endividamento. Mas para muitos agricultores do País ficaram algumas perguntas. Dar prazo adicional para os agricultores que tiveram problemas com seca é justo, e além do mais o MCR já contempla estes mutuários.Mas prazo adicional para todo o Estado do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, aí já é demais. Me desculpem os companheiros de lá, mas verdade tem que ser dita. Parabéns para vocês por terem bons deputados, mas foi uma sacanagem com o resto dos agricultores.O Mato Grosso não teve seca, o problema é custo da lavoura. A verdade é que sem subsídio não dá para plantar lavoura naquele estado.

    Favorecer estes Estados em detrimento de todos os outros, só porque tem mais força na garganta, é muita sacanagem. Parece que os agricultores de todo Brasil são mais competentes do que os gaúchos e Mato Grossenses. Talvez sejamos mesmo. Note bem. Excluo áqueles que sofreram com seca.

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  • Francisco Vicente Severino Sobrinho Junior Belo Horizonte - MG 05/08/2008 00:00

    Sou assinante do canal Terra Viva e me agrada muito o programa Notícias Agrícolas. Tento assistir sempre que posso mas como ultimamente não estou tendo tempo para acompanhar na hora do almoço, estou assistindo todos os dias pela internet por volta das 00:30 hs. Por isso gostaria de pedir mais consideração com os que assistem através da internet pois nem todos os dias os programas estão disponíveis, ou apenas a primeira parte do programa está disponível e a segunda parte não está. Eu tenho interesse em assistir as duas partes do programa mas confesso que a segunda parte que trata da análise do mercado do boi gordo me interessa mais e fazem dois dias que não consigo assistir. Obrigado.

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  • Idemar Henrique Tozatti Erechim - RS 04/08/2008 00:00

    Caros amigos do MT

    Por favor, para mudarmos alguma coisa com este governo mentiroso e que só faz promessas, somente um alternativa: Nós produtores não gerarmos mais impostos para que o impostômetro não atinja 600 bi, como fazer? Não comprarmos mais nada, nem uma agulha sequer, principalmente os agricultores que poderão perder as terras para os índios e os demais do Brasil, tbem.

    Aliás, deveríamos nos únir e sermos solidários com vocês aí do MT, se os senhores não plantam ninguem deveria plantar, já imaginaram uma colheita de 70 milhões de toneladas no país? Que governo resistiria? Muito menos os ministros mico da vida. Esta na hora de seguirmos os exemplos dos argentinos.

    Recomendo uma busca a todos os leitores deste site, no Google; digitem: OS DEZ MANDAMENTOS DE LENNING, e façam uma analogia com o nosso governo, terão a certeza de não ser uma mera coincidência.

    Será que devemos esperar por CNA, FEDERAÇÕES E

    SINDICATOS? Por favor, vamos nos dar um pouquinho do tal do respeito.

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  • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR 04/08/2008 00:00

    Aos amigos sofredores (agricultores): Quem não conhece a história está fadado a repetí-la, já disse um sábio.O que vemos hoje no Brasil é uma tentativa de se repetir algo que ocorreu em diversas revoluções durante os séculos 19 e 20. Uma revolução que começa com os camponeses e passa pela luta de classes e ódio generalizado. É só ver o que acontece com o sistema de cotas para negros, a Reserva Raposa Serra do Sol, Quilombolas, áreas indígenas no Mato Grosso do Sul. Convenhamos, todo o Brasil era dos índios, inclusive a cidade de São Paulo, Avenida Vieira Souto no Rio, etc... Mas por que não fazem invasão na Avenida Paulista ? Porque lá tem gente organizada que faz doação para senadores, deputados e presidentes se elegerem. Assim, a pressão é sobre os agricultores, que são a categoria mais desorganizada do país. Não adianta negar.

    Os que estão no governo viveram anos às custas de sindicato, com tempo para pensar na revolução que eles sonham. Parece que é loucura, ou uma teoria da conspiração, mas vejam só o episódio do padre Medina, das FARC, protegido por este governo.

    Não se enganem, o plano está em andamento, e se não mostrarmos nossa organização vamos perder nosso capital.

    Vocês aí do Mato Grosso do Sul, comecem um movimento como o dos Argentinos, e tenho certeza que todos vamos atrás, porque se depender de CNA e Federação, já era. Para eles não interessa quem é o dono da terra, de todo jeito vão tomar nosso dinheiro com a contribuição confederativa.

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 04/08/2008 00:00

    O ministro Carlos Mico está brincando com fogo. Enquanto o mundo tenta encontrar maneiras de aumentar a produção de alimentos, ele faz o contário. Quer tomar 20% de nossas áreas aqui no Paraná e 80% no Mato Grosso, a chamada reserva legal. Ele age como pau mandado de ONGs como o Greenpeace e WWF, com sede na europa. Mas por que estas não fazem campanha naquele continente pela recomposição da reserva legal por lá? E por que não vão para os EUA fazer também?Simples. Não querem levar cascudos. Aqui é diferente. Acham idiotas como Minco e Marina Silva, que apóiam estes malucos.

    Agricultor é o que mais protege o meio ambiente, com raras exceções claro.Não adianta encurralar o homem do campo. Ele achará um meio de sobreviver, e a primeira providência será reduzir custos. Um exemplo: o uso de piretróides estava muito reduzido nas lavouras. Temos outros inseticidas menos agressivos ao meio ambiente e seguros para os alimentos. Com a redução de nossa margem de lucro nos últimos anos, os piretróides voltaram. É um inseticida barato, mas terrivel para o meio ambiente e o homem. Grande parte dos agricultores aplicam 5 a 6 vezes num ciclo de soja, por exemplo. E quem sofre mais é o consumidor final, que compra um produto entupido de defensivo agrícola. Sem falar nos produtos piratas do Paragui e hormônios para animais.Eu mesmo não uso óleo de soja.

    Agora vem uma portaria do IBAMA e nos obriga a averbar a reserva legal e , como disse um funcionário do órgão, abandonar a metade da reserva imediatamente, pois já se passaram 10 anos do prazo para recompô-la.Mas eu tenho uma perguntinha: o código florestal atual diz que áreas com declividade superior a 45 graus é reserva de preservação permanente, não pode ser plantada. Como ficam os cafezais de Espirito Santo e Minas Gerais, as pastagens do Centro do Paraná, as propriedades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul?

    Por acaso também vão aplicar a lei neles também?

    Pensem sobre isso.

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  • Renato Ferreira Dourados - MS 04/08/2008 00:00

    Por Afonso vieira:

    Fiquei sabendo que alguns antropólogos têm o intuito de fazer pesquisas para demarcação de terras indígenas no estado do Mato Grosso do Sul. Poderiam antes dar uma passada em Ipanema e Copacabana, pois as duas também eram áreas indígenas, como os próprios nomes atestam. Aliás, cuidado com isso, senão os franceses que foram expulsos do Rio de Janeiro por Mem de Sá, que faleceu em decorrência de uma flechada, também poderão reivindicar a orla carioca.

    Se bem me lembro, a colonização do que é hoje o Mato Grosso do Sul, foi estimulada pelo governo do Brasil, após a guerra do Paraguai, a fim de garantir a soberania nacional. O que eram estas terras, em especial as do sul do estado, antes da guerra? Segundo consta, era uma área devoluta, pouco habitada, onde haviam índios, brasileiros e paraguaios.

    Quem disse a frase: “Sei que morro, mas o meu sangue e o sangue de meus companheiros servirão de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria.”, foi o tenente Antônio João, antes de ser morto pelo exército de Solano López em Dourados. Temos aí um ponto: quem lutou e garantiu a posse dessa área, foi o Estado brasileiro, pois penso que os indígenas dificilmente teriam condições de enfrentar as tropas paraguaias.

    Justiça seja feita, os guaicurus lutaram ao lado dos brasileiros na guerra do Paraguai. Mas não podemos dizer que foi graças a eles que se obteve a vitória. Observamos, portanto, que se não fosse o esforço do exército brasileiro, estas terras pelas quais se pleiteia a demarcação indígena, não seriam indígenas e nem brasileiras, seriam paraguaias.

    E não nos envergonhemos por esta guerra, afinal quem fez a ofensiva foi Solano López. Seria o mesmo que se compadecer de Hitler, já que a Alemanha saiu arrasada do confronto, mas sem citar que foi o Fuhrer que começou a invasão aos países vizinhos. Hoje, felizmente, o Paraguai é um país irmão.

    Temos então atualmente naquela área: legítimos herdeiros dos produtores rurais que vieram garantir a soberania nacional em terra inóspita a mais de 100 anos atrás, e que geralmente são vilipendiados por alguns formadores de opinião; e proprietários rurais posteriores (estes em maior número) que adquiriram as terras de boa-fé e em conformidade com a lei do Brasil.

    Tanto uns como outros tem o seu valor. Tanto os pioneiros que enfrentaram as precárias condições iniciais, quanto os que vieram depois, em especial os do sul do país, trazendo progresso e produtividade. Não obstante o fato de termos dezenas de aldeias no estado, com a posse da terra reconhecida e respeitada.

    Pergunto então: como pode o Estado questionar a legitimidade das áreas, se foi este mesmo Estado que estimulou e atestou a colonização desta terra pelos brasileiros em conformidade às leis e por interesse nacional?

    Então os títulos de propriedade nos cartórios não valem nada e, em último caso, a lei do uso-capião, que prevê:

    Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

    Quantos anos, ou melhor, décadas se passaram da posse dessas terras para que agora a FUNAI, ou sei lá quem, venha questionar a legitimidade de propriedade das mesmas?

    Para os que vierem a se escandalizar com minhas palavras, achando que sou insensível perante os indígenas, sugiro que vão à aldeia Panambizinho em Dourados, área na qual poucos anos atrás foram desalojados colonos da época de Getúlio Vargas, para fundação de uma aldeia. Resultado: terra produtiva tornou-se quase ociosa do ponto de vista agronômico e os índios continuam pobres.

    Numa situação mundial de crises de alimentos é uma falta de bom senso ir contra produtores, em especial os da região sul, devidamente reconhecidos pela eficiência e tecnologia.

    Diz-se que as áreas indígenas são insuficientes, isto não é correto. Atualmente, elas ocupam 107 milhões de hectares, mais, portanto, do que toda a área de lavouras temporárias, permanentes e de florestas plantadas. Embora no sul do estado os indígenas estejam muito adensados, em Porto Murtinho a reserva Kadiwéu possui 538 mil hectares, onde vivem cerca de 1.500 pessoas.

    Se me permitem um comentário um tanto polêmico, faço a seguinte divagação: Os índios não eram nômades? Então que se realoquem nas atuais e extensas reservas já demarcadas no país.

    Há outros pontos nesta questão da demarcação de terras, espero que as lideranças saibam levantar os argumentos corretos contra este equívoco, fruto da demagogia política da constituição de 1988, aquela que muito propriamente Roberto Campos chamou de “constituição besteirol”.

    Trabalho e cidadania são o que podem melhorar a situação dos indígenas e não medidas descabidas como essa que podem gerar animosidade, conflitos e margem para o mais diverso tipo de oportunismo.

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