Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 31/10/2018 06:04

    Lendo os comentários dos amigos aqui do espaço Fala Produtor, vejo a dificuldade que é falar ou escrever sobre os problemas que prejudicam a agropecuária nacional. Temas como inovações tecnológicas e acesso a elas, abertura de mercado, seguro agricola, infraestrutura, impostos, taxações, regulamentações, etc... Não foram ainda estudados a fundo, não temos sequer uma base segura de comparação com os países "desenvolvidos" e seus mecanismos de ação dentro do nosso país. Sabemos por exemplo que ONGs nacionais e internacionais tem grande influencia nas ações do governo, mas não sabemos ainda ao certo como se dá essa ação, um pouco talvez sobre os canais de financiamento dessas organizações e a quem estão subordinadas. Sabemos por intuição, talvez, qual a finalidade dessas organizações, mas sem saber ainda como e que tipo de lucro pretendem obter. Existe um livro, intitulado A Questão Agrária, de Dom Bertrand ou de Plinio Correa, faço uma confusão danada com autores, não sou um sujeito muito organizado, que descreve já na década de 70 os maleficios que adviriam das idéias difundidas entre os brasileiros pela esquerda organizada, tão organizada que até hoje pouca gente conhece ou leu esse livro, e é um excelente livro. E é impossivel reformar, reorganizar todas essas coisas sem antes estudar e debater muito o assunto. Conheci bem o sistema que vigora no Brasil, em suas universidades, tudo é cópia, por isso o pensamento de nossos jovens não evolui, eles não aprendem a levar adiante algo que já veio sendo construido ao longo do tempo. Eles não compreendem mais que antes de haver uma rodovia duplicada, alguns homens abriram uma picada no meio do mato, as pessoas de hoje em dia parecem não entender, que dirá saber, o que é isso. Primeiro uma picada, depois um caminho e abre-se a estrada, para somente depois ser pavimentada. Ás vezes penso que é por isso que vejo tantos jovens ricos desrespeitando os pais que construiram patrimonio do "nada" vamos dizer assim, e pais que impedem os filhos de progredir por inveja. Mas isso são outros quinhentos,...volto. Essa falta de ordem de que falo é devido a alguns motivos, a ordem é trabalhosa, cansativa, e compararia isso à um encarregado que precisa ficar em "cima" para que o serviço seja bem feito. A dificuldade na politica se dá aí, pois é um "local" onde a liberdade é quase total, um lugar onde não basta demonstrar a exatidão de uma idéia ou de um "programa" cuidadosamente elaborado. Na politica os homens são livres para exercitar suas idéias e seus interesses. Politica é disputa de poder. Que me perdoem alguma falta de clareza, pois não escrevo bem, e entro nesse mato meio as cegas com uma foice mal amolada. Escrevo por que minha finalidade é construir um caminho que leve a solução desses problemas, e são muitos, e são diversos, e são complicados. Melhor seria dizer, estou tentando fazer um "trilho", ou uma trilha, como queiram. Faço isso também por que sei que a maioria dos homens públicos, vai fazer valer seus próprios interesses, mesmo que contrários aos do país, na hora de elaborar leis e projetos, melhor seria dizer, copiar projetos e adapta-los aos interesses de grupos politicos organizados. Talvez devido à essa idéia é que considero a maioria dos politicos brasileiros agem como inimigos do povo. A "culpa" é minha, jogo em quem quiser e o culpado é o povo. Bela consciência. Fizeram desaparecer no tempo as trovas populares que descreviam com exatidão as diferentes situações. O negro irmão daquele que foi assassinado por Martin Fierro, na sua ignorancia, cantou que a "lei é teia de aranha". Bela figura de linguagem pois nela o homem é a mosca que ali fica presa e onde será sugado até secar. Falo aqui das leis elaboradas por politicos evidentemente. Não é, não foi e nunca será possivel começar a construção de um edificio por "cima", a agropecuária é a base onde deve ser edificada nossa nação, não podemos portanto construir riqueza financiando pessoas sem talento e que apesar disso pensam que podem nos "dirigir". Ao abismo foi que nos trouxeram.

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    • geraldo gentile Ibaiti - PR

      Excelente comentário. Acrescento, que se não me falha a memória, que em Martin Fierro, a lei é representada como "teia de aranha que prende a mosca" para o homem comum, enquanto que para os poderosos, seria a teia de aranha para um homem, não significa nada, não tem força para prendê-lo. Grande abraço.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Tem toda razão Sr. Gentili, o sentido da trova foi esse mesmo. Muito bom o complemento. Obrigado pela apurada observação. Fico muito contente em saber que aqui tem outro comentarista que gosta de um mesmo tipo de literatura que eu. Abraço.

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