Fala Produtor - Mensagem

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR 31/03/2019 05:19

    Hoje 31/03/2019, um dia como muitos. O sol vai nascer e morrer. O dia vai clarear e escurecer, sempre nessa ordem, isso é inexorável.

    Mas, por que essa data é importante?

    Em 1964, há bastante tempo, houve uma ruptura nos acontecimentos da época. Os militares tomaram o poder do governo. Isso é ruim ou é bom?

    Vivi no Brasil dessa época mas, não tenho visão para anular os parâmetros diferentes dessas épocas distantes. O que acho estranho é a narrativa de muitos, em taxar de ruim ou bom o período em que os militares governaram o país.

    Mas, vamos ao busílis: No artigo de Ruy Fabiano, ele cita: "O que explica então essa presença fantasmagórica, a assombrar os dias atuais? Simples: o 31 de março de 1964 (golpe, contragolpe, revolução, contrarrevolução, intervenção civil-militar ou apenas militar, seja lá o que tenha sido) transformou-se em uma espécie de mito fundador da esquerda contemporânea brasileira.

    A partir dali, construiu-se uma narrativa de martírio que forja heróis de almanaque e busca dar-lhes protagonismo nos dias atuais.

    Essa narrativa exclui os atos de um dos lados, o vencido, e projeta no vencedor todas as atrocidades de um embate que envolveu guerrilhas, sequestros, assaltos a banco e atos de terror. A cartilha de Marighela, não por acaso, destacava a palavra "terror".

    Alguns desses então proclamados terroristas, anistiados em 1979, viriam a ocupar postos de comando na república ? Dilma, na Presidência, e outros no Congresso, ministérios e governos estaduais.

    Mas a página não foi virada. A Comissão da Verdade listou, em 21 anos, 434 mortos no embate; a esquerda matou cerca de 120. No total e no prazo de vigência do regime, cerca de 20 mortos por ano.

    O país, nesse período, teve uma média de 120 milhões de habitantes. Cuba, com oito milhões, relaciona 120 mil fuzilados, além de exilados e presos políticos aos milhares, ainda hoje excluídos. A Venezuela bolivariana já matou mais que o dobro no Brasil de então.

    É uma história contada pelo perdedor, invertendo a lógica de que é o vencedor que impõe sua narrativa. Quem se der ao trabalho de ler os jornais e revistas da época há de constatar (pois se trata de matéria de fato, não de opinião) uma quase unanimidade da opinião pública em relação aos acontecimentos.

    A mesma mídia, que hoje deplora o ocorrido, celebrou (à exceção da falecida Última Hora) o seu advento. O principal jornal de então, o Correio da Manhã, o postulou em dois editoriais ("Basta" e "Fora"); O Globo, em editorial de primeira página, estampava: "Ressurge a Democracia". Hoje, diz o contrário. O que mudou?"

    Veja que sempre somos influenciados não pelos fatos mas, pelos mitos criados pelos formadores de opinião. Diz-se que o Brasil é um dos países que apresenta a maioria de sua população alienada à realidade. Para mudar, precisamos oferecer condições reais para que a população adquira conhecimento e, não vivermos num país faz de conta que ensina mas, na realidade forma exércitos de analfabetos funcionais.

    Vamos transformar o Brasil de "gentes de visão"...

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