Fala Produtor - Mensagem
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Valdecir Rodrigues de Oliveira Mogi das Cruzes - SP 26/07/2020 11:43
Comentário referente a notícia: Arrendamento justo é aquele que divide a produtividade em partes iguais, diz Paulo Nicola-
Paulo Roberto Nicola
Santiago - RS
Prezado Valdecir, sua experiencia completa a minha, vejamos suas colocações. ... "no melhor dos cenários o arrendatário ficaria no "zero a zero" e no pior teria um prejuízo significativo, do qual precisaria de muitos anos bons à frente para se recuperar", ... e sua pergunta, ... "Se há demanda, mesmo nesse valor de arrendamento, há a quem interesse e seja viável arrendar: Quem seriam estes arrendatários?" .... Coincidentemente está acima, nesse site, a seguinte reportagem: "Produtores rurais do Brasil carregam dívida de R$ 700 bilhões e temem a execução das garantias". Esse é meu objetivo junto ao Notícias Agrícolas, evitar que os produtores que não tenham uma referência para balizar seus custos venham a ter suas garantias penhoradas.
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Matteus Sanches
Santa Cruz do Rio Pardo - SP
Prezado Sr Paulo Roberto, Bom Dia! Aqui na região da divisa de SP/PR o arrendamento gira em torno de 20 sacas de soja/hectare, nas áreas de altas produtividades. Acredito que está caro também, mas penso que isso se deve à possibilidade de se explorar a área o ano todo com o milho safrinha ou também sorgo, que atualmente estão em preços bem atrativos. Acredito que, infelizmente, produtores menos capitalizados, em um cenário de menor subsídio governamental, acabem por abandonar a atividade ou ir à falência, pois a oscilação climática tem sido bem acentuada nos últimos anos, tirando muito dinheiro de caixa dos produtores. Mas assim é o mercado, e a agricultura é cada vez mais jogo de tubarão.
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Matteus Sanches
Santa Cruz do Rio Pardo - SP
Outra coisa que sempre comento aqui no Notícias Agrícolas é a concorrência desleal que temos aqui em SP com as Usinas de cana-de-açúcar, devido à esdrúxula reserva de mercado que possuem na gasolina e aos subsídios absurdos que receberam ao longo do tempo. Isso só causa distorções econômicas tanto regional quanto nacionalmente. Inflacionando, também, o preço do arrendamento.
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Valdecir Rodrigues de Oliveira
Mogi das Cruzes - SP
Sr. Paulo, grato pela resposta... Assisti à excelente entrevista do JB Olivi citada acima pelo sr: Realmente urgente e preocupante!
Sabiamente, a mensagem de vocês que se apresenta como alternativa à esta cultura "predatória" nas relações comerciais dentro de nosso setor, e, em relação a ele, se resume a três pilares - "Bom senso", "Boa vontade" e "Coragem", matérias-primas que andam meio em falta neste "novo - velho normal (anormal)".
Parabéns ao Sr. e ao Sr. JB Olivi por atenderem - com esta série especial - uma demanda reprimida dos que vivem da agricultura, e, para a agricultura, na mídia: Coragem, honestidade moral e intelectual, clareza e disposição ao debate.
Obrigado, também, pelo excelente material disponibilizado.
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Paulo Roberto Nicola
Santiago - RS
Presado Valdecir, agradecemos sua valiosa cooperação e incentivo pois realmente é importante esses debates pois trazem à tona uma realidade não muito questionada...
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Paulo Roberto Nicola
Santiago - RS
Há uns 2 anos, quando ainda residia parte do tempo em Londrina PR, procurando entender melhor a dinâmica das pequenas, médias e grandes propriedades produtoras de grãos, nos diferentes modelos de ocupação do solo, rotação de culturas e atividades praticadas, com a finalidade de customizar e desenvolver minha plataforma de gestão integrada voltada a este nicho de mercado, fiz uma simulação de resultado econômico - financeiro com base nos valores de arrendamento praticados à época na região de 20 a 25 scs / ha.
Com base nos valores de mercado de "pedra" e futuros para venda, produtividades médias da região e "pacotes fechados de Barter" praticados, no melhor dos cenários o arrendatário ficaria no "zero a zero" e no pior teria um prejuízo significativo, do qual precisaria de muitos anos bons à frente para se recuperar,caso atuasse apenas no elo "produção" da cadeia.
No ano seguinte veio uma das maiores secas acompanhada das mais altas temperaturas médias e máximas registradas durante a safra nos últimos 20 anos: fenômeno natural, normal e esperado em algum momento por quem vive neste mundo, diga-se de passagem.
Arrendamento é baseado em produtividade da terra, "oferta e demanda", e, em algumas circunstâncias muito especiais, da localização da área em relação ao polo local de armazenagem e escoamento da safra.
Se há demanda, mesmo nesse valor de arrendamento, há a quem interesse e seja viável arrendar: Quem seriam estes arrendatários?