Amilcar, compreendo perfeitamente suas colocações, mas 2012 ficou marcado como a maior escassez de alimentos agrícolas desde da grande crise dos anos 70`s. Considerando que embora tivéssemos um grande acréscimo em produtividade nos últimos 10 anos, também é verdade que neste mesmo período consumiu-se também praticamente os grandes estoques existentes... Mesmo com o crescimento alcançado, não fosse aqueles estoques certamente não teríamos como alimentar o mundo neste ano de 2012... E, com certeza, estamos com forte déficit para o próximo ano de 2013... A maior prova de minhas afirmações são os preços alcançados pelas commodities agrícolas, que marcaram recordes de todos os tempos para grãos, cereais e oleaginosas.
Não foi apenas uma percepção, mas no inicio de 2011, escrevi no meu livro ´Como Lucrar Negociando Soja`, que esses preços seriam recordes de todos os tempos. Não podemos comparar a matriz de consumo das décadas de 70 a 90, porque 60 pct do consumo mundial resumia-se `a Europa e ao Leste Europeu, que tinham uma dieta alimentar razoavelmente adequada, mas com a atual matriz de consumo, localizada no eixo do pacifico, onde concentra 60 pct da população mundial, com dieta deficiente e recém ingressando no consumo de proteínas, com economias crescentes e com consistente aumento do poder aquisitivo.
Também não podemos comparar a matriz de produção com o passado, quando os preços elevados ditavam o aumento de área nos anos subsequentes, mas neste tempo, já não há abundancia de terras agriculturáveis..., mesmo as pastagens degradadas que demandam alto investimento que também já não se encontra financiadores capazes de tornar produtiva essas áreas no curto prazo para a produção de alimentos que o mundo já está demandando. De acordo com a OCDE, o Brasil precisa contribuir com aumento de 10 pct na produção agrícola nos próximos 10 anos, que poderá atender mas temos que investir pesado em infraestrutura, mas com o nível de investimento de 18/19 pct do PIB é razoável considerar que não será possível.
A América do Sul é ainda incipiente na produção agrícola se considerarmos que produzimos a mesma quantidade de grãos que o continente africano (não considerando oleaginosas). Conheço praticamente todas as áreas produtivas e a maiorias dos mercados de consumo do mundo, por isso tenho razões para me declarar realisticamente ´agroapocalíptico`, baseado no meu pragmatismo. Obrigado pela sua atenção e contribuição. abraço
Comentário referente a notícia: [b]O agroapocalipse não está próximo, por Amilcar Centeno[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=114428
Amilcar, compreendo perfeitamente suas colocações, mas 2012 ficou marcado como a maior escassez de alimentos agrícolas desde da grande crise dos anos 70`s. Considerando que embora tivéssemos um grande acréscimo em produtividade nos últimos 10 anos, também é verdade que neste mesmo período consumiu-se também praticamente os grandes estoques existentes... Mesmo com o crescimento alcançado, não fosse aqueles estoques certamente não teríamos como alimentar o mundo neste ano de 2012... E, com certeza, estamos com forte déficit para o próximo ano de 2013... A maior prova de minhas afirmações são os preços alcançados pelas commodities agrícolas, que marcaram recordes de todos os tempos para grãos, cereais e oleaginosas.
Não foi apenas uma percepção, mas no inicio de 2011, escrevi no meu livro ´Como Lucrar Negociando Soja`, que esses preços seriam recordes de todos os tempos. Não podemos comparar a matriz de consumo das décadas de 70 a 90, porque 60 pct do consumo mundial resumia-se `a Europa e ao Leste Europeu, que tinham uma dieta alimentar razoavelmente adequada, mas com a atual matriz de consumo, localizada no eixo do pacifico, onde concentra 60 pct da população mundial, com dieta deficiente e recém ingressando no consumo de proteínas, com economias crescentes e com consistente aumento do poder aquisitivo.
Também não podemos comparar a matriz de produção com o passado, quando os preços elevados ditavam o aumento de área nos anos subsequentes, mas neste tempo, já não há abundancia de terras agriculturáveis..., mesmo as pastagens degradadas que demandam alto investimento que também já não se encontra financiadores capazes de tornar produtiva essas áreas no curto prazo para a produção de alimentos que o mundo já está demandando. De acordo com a OCDE, o Brasil precisa contribuir com aumento de 10 pct na produção agrícola nos próximos 10 anos, que poderá atender mas temos que investir pesado em infraestrutura, mas com o nível de investimento de 18/19 pct do PIB é razoável considerar que não será possível.
A América do Sul é ainda incipiente na produção agrícola se considerarmos que produzimos a mesma quantidade de grãos que o continente africano (não considerando oleaginosas). Conheço praticamente todas as áreas produtivas e a maiorias dos mercados de consumo do mundo, por isso tenho razões para me declarar realisticamente ´agroapocalíptico`, baseado no meu pragmatismo. Obrigado pela sua atenção e contribuição. abraço
Comentário referente a notícia: [b]O agroapocalipse não está próximo, por Amilcar Centeno[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=114428