Fala Produtor - Mensagem

  • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR 21/03/2014 00:00

    Li, hoje, no jornal Estado de São Paulo, um artigo sobre a preocupação do governo com os preços dos alimentos. Dizia um trecho:"A cotação da soja, avalia o governo, deveria estar 20% mais baixa, o que ajudaria a conter o preço das carnes, em franca disparada nos últimos dias - a arroba do boi passou de R$ 95 para R$ 120 e os preços do leite subiram 7,3% sobre janeiro de 2013. O milho, prejudicado pela seca, tem safras menores a cada ano. Base da ração de bovinos, suínos e aves, saltou de R$ 26,54 para R$ 33 a saca só neste ano. No arroz, produtores capitalizados seguram o produto à espera de cotações mais altas. Mesmo com safra nova, a saca subiu de R$ 33 para R$ 36 neste ano. O preço do feijão passou de R$ 80 para R$ 130 a saca. E o trigo subiu forte, de US$ 307 para US$ 338 a tonelada"...

    Nesta tentativa de segurar a inflação, vale até superestimar os estoques e previsões de colheita. Nós, agricultores, estamos condenados a ter os preços de nossos produtos tabelados e controlados, ora pelos governos, ora pelos investidores... Se algum dia ocorrer duas safras seguidas com severas perdas, e houver uma escassez de comida, pode ter certeza que irão confiscar nossa produção e pagar o preço mínimo... Somos meros coadjuvantes do nosso negócio... O único poder que temos é escolher o dia que iremos vender nossa produção. Nada mais. Tudo nos é imposto: preço dos insumos, preços de venda da safra, regras ambientais estapafúrdias, etc...

    Apesar de dizerem que teremos que alimentar muitos bilhões no futuro, continuaremos a ser peões e não capitães de nossa atividade.

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