Olá, João Batista! Meu nome é Érico Curbani. Tenho 62 anos, sou agricultor desde sempre, no município de Ilhota, em Santa Catarina. Escrevo para relatar uma constatação minha: Quando criança, nosso pequeno rebanho possuía animais anêmicos e raquíticos. Cada “compadre” que chegava, dava-nos seu palpite, baseado na crença e no “sistema” daquela época. Eu ouvia de tudo: “É caruncho! Precisa cortar as aspas”. E lá ia o animal sofrer um pouco mais. “É bicho na cola! Tem que cortar!” Como se não bastasse a verdadeira doença que possuía, o animal ainda era submetido a uma série de mutilações. Dias depois, sempre o mesmo resultado: o animal estava morto. E para finalizar, vinha o supersticioso: “Acho que foi mau-olhado”. Apareciam diversas opiniões e diagnósticos. Só não aparecia a pessoa inteligente, realmente esclarecida para dizer que nosso gado era apenas, mal cuidado. E hoje, já passados tantos anos, tenho percebido que a agricultura e a pecuária brasileiras ainda se encontram, infelizmente, nas mãos de pessoas que não sabem o trivial: cuidar. Pessoas que nunca produziram nem tão pouco possuíram algum rebanho, criam leis baseadas em “achismos” e crenças errôneas para o agricultor cumprir. É mesmo lamentável! Atenciosamente, Érico Curbani
Olá, João Batista! Meu nome é Érico Curbani. Tenho 62 anos, sou agricultor desde sempre, no município de Ilhota, em Santa Catarina. Escrevo para relatar uma constatação minha: Quando criança, nosso pequeno rebanho possuía animais anêmicos e raquíticos. Cada “compadre” que chegava, dava-nos seu palpite, baseado na crença e no “sistema” daquela época. Eu ouvia de tudo: “É caruncho! Precisa cortar as aspas”. E lá ia o animal sofrer um pouco mais. “É bicho na cola! Tem que cortar!” Como se não bastasse a verdadeira doença que possuía, o animal ainda era submetido a uma série de mutilações. Dias depois, sempre o mesmo resultado: o animal estava morto. E para finalizar, vinha o supersticioso: “Acho que foi mau-olhado”. Apareciam diversas opiniões e diagnósticos. Só não aparecia a pessoa inteligente, realmente esclarecida para dizer que nosso gado era apenas, mal cuidado. E hoje, já passados tantos anos, tenho percebido que a agricultura e a pecuária brasileiras ainda se encontram, infelizmente, nas mãos de pessoas que não sabem o trivial: cuidar. Pessoas que nunca produziram nem tão pouco possuíram algum rebanho, criam leis baseadas em “achismos” e crenças errôneas para o agricultor cumprir. É mesmo lamentável! Atenciosamente, Érico Curbani