Fala Produtor - Mensagem

  • amarildo josé sartóri vargem alta - ES 28/08/2014 00:00

    Caro Armando Matielli. Gostaria de parabeniza-lo pelo excelente artigo escrito abaixo, datado do dia 27/08/2014, denominado “Ameaça e terrorismo contra os cafeicultores e a nação!).

    No dia 20/08/2014, aqui, neste mesmo espaço, de forma mais simplificada, expressei o mesmo ponto de vista que sege em destaque... (Nós, produtores de cafés, devemos concordar com o Armando Matielli nas suas preocupações plenamente justificáveis. A instalação da fabrica da Nestlé aqui no Brasil é sim uma excelente oportunidade de valorizar o produto brasileiro. Para que importar aquilo que produzimos de melhor. Temos as melhores condições de clima, altitudes, variedades, além das tecnologias que compartilhamos com outros países produtores. Entendo assim, que produzimos cafés para compor todos os tipos de blend’s exigidos por consumidores do mundo inteiro e, se depender ainda de cafés diferenciados, é só indicar que todos os quesitos para produzi-lo. Tanto é verdade, que a maior parte da nossa produção é exportada. Neste contexto, penso que é temerário a permissão do drawback. É do conhecimento de todos que alguns países produtores que serão naturalmente fornecedores do drawback, não têm o comprometimento social e ambiental exigido dos produtores brasileiros. Isso está me parecendo na verdade, uma ação oportunista diante da situação pela qual está passando a cafeicultura brasileira, beneficiando além das pretensões da Nestlé, outras indústrias aqui instaladas e especuladores a continuarem sugando o sangue do cafeicultor brasileiro).

    No meu entendimento, é inconcebível que não consigamos produzir aqui, em alguma área com características semelhantes, essa pequena quantidade de grãos de cafés produzidos lá nas altitudes da Etiópia, grãos tão especiais a ponto de influenciar de forma tão significativa o sabor dos bend’s pretendidos pela empresa fabricante. Embora seja uma a importação de uma quantidade ínfima destes grãos, por mais claras que sejam as regras, conhecendo como conhecemos nosso país, podem abrir precedentes extremamente perigosos.

    Os outros itens do seu artigo amigo Matielli, todos pertinentes como as questões socioambiental e fitossanitária, trazem outra reflexão principalmente em relação ao papel da ABIC. Ela tem a obrigação de fiscalizar a qualidade do café consumido pelo povo brasileiro, no entanto, na minha visão ela não está sendo eficiente, pois não explica onde está sendo utilizado o PVA (preto, verde e ardido), números incalculáveis e que é consumido aqui no mercado interno.

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