Fala Produtor - Mensagem

  • Antonio de Pádua Coutinho Ferreira Monte Carmelo - MG 10/05/2009 00:00

    João Batista, o Engenheiro Agrônomo Armando Matielli deu uma verdadeira aula sobre o momento atual que vive a cafeicultura brasileira, em seu artigo “Retorno a Escravidão” publicado neste site. É realmente impressionante o seu conhecimento sobre a matéria. Os cafeicultores deste nosso Brasil tem que ter o maior orgulho em contar com o conhecimento e a experiência deste Professor que tanto contribui como produtor e crítico dos problemas que afetam o agronegócio café. Realmente é vergonhoso o nosso produtor entregar sua saca de café para os mercados internacionais a um preço tão irrisório, principalmente quando se constata que a cafeterias americanas e européias remunera o produtor brasileiro com apenas 0,3% dos seus custos com a aquisição da matéria-prima café. Eu fico impressionado por ainda existirem brasileiros que ainda vem contestar o Engenheiro Matielli, quando na verdade deveriam ter orgulho de tanta contribuição que ele dá ao agronegócio brasileiro. Apesar de estarmos em uma democracia, onde todos exprimem o seu pensamento livremente, é preciso que se tenha bom senso e responsabilidade ao se criticar um artigo tão bem elaborado pelo Professor Matielli. Aliás, não só o mercado quer tirar proveito do cafeicultor brasileiro como também o nosso próprio governo, porque definir como preço mínimo o valor de R$ 261,69 não é uma atitude responsável. No caso da transformação da dívida do cafeicultor em café para pagamento ao governo em 20 anos, sendo a entrega de 5% ao ano, o governo acaba recebendo muito mais café com o preço de R$261,69.

    Na busca por medidas que realmente remunere o cafeicultor, o nosso governo, além de omisso, realiza ações muito tímidas, seja por definir um preço mínimo muito baixo, seja pela realização de leilões de opções públicas de apenas 3 milhões de sacas, quando na verdade deveria ser de no mínimo 5 milhões de sacas e com entrega total no ano em curso. É evidente que estas medidas tímidas sempre ajudam, mas apenas amenizam e não resolvem o problema.

    Outro grave problema que afeta a cafeicultura é esta política cambial perversa que tanto tem empobrecido a cafeicultura brasileira. Quando a cotação melhora no mercado e o real se desvaloriza frente ao dólar, acontece o que você fala com muita propriedade em seu programa: “se ganha na tampa e se perde no suspiro” , e isto é uma constante, razão pela qual julgamos que o nosso governo tem a obrigação de implantar políticas que realmente remunere o nosso produtor.

    A agricultura brasileira deve muito a você, João Batista, porque é impressionante a garra e a determinação de como defende com tanto entusiamo esta atividade que tanto contribui para o desenvolvimento deste nosso País.

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