Fala Produtor - Mensagem
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JOSÉ DONIZETI PITOLI CORNÉLIO PROCÓPIO - PR 14/05/2015 13:07
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beto
palotina - PR
NA HORA DAS EMPRESAS VENDEREM OS PACOTES DE INSUMOS E SEMENTES NA REGIAO AQUI O MILHO ESTAVA NA CASA DOS r$ 17 E TODO MUNDO FEZ PEDIDO E PLANTOU ENTAO PARA QUE SUBIR O PRECO.... E VAMOS PLANTANDO MILHO E COLHENDO FUMO KKKKKKK
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beto
palotina - PR
PRÓXIMA ESTAÇÃO: INVERNO ....... PREÇOS DO PREÇO DO MILHO: .......
As últimas informações divulgadas sobre os estoques e produção de milho a nível mundial e brasileiro dão conta de que os preços de milho neste ano de 2015 e 2016 serão bastante baixos.
Segundo o último relatório do USDA, os estoques mundiais estão próximos a 200 milhões de toneladas, com preços internacionais seguindo trajetória bastante estável. Sequer o aumento na produção de etanol foi capaz de elevar estes preços, que sofrem forte pressão pelos preços do petróleo.
No Brasil, a CONAB divulgou seu relatório mensal, indicando que os estoques remanescentes (15 milhões/toneladas), mais (+), a produção da safra de verão (31 milhões/toneladas), somando-se ainda as estimativas de colheita para a safra de inverno (48 milhões/toneladas), totalizando 94 milhões/toneladas.
Esta expectativa de produção deixa as indústrias, granjeiros e consumidores do cereal, em confortável posição quanto a sua estratégia para o mercado de originação dos insumos, especialmente no milho que representa praticamente 80% do custo industrial.
Diante deste cenário de oferta, o indicativo atual é de que os preços do milho, que estão nos últimos dez meses, seguindo uma trajetória de estabilidade, comecem a apresentar um forte recuo, podendo inclusive ficar abaixo do preço mínimo, estabelecido pelo Governo Federal.
Pela análise atual do mercado e conjuntura econômica, pode-se desde já, antever e indicar alguns destes entraves:
a) ? preços vão cair muito;
b) ? mercado poderá travar (situação em que não há preço de compra);
c) ? não haverá silos suficientes para armazenar toda a produção;
d) ? governo terá que intervir no mercado atuando fortemente com as políticas de apoio à comercialização e preços do Governo Federal;
ESTACA ZERO:
Estas afirmativas estão baseadas nos históricos de safras anteriores, quando o mercado, constatando o indicativo que haverá excelente produtividade, se antecipa, disponibilizando bons volumes de estoques existentes, para que as indústrias, granjeiros e consumidores do cereal, assumam o papel de armazenadores da produção remanescente. Consequentemente, as indústrias, granjeiros e consumidores do cereal, tendo em mãos este estoque estratégico, adotam estratégia contenciosa de estoques, deixando de vir ao mercado para efetuar novas compras, ou comprando o estritamente necessário, numa estratégia de comprar na medida do consumo, comumente chamada de "compra da mão para a boca". Sem demanda, ou com mínimo consumo, a colheita avança, sendo este novo produto, oferecido ao mercado, pressionando os preços e alongando prazos de pagamento. Neste viés mercadológico o mercado trava.
As saídas serão buscar opções comerciais, de um lado o mercado externo, de outro o Governo Federal colocar em prática o seu arsenal de políticas comerciais de amparo à comercialização (PEP / PEPRO / EGF / AGF, etc...); no entanto, como sabemos que o atualmente os recursos estão minguados, para não dizer que não existem, ficamos na estaca zero.
Se com o cenário acima as coisas parecem difíceis e ruins, imaginem:
As condições atuais de formação e desenvolvimento das lavouras de milho, em todo o país, são excepcionais e a julgar pelos estande geral, a produtividade das lavouras ultrapassará em muito a produtividade média obtida na última safra de inverno, podendo chegar à marca de 7,2 toneladas por hectare, elevando a produção atual de milho para a safra de inverno de 48 milhões de toneladas, para 65 milhões de toneladas.
O agronegócio brasileiro não tem estrutura de armazenamento e tão pouco está preparado para um incremento de produção tão elevado quanto esta estimativa. Já sendo possível antever a conseqüências e dentre elas:
- utilização de espaços inadequados e sem condições próprias de armazenamento;
- produção armazenada a céu aberto ou sob lonas;
- perda de qualidade e alta incidência de pragas nos grãos armazenados;
O que fazer?
Com base nas safras passadas é possível amenizar os efeitos esperados, mediante a aplicação ou tomadas de decisões que irão atenuar e diminuir o impacto sobre os produtores rurais.
Dentre eles, seguem algumas orientações:
a) ? Venda antecipada e a preço fixo, especialmente para os produtores que possuem compromissos já realizados;
b) ? Entregar a produção para armazéns credenciados pela CONAB e que possam ser utilizados como meio de acesso às políticas comerciais de amparo à comercialização (PEP / PEPRO / EGF / AGF, etc...);
c) ? Permuta de produção da produção da safra de inverno, por insumos que serão utilizados na safra de verão;
d) ? Em hipótese alguma, especule com a produção, especialmente para aquela parte que já está comprometida em troca/permuta para o plantio da safra de inverno ou financiamento de custeio;
e) ? Entregue sua produção em armazéns de sua confiança;
Boa safra e façam uma boa comercialização.
José Donizeti Pitoli, 56, economista, Cornélio Procópio (PR).