Fala Produtor - Mensagem

  • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS 15/07/2015 14:52

    A situação (nos portos) é muito grave e afeta também a industria de defensivos. Os negocios estão parados no setor de insumos em todo o País. Há pelo menos 3 anos que o risco sistêmico do setor vem aumentando fortemente, em parte devido ao alto nível de endividamento, pelas aventuras comerciais de algumas revendas que fomentadas pela industria afrouxaram o crédito e/ou se expuseram sem lastro em operações de troca. O acirramento da recessão econômica trouxe como conseqüência imediata a redução das linhas de crédito. As Seguradoras de Crédito no Exterior que cobrem boa parte dos riscos comerciais de Importação reduziram a exposição ao Risco Brasil há 3-4 meses. Isso não é noticiado para o grande público porque são informações cujo entendimento poucas pessoas possuem. Há alguns meses venho alertando que um dos indicadores laterais que afetam o financiamento do setor agrícola é o Custo do Desconto de Duplicatas e a disponibilidade desse tipo de linha nos Bancos Privados.

    O Agronegocio, do ponto de vista de quem empresta dinheiro ou que concede prazos, não é a maravilha que muitos pensam.

    Nesse ano, mesmo com uma eventual recuperação dos preços em Chicago, as contas não fecharão para boa parte dos arrendatários no Centro-Oeste, ainda que obtenham elevados níveis de produtividade.

    Na média, a tecnologia aplicada nas lavouras vai ser menor nessa Safra do que em anos anteriores. Porém, a pressão das pragas é crescente, assim como é imprevisível o comportamento do clima.

    O cenário aponta concretamente para uma quebra de produção em várias regiões e um alto risco de deterioração da qualidade do produto a ser colhido.

    Quem estiver relativamente capitalizado e tiver a cabeça no lugar, poderá sair-se muito bem nesse horizonte adverso. Quem não estiver tão bem assim, está há tempo de revisar os planos de cultivo, eventualmente reduzindo a área plantada em algum nível, mas mantendo a tecnologia aplicada e algo de caixa para enfrentar as turbulências que poderão vir. Aqueles que se iludem ano após ano e que acham que o Governo acabará bancando a conta em última instância, dessa vez enfrentarão uma enorme possibilidade de irem a falência. Em tempos em que "a farinha é pouca", certamente que pirão do Governo virá primeiro. Como dizem os Americanos: "In crisis moment, the most important is to pay attention to the Break Even Point".

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    • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

      Compartilho dessa tua visão Eduardo, longe de ser alarmista ou pessimista como muitos pensam, acho que reflete bem os dias vindouros pro "agronegócio"...

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