Fala Produtor - Mensagem
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Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR 16/09/2015 12:53
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Bruno Alisio Schlegel
São José das Laranjeiras - SP
muito boa sua colocação Marcelo o problema que a maioria dos produtores è dependente de bancos, cooperativas, ou revendas não podendo se expressar
enquanto nós não formos auto suficientes financeiramente não se resolve nada disso e vamos ter que engolir tudo de cima abaixo
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leandro carlos amaral
Itambé - PR
Toda essa locura por causa desse milho safrinha, o que da retorno e a soja o milho se abusa o LUCRINHO que ele deixa não da nem pra dessecar para fazer o plantio da soja...
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Bruno Alisio Schlegel
São José das Laranjeiras - SP
Já ouviram a expressão " a cada enxadada uma minhoca"? Pois é isso que acontece quando penso na estratégia anti resistência proposta por diversos órgãos para evitar o armagedon da ferrugem da soja. Acompanhem meu raciocínio . Depois deste vários encontros regionais para discutir o problema, o agricultor que foi até o evento ou conversou com quem esteve lá, certamente irá aplicar os fungicidas que foram apresentados como ainda eficientes. Segundo os dados da pesquisa apresentados, são somente três: Elatus, Orkestra e Fox. Todos os outros tem controle inferior a 40%. Já criou pânico entre os agricultores. Muitos estão procurando as revendas e trocando os fungicidas comprados na campanha por um destes citados como bons. A desgraça está feita. quem vai arriscar em aplicar um produto que a pesquisa diz que não presta? Nem precisa de soja safrinha para favorecer o aparecimento de fungo resistente. Já tá feita a desgraça.
Outro fato : afirma-se que a soja safrinha é prejudicial ao efetivo controle da ferrugem resistente, pois os esporos que por ventura escaparam do controle durante o verão tem grande chance de serem resistentes. Parece plausível sem dúvida. Mas veja só. Aqui na minha região o plantio está a todo vapor, em 16/09. Na safra passada, algumas lavouras foram dessecadas entre Natal e Ano Novo, e muitas mesmo foram colhidas até 15/01. Bem perto daqui, em Pitanga , a soja é plantada no final de novembro e até em dezembro. Quando colhemos aqui, a soja em Pitanga está no florescimento e formação de vagens. Que eu saiba o esporo da ferrugem pode migrar 50 km num piscar de olhos. Então a soja de Pitanga vai se comportar como uma soja de safrinha. Os esporos eventualmente resistentes de minha região irão infectar as plantas mais novas nesta pequena distância de 50km. E daí? Para ser eficaz este pensamento, uma imensa região teria que plantar num curto espaço de tempo, digamos dentro de 30 dias. Assim, todos fariam os tratos fitossanitários quase que ao mesmo tempo. Isso, aliado a destruição efetiva da tiguera de soja e obrigatoriedade de rotação de fungicidas poderia ter algum efeito. Mas vejam que coisa. Fazem exatamente o contrário. Alguns municípios do Paraná tiveram o zoneamento para plantio de soja adiantado, para que? Ora, para que os produtores possam plantar milho safrinha mais cedo. Tudo de bom para o milho safrinha. Na reunião de Cascavel, um funcionário de cooperativa condenou a soja safrinha por causar um aumento de pragas, como lagartas e percevejos. De certo que o milho safrinha faz diferente não é mesmo? É moleza controlar percevejo no milho safrinha? Doença então , só precisa de tres aplicações de fungicidas. Sem falar que a lagarta do milho, spodoptera agora foi pra soja verão , e que a transgênia BT da soja não controla esta lagarta. Realmente milho safrinha é um bom exemplo de rotação de culturas, manejo de pragas e conservação de solos.Também foi dito na reunião que um produto novo leva de 08 a 09 anos para ser aprovado. Mas porque o povo que tem a caneta não reduz o prazo? Também foi dito que cassar o registro de produtos que comprovadamente não tem nenhuma eficácia no controle de ferrugem é muito difícil, muito BUROCRÀTICO. Estes produtos não estariam aumentando muito o inóculo da doença? É muito menos burocrático proibir o agricultor de plantar do que mexer com o financeiro de multinacionais, membros da ABAG, não é mesmo?
Se realmente o mundo do sojicultor vai acabar em ferrugem, todas as medidas teriam que ser tomadas. Mesmo as mais drásticas. Mas infelizmente quem vai pagar o pato é o agricultor, que não tem voz e nem representantes decentes. Estamos sós caros companheiros. Nós só temos o dever: dever de pagar impostos, de cuidar da natureza pro povo da cidade que manda esterco para os rios, dever de produzir comida baratinha para manter o povo calminho, dever de pagar a contribuição sindical . Direitos: direito de ficar caladinho e ver nosso patrimônio dilapidado. Nem mesmo o direito de propriedade temos mais, como o caso dos companheiros de Mato Grosso do Sul e de tantas outras regiões sendo invadidas por índios de araque e sem terra. Ainda bem que existe este site do João Batista, que nos deixa publicar nossas opiniões democraticamente e educadamente. Devagar nossas vozes são propagadas e quem sabe serão ouvidas.