Parabéns pela matéria. O mercado de opções é realmente pouco utilizado pelo agricultores brasileiros.
Mas gostaria de deixar algumas ressalvas como participante do mercado que sou.
Em primeiro lugar, não é de interesse dos Bancos comerciais, como o Banco do Brasil, fortalecer e atuar nesse mercado. A principal função desses bancos é a "venda de dinheiro". Seria necessário, por parte dos bancos, um investimento em mão de obra qualificada para estruturar a venda desse tipo de produto, e como o banco não esta interessado no bem estar do cliente, e sim no faturamento (como podemos claramente identificar nos produtos de investimentos ridículos que são oferecidos através de venda casada) isso será algo muito difícil de acontecer.
O caminho para o produtor ter acesso a esses produtos não é através dos bancos, e sim das corretoras que dão acesso ao mercado futuro. As corretoras como instituições financeiras, tem como objetivo intermediar o acesso do cliente ao mercado.
Na BMF são negociados dois contratos de soja. Um contrato tem como base o preço de Paranaguá em dólar. E outro contrato é o contrato espelho de Chicago, que varia conforme a oscilação da CBOT mas é cotado em US$/sc.
No primeiro contrato futuro, base Paranaguá, existe o mercado de opções. Mas a liquidez é horrível (falta de pessoas atuando no mercado) o que acaba o tornando caro e inviável.
O contrato espelho de CBOT ainda não tem negociação de CALL/PUTT (opções) apenas o contrato futuro.
Eu acredito que em um país com relevância mundial em produção de grãos, deveria ter uma bolsa de mercadorias muito mais eficiente e com muito mais participantes do mercado. Para se ter uma ideia, na CBOT se negocia um volume de grãos, muito maior do que é realmente produzido pelo EUA. Aqui na nossa BM&F temos que lutar para que ao menos o volume que nós produzimos, seja negociado na bolsa.
O melhor caminho para se conseguir isso, é através da união e da pressão dos nossos representantes a BMF, pois se trata de uma empresa que tem como objetivo reunir os compradores e vendedores. E fornecer os produtos adequados aos participantes do mercado. Como, por exemplo, um contrato de soja negociado em reais, e com um mercado de opções para esse contrato.
Mas de nada adianta conseguir ter as ferramentas e não utilizar, como é o caso do mercado de opções para o milho (aonde existe uma boa liquidez, e custos para a compra dessas opções acessíveis). Então não adianta exigir de quem quer que seja uma coisa, se nem o que se tem disponível e viável é utilizado por parte da maioria dos produtores, cooperativas, granjas, e participantes do mercado de milho brasileiro.
Seria um processo natural desenvolver liquidez na soja, se ao menos o mercado futuro de milho tivesse um bom volume de negociação na BM&F.
Parabéns pela matéria. O mercado de opções é realmente pouco utilizado pelo agricultores brasileiros.
Mas gostaria de deixar algumas ressalvas como participante do mercado que sou.
Em primeiro lugar, não é de interesse dos Bancos comerciais, como o Banco do Brasil, fortalecer e atuar nesse mercado. A principal função desses bancos é a "venda de dinheiro". Seria necessário, por parte dos bancos, um investimento em mão de obra qualificada para estruturar a venda desse tipo de produto, e como o banco não esta interessado no bem estar do cliente, e sim no faturamento (como podemos claramente identificar nos produtos de investimentos ridículos que são oferecidos através de venda casada) isso será algo muito difícil de acontecer.
O caminho para o produtor ter acesso a esses produtos não é através dos bancos, e sim das corretoras que dão acesso ao mercado futuro. As corretoras como instituições financeiras, tem como objetivo intermediar o acesso do cliente ao mercado.
Na BMF são negociados dois contratos de soja. Um contrato tem como base o preço de Paranaguá em dólar. E outro contrato é o contrato espelho de Chicago, que varia conforme a oscilação da CBOT mas é cotado em US$/sc.
No primeiro contrato futuro, base Paranaguá, existe o mercado de opções. Mas a liquidez é horrível (falta de pessoas atuando no mercado) o que acaba o tornando caro e inviável.
O contrato espelho de CBOT ainda não tem negociação de CALL/PUTT (opções) apenas o contrato futuro.
Eu acredito que em um país com relevância mundial em produção de grãos, deveria ter uma bolsa de mercadorias muito mais eficiente e com muito mais participantes do mercado. Para se ter uma ideia, na CBOT se negocia um volume de grãos, muito maior do que é realmente produzido pelo EUA. Aqui na nossa BM&F temos que lutar para que ao menos o volume que nós produzimos, seja negociado na bolsa.
O melhor caminho para se conseguir isso, é através da união e da pressão dos nossos representantes a BMF, pois se trata de uma empresa que tem como objetivo reunir os compradores e vendedores. E fornecer os produtos adequados aos participantes do mercado. Como, por exemplo, um contrato de soja negociado em reais, e com um mercado de opções para esse contrato.
Mas de nada adianta conseguir ter as ferramentas e não utilizar, como é o caso do mercado de opções para o milho (aonde existe uma boa liquidez, e custos para a compra dessas opções acessíveis). Então não adianta exigir de quem quer que seja uma coisa, se nem o que se tem disponível e viável é utilizado por parte da maioria dos produtores, cooperativas, granjas, e participantes do mercado de milho brasileiro.
Seria um processo natural desenvolver liquidez na soja, se ao menos o mercado futuro de milho tivesse um bom volume de negociação na BM&F.