Fala Produtor - Mensagem
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Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR 28/11/2015 04:38
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Carlos Massayuki Sekine
Ubiratã - PR
Sr. Rensi, estive recentemente participando de uma reunião com a abrapós (associação brasileira de pós colheita) e um dos assuntos que foram discutidos e que deverá ser matéria para futuros simpósios foi "a unidade armazenadora do futuro". A tendência das novas unidades é que pouco a pouco se equiparem às indústrias alimentícias, no que diz respeito à limpeza, segurança, procedimentos, rastreabilidade, etc., tal o nível de exigências ambientais, sanitárias e trabalhistas que já existem hoje e que tendem a se intensificar no futuro. E não adianta reclamar. Temos que cumprir o que o mercado exige e temos que entregar o produto que o cliente quer. Assim também será na agricultura. O que vai nortear os próximos passos da agricultura será o mercado. Exigências ambientais, sanitárias e trabalhistas estão se somando a exigências de qualidade intrínseca dos grãos como teor de proteína, teor de óleo, cor, etc. A tendência é que o mercado se torne cada vez mais complexo e segmentado e os grãos deixem de ser simples commodities. De qualquer forma, o que vai garantir a sobrevivência do produtor rural será, como o Sr. Salientou, a eficiência, pois os fatores de produção se tornarão cada vez mais caros e escassos e o seu uso será cada vez mais fiscalizado e monitorado.
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Paulo Roberto Rensi
Bandeirantes - PR
Sr. Carlos, os nutrientes usados como fertilizantes nas culturas de commodities, são obtidos em jazidas, às vezes, do outro lado do mundo e, transportados por mega navios.
Esses nutrientes não são, como a água, finitos? Não está na hora de os usarmos com parcimônia?
A eficiência na adubação já conta com um, programa do manejo de nutrientes, chamado "4C"; definido como o uso da fonte certa de fertilizantes, na dose certa, mo local certo e na época certa. Estas premissas visam a diminuição das perdas ocorridas, que em muitos casos vão a 70% da dose aplicada.
Quanto aos agroquímicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas) as perdas não são diferentes, por vários motivos. Desde a hidrólise, até à evaporação.
As técnicas da nanotecnologia são urgentes sua aplicação nessa área, pois irá reduzir os perigos ao ecossistema e das toxidades nos alimentos.
Só falta o interesse da sociedade em cobrar a urgência dos resultados!
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Carlos Massayuki Sekine
Ubiratã - PR
A responsabilidade ambiental e social sobre os recursos que utilizamos (solo, água, atmosfera, mão de obra, insumos diversos) será cada vez mais fiscalizada, monitorada, medida e cobrada de nós agricultores, querendo nós ou não. No globo rural de domingo, vi que os alimentos vendidos na Europa já trazem em seu rótulo a chamada "pegada de carbono". Do jeito que os consumidores estão sendo educados ambientalmente hoje, eles vão levar em consideração esse tipo de informação na hora de se decidir pela compra ou não de determinado produto. Os ambientalistas podem não convencer os agricultores, mas podem convencer os consumidores. O uso parcimonioso dos recursos virá então por duas vias: uma pelo custo e outra pela imposição do mercado. O movimento que estamos presenciando sobre os resíduos de agrotóxicos tanto nos alimentos quanto no ambiente não é modismo. É algo que teremos que administrar no futuro. Temos situações de até 3 safras com até 15 ou 20 entradas anuais do pulverizador em uma mesma área. Não sabemos até quando o ambiente vai suportar essa carga de produtos químicos e nós como profissionais não podemos simplesmente ignorar esse fato. Sabemos que os químicos de uso agrícola são um mal necessário e que não é possível produzir os bilhões de toneladas de alimentos que o mundo precisa de forma orgânica, mas vamos ter que achar soluções inteligentes para reduzir o uso de químicos, seja na forma de defensivos ou de fertilizantes. É nosso dever defender uma agricultura sustentável já que somos nós mesmos os maiores interessados. Sempre haverá gente disposta a comprar qualquer produto, desde que seja barato, mas não é o mercado que queremos como profissionais preocupados não só com a quantidade mas também com a qualidade dos alimentos que produzimos e comercializamos. Se vai existir um mercado que paga mais por qualidade e por responsabilidade social e ambiental, é dele que queremos e devemos participar no futuro. Se já temos técnicas ambientalmente corretas como o plantio direto, se já estamos fazendo mais do que os outros, falta divulgar. Temos que aprender a fazer um trabalho de marketing mostrando para o mundo que estamos produzindo alimentos de forma ambientalmente responsável, fixando carbono, preservando o solo e não sujando a atmosfera queimando a Amazônia como querem mostrar as ONGs e muitas vezes o nosso próprio governo (aliás, a imprensa do mundo inteiro deve estar aguardando ansiosamente a próxima bobagem que a nossa mulher sapiens vai dizer na COP-21).
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Paulo Roberto Rensi
Bandeirantes - PR
Rico País... Pobre povo !!! Administrado por uma DOIDA QUE ESTOCA VENTO !!! Sabe quando ela vai parar de falar e fazer burrada? O DIA QUE MORRER !!! ELA VEIO AO MUNDO PRA ISSO... VEJAM A SUA HISTÓRIA !!!
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Carlos Massayuki Sekine
Ubiratã - PR
Coincidência ou não, a entrevista com o Eng. Agrônomo Ricardo Ariolli sobre as exigências da Europa na compra de soja vieram exatamente de encontro ao que estávamos conversando.
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Carlos Massayuki Sekine
Ubiratã - PR
Na história recente da Agricultura, alguns conceitos (transformados em motes, em palavras) foram usados para representar objetivos a alcançar. Após a Segunda Guerra Mundial, o mote foi "produção". Os EUA usou o termo "revolução verde", onde a aplicação de fertilizantes, principalmente os nitrogenados, e protetores químicos (BHC, DDT), era prioritário para o aumento da produção mundial de alimentos. A segunda onda foi o uso da "genética", para a obtenção dos híbridos, com o objetivo de aumentar a "produtividade". A terceira onda foi a "engenharia genética", que tinha (e tem) o objetivo de baixar os custos e garantir a sustentabilidade dos meios bióticos. Agora, estamos em vias de surfar em outra onda, que é a "Agricultura de Precisão", que vai, igualmente, trazer muitos benefícios a todos, produtores e ambientes de produção.
Mas há outra ferramenta que, infelizmente, ainda não foi cogitada para uso em larga escala, que é a liberação sustentada de fertilizantes...
Sabe-se que o uso dos fertilizantes em agricultura tropical, tem uma taxa de eficiência baixa, devido às condições edafoclimáticas encontradas nos trópicos. O fósforo (P), um macronutriente usado para a adubação das culturas, tem até 70% da dose aplicada "perdida" pela fixação nos coloides do solo na Agricultura Tropical.Pesquisas para mitigar essa perda tem ocorrido, mas os recursos, como tudo nesse país, para o setor produtivo é relevado às últimas instâncias. A Universidade Federal de Viçosa desenvolveu uma pesquisa, através do Doutorando Luiz Paulo Figueredo Benício, cujo título é "Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLS) como Matriz Hospedeira de Fosfato". Em outras palavras, busca-se um material que vai proteger o fosfato para não ser fixado e, esse material vai se tornar de uso importante na agricultura como potencial para utilização como fertilizante de liberação sustentada.
Acho que a próxima palavra que vai impulsionar a próxima onda é: EFICIÊNCIA !!
Eficiência desde a gestão de recursos para as pesquisas, que buscam de fato mitigar os custos e os impactos ao ambiente de produção.
Ah! A aplicação de técnicas usando-se a nanotecnologia é mais uma ferramenta que não deve ser descartada.
Vou terminar com o bordão de um entusiasta do setor:
...."E VAMOS EM FRENTE" ! ! !....