Fala Produtor - Mensagem
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Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS 16/09/2016 10:53
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Rodrigo Polo Pires
Balneário Camboriú - SC
Eduardo, Ronald Reagan dizia que a constituição dos EUA era única no mundo por começar coma as palavras, "Nós, o povo". Era única também por determinar o que o povo permitia ao governo fazer, aqui no Brasil é o governo que diz ao povo o que pode e o que não pode ser feito. O que afirmo é que lentamente, aos poucos alguns produtores tem se interessado mais pelo aspecto politico, mais precisamente nos efeitos práticos que a politica exerce sobre as atividades agropecuárias. Sei da dificuldade de expressão de muitos produtores, não somente deles pois os meios de expressão nos são sonegados pela propaganda oficial, que dirige o pensamento dos brasileiros para o lado que quer. Muitas vezes o produtor sabe exatamente o que está acontecendo, ele "enxerga", mas não consegue verbalizar o que vê, e politicos hábeis se encarregam de garantir que nunca consigam. O problema então não é a divergência das idéias mas a falta de meios de expressão destas mesmas idéias. Isso não se constrói de uma hora para outra, não é como em um jogo de futebol em que o sujeito pode dar um chutão e decidir uma partida por mera sorte. A coisa aqui é bem mais séria e exigem outras e muitas habilidades, esforço, determinação, para a construção de um objetivo comum a todos os produtores. Até pensei em realizar um trabalho sobre subsidios, uma pesquisa intensa sobre os valores reais gastos pelo tesouro, uma trabalho comparativo com o volume de recursos arrecadados pelo tesouro em função desses mesmos subsidios, mas lembrei que sem os recursos mínimos de compreensão esse tipo de estudo não atinge a maioria que tem recursos intelectuais mas não consegue entender devido à baixa escolaridade. Portanto escrevo para que os produtores saibam como as coisas se dão, de que forma acontecem e quais seus efeitos pouco importando os intrincados cálculos matemáticos necessários à formulação de conclusões, basta que entendam que estão sendo enganados, vitimados por ladrões. O Sr. Meloni quer levar as idéias a Brasilia, mas primeiro é preciso desenvolve-las, é preciso eliminar contradições e erros, para finalmente então divulga-las de uma maneira simples que todos entendam para somente depois ir cobrar e exigir das autoridades o que foi decidido por nós e não por eles.
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Rodrigo Polo Pires
Balneário Camboriú - SC
Concordo em gênero, número e grau com o comentário do Paulo Reinsi. Acho que a Agenda proposta pelo Rodrigo é algo muito importante sim, pois existe uma diversidade de posições no setor que as vezes fica realmente difícil de entender o que se busca como linha de atuação. Quem clama por subsídio para produção de grãos e ao mesmo tempo defende a propriedade privada está querendo ter na Sociedade um Avalista permanente, Sócio no Prejuízo, mas não no Lucro. Concordo que o Governo deva ter programas de apoio aos Agricultores Familiares, inclusive com subsídio temporário e apoio permanente em termos de educação para que possam se articular e encontrar a independência em suas atividades. Acredito nesse papel articulador e fomentador do Governo, mas não como Agente de Tutela Eterna. No que diz respeito aos Agricultores Profissionais, o Governo deve deixar o pessoal trabalhar e ganhar dinheiro interferindo o mínimo possível para não atrapalhar. Produzir grãos no Brasil e em qualquer lugar do mundo é atividade para Agricultor Profissional (empresário mesmo) ou para Produtores pequenos e inteligentes que atuam de maneira articulada através de Cooperativas que agregam valor a produção e mitigam Riscos. Tem gente no Rio Grande do Sul que paga 20 scs/ha de arrendamento para produzir em 100 hectares, de onde pensam que vai sair Renda desse negócio? Outros por aqui produzem Arroz e pagam até 35% de arrendamento sobre o valor bruto da produção. Qual a atividade agrícola que suporta um ônus dessa natureza? Segundo estimativas do IRGA/RS, numa área média de 1 milhão de hectares cultivados de Arroz ao redor de 65% é plantada por Arrendatários que se submetem a contratos leoninos e prazos curtos que os impede de investir algo com segurança. O crédito dos Arrendatários se tornará cada vez mais escasso e sobre isso venho falando há muito tempo. Todos os anos se reclama que o Preço do Arroz não cobre o Custo de Produção medido pelo IRGA, mas tradicionalmente a área plantada se mantém e em alguns anos até cresce. Será que os Arrendatários são muito Burros e não sabem fazer contas ou o negócio é bom demais, mas para manter os cofres abertos é preciso seguir no discurso da choradeira? Uma das pautas que defendo é a regulamentação das operações de Arrendamento, fixando uma tabela progressiva de impostos que desestimule a especulação com terras produtivas e a lavagem de dinheiro. Não há problema nenhum o sujeito arrendar o seu campo e viver na Praia com a renda, muito pelo contrário. O que não podemos é aceitar que distorções econômicas e tributárias sigam afetando a atividade e formando Bolhas que estourarão mais dia menos dia no colo de quem produz.