Fala Produtor - Mensagem

  • Celso de Almeida Gaudencio Londrina - PR 05/02/2017 14:48

    Sr. Antonio esqueça a brachiaria. As gramíneas forrageiras perenes aumentam os agregados estáveis e a macroposidade, aumentando o armazenamento de água no solo e a eficiência dos fertilizantes, não estou falando na cobertura do solo por um período curto, reciclam Cálcio e Potássio. O guandu melhora o aporte de material orgânico de qualidade de cargas negativas na disponibilização dos nutrientes do solo, fornece nitrogênio e recicla Fósforo (muito importante). Mas, nas leguminosas a agregação é frágil, assim quando a soja (retira grandes quantidades de potássio) é a cultura principal, daí a necessidade das gramíneas na rotação, para melhorar as propriedades físicas do solo, melhorando o armazenamento de água tão necessária para essa cultura. Somente existe um problema se for feito lavoura onde se tinha pastagem sem limitação química do solo, por três anos, as culturas anuais sucessoras se tornarão tão produtivas, que o produtor nunca mais voltará a implantar pastagem nessa área, tal é a recuperação do solo original ou degradado pelo uso agrícola (isto será mais durável após o segundo ciclo da rotação com três anos de pastagem). A implantação de pastagem em solo corrigido para pastoreio de dois ou mais anos é o mais eficiente método para tornar os solos brasileiros produtivos para agricultura, sem segunda opinião. Esse método seria mais eficiente ainda, se for possível o consórcio da gramínea+leguminosa para pastoreio. Como são usado na Argentina e Uruguai (gramínea+trevo visiculoso), com a palavra os especialistas em forrageiras. Concluindo Sistema (de longa duração) Misto Lavoura-Pastagem com três anos de Pastagem e quatro a oito anos de Lavoura, dependendo do solo, associado ou não ao reflorestamento, é único caminho para maximar o rendimento das lavouras anuais. Como técnico tenho a Obrigação de enfatizar o Sistema Misto Lavoura-Pastagem como sistema para otimizar o rendimento das culturas anuais.

    Sr. Antonio respeito muito a sua opinião, sua atividade é de suma importância, parabéns. Principalmente agora que no Código Florestal as plantas lenhosas podem ser implantadas em qualquer situação. Eucalipto pode ser plantado até em terra boa de alta aptidão agrícola. Sou pequeno produtor rural e ainda tenho capim Jaraguá na esperança que surja alguma forrageira para evitar o uso de Brachiaria. Estamos de pleno acordo. Uso erroneamente termos técnicos, devido ter trabalhado trinta e sete anos em pesquisa, sendo que na EMBRAPA vinte e cinco anos. Como trabalhei, entre outras as coisas, em Sistemas Mistos Lavoura-Pastagem de longa duração, isto é, três anos de pastagem e oito anos de rotação de espécies anuais, iniciei com brachiaria e também leguminosa perene, utilizando a prática se semeadura direta. Devido esse fato me reporto a brachiaria. Mas, para substituir a brachiaria com a palavra os especialistas em forrageiras. Trabalhei também com Tanzânia, Consórcio de Milho+guandu e de Milheto+guandu, aveia preta e uma série de outras espécies. Todos os resultados obtidos estão em documento de orientação à assistência técnica e a produtores.

    Sr. Antonio Carlos Pereira, sei que sabes muito mais. A intenção foi somente participar do debate. Mas para alguém que sabe pouco foi um começo, refletindo que os Sitemas de Rotação de Espécies Vegetais de longa duração, especialmente os sistemas mistos lavoura pastagem, poderão constituir, se usados por um período longo, em Ecossistema Rural ambientalmente superior ao ao original. Os efeitos mais notáveis aparecerão após o segundo ciclo do sistema, e são as lavouras e não as pastagens as mais beneficiadas. com a palavra os especialistas em sistemas rurais.

    Sr. Antonio Carlos Pereira entendo e sei da importância da Universidade de Agronomia de Jaboticabal, já dei palestra lá sobre constituição de Sistemas Rurais, enquanto profissional, pela empresa de pesquisa em que trabalhava. Citei como exemplo brachiaria devido ter iniciado em 1985 estudos com essa espécie, não descarto as demais. Tem toda razão ao citar o carbono. A brachiaria aumenta os agregados estáveis do solo favorecendo o armazenamento de água comparativamente com a monocultura da soja. Dois anos de gramínea perene, como exemplo Brachiaria são suficientes para descompactar o solo. Resultado do aumento da agregação do solo proporcionado pelo aporte de material orgânico de qualidade (Carbono). Mas deve ter resultados positivos com outras espécies além da brachiaria e aveia preta. Precisa aprofundar o conhecimento sobre o fósforo orgânico proporcionado pelas gramíneas perenes, a exemplo do ocorrido em campos nativos do Sul.

    1
    • carlo meloni sao paulo - SP

      Fico encantado com essa troca de informaçoes tecnicas sempre tiramos algum proveito----Alias o senhor fala de consorciaçoes capim/leguminosa na Argentina mas tenho assistido na TV bons exemplos aqui no Brasil de Stylosante/Braquiarias que apresentam resultados excelentes---Pessoalmente desconfio de qualquer tecnico ou cientista agronomo, e antecipadamente peço desculpa caso involuntariamente ofenda alguem-----Observei ao longo dos anos que esse pessoal tecnico se aprofunda muito na ciencia teorica e acaba esquecendo completamente a viabilidade financeira do sistema---No meio de milhares cito um cientista de Botucatu que estudou o funcionamento do motor a combustao alimentado com azeite de oliva----O preço do azeite gira ao redor de R$30/litro---

      0
    • Celso de Almeida Gaudencio Londrina - PR

      Sr Carlos Meloni, deve-se considerar todas suas pontuações. O produtor depende do mercado, como pequeno produtor sempre soube disso. E como profissional em agronomia, aprendi muito cedo o significado da Política de Produção, quanto produzir para que a demanda continue econômica. Mas, tem produtor em que faz pecuária bovina intensiva no cocho, sem se ater com a realidade do mercado, mas como negocia bem, não se preocupa com os demais. Assim, parcela considerável não consegue usar da tecnologia disponível. Há produtor que se limita a produzir um só tipo de produto, sem se importar com a monocultura ou monocultivo. Daí muita tecnologia existente causa estranheza e é considerada absurda. Mas mais absurda ainda é a monocultura que necessita de elevadas quantidades de insumos. Mas há explicação para isso, o produtor é um herói, tem que se preocupar com sua lavoura e como pagar o financiamento da lavoura e maquinas. Aí entra os técnicos dando informações, que possam ser adaptadas a realidade dos produtores. Quando implantei ensaios com Soja em 1965, onde não tinha nenhuma lavoura na região, não sei o que os agricultores pensavam daquele guri. Quando em 1970 dava palestra sobre sistema misto lavoura-pasto, um produtor me inquiriu comprei trator e implementos, colheitadeira (novidade na época), tenho agora que criar vacas. Ainda continuo insistindo para os produtores que tem dupla atividade lavoura e pecuária, use o Sistema Misto Lavoura-Pastagem e para quem tem só lavoura use gramíneas como cobertura verde do solo. Bem lembrado Stylosante/Braquiarias, com a palavra os especialistas em forrageiras. Quantos as criticas a pesquisa são bem-vindas, estou recebendo dede 1965, 1973. Quanto, ao uso do azeite oliva não sei se foi algum trabalho de treinamento acadêmico, poderia ser talvez com macadâmia, pois com soja ou outras oleaginosas poderia ser considerada repetição.

      0