Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 07/08/2017 14:27

    Comparar Bolsonaro com os Iluministas franceses é uma piada. A revolução francesa foi preparada ao longo de gerações. Dizer agora que nós que votamos em Bolsonaro somos conspiradores, que pretendemos derrubar Temer para instalar o terror, um terror semelhante ao jacobino, é coisa de quem não conhece a história. Plinio Correa de Oliveira descreve muito bem a revolução: "Produzir um processo tão coerente, tão contínuo, como o da Revolução, através das mil vicissitudes de séculos inteiros, cheios de imprevistos de toda ordem, nos parece impossível sem a ação de gerações sucessivas de conspiradores de uma inteligência e um poder extraordinários. Pensar que sem isto a Revolução teria chegado ao estado em que se encontra, é o mesmo que admitir que centenas de letras atiradas por uma janela poderiam dispor-se espontaneamente no chão, de maneira a formar uma obra qualquer, por exemplo a "Ode a Satã", de Carducci."

    As forças propulsoras da Revolução têm sido manipuladas até aqui por agentes sagacíssimos, que delas se têm servido como meios para realizar o processo revolucionário". E segue: Por fim, Luís XVI, apesar da manifesta exaltação das paixões da opinião pública de seu reino, julga conveniente a convocação da assembleia dos deputados; tal ato propiciou a coligações dos fatores que vimos acima, fazendo-os eclodir numa das maiores revoluções da história. O pobre monarca perceberia tarde que esse seu gesto inconsciente e cheio de boa vontade acabaria por terminar o lânguido processo da morte de seu reino. Isto se explica, pois, há muito que o movimento das ideias ? imbricado com a enciclopédia nascente ? preparava o golpe: a influência do pensamento de Voltaire, Rousseau, d?Alembert, Diderot, e outros, fizera destes filósofos "os diretores de consciência da maioria dos deputados do clero e da nobreza[20]", da mencionada assembleia. Em suma, "os que agiam às escuras estavam, após meio século de propaganda ?filosófica?, prontos para iniciarem a investida[21]", enquanto o rei, por sua parte, "ignora ainda a potência desta ?república das letras?" e, ao querer remediar as crises internas de seu reino, convoca imprudentemente a reunião dos Estados Gerais[22]: "Ele queria reformas [mas não percebe que é] a Revolução que está aí[23]". Talvez seja isso, os que querem as reformas terão a revolução.

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