Carta à direção da Conab, ... Senhoras e Senhores, a CONAB vem fazendo um excelente trabalho de ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA de CAFÉ, como o divulgado ontem, 21 de dezembro. Porém, no que tange à produção brasileira de café, há uma grande divergência entre dados publicados pela CONAB e os dados informados pelo USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos .
Para dirimir esta dúvida, a equação de "safra derivada" aponta que os dados publicados pela CONAB tem sido coerentes com a realidade , por isto a importância de levantamentos de estoques de café brasileiros também realizados pela CONAB .
Assim sendo o USDA tem superestimado a produção brasileira , criando um panorama de excedente de produção de café no mundo , e , este excedente artificial tem prejudicado a formação de preços para o café.
Se considerarmos as safras de 2016/17 e 2017/18 , o USDA superestima a produção brasileira em 12 milhões de sacas , mais que 12% da real safra , e isto é deveras prejudicial a todos os cafeicultores do mundo , pois venderão o fruto de seu trabalho a preço "vil" .
Para vosso conhecimento segue a carta reclamação que encaminhei em 15 de dezembro ao USDA sobre a divulgação por eles de previsões da safra brasileira de café.
Sei que o USDA é autônomo para divulgar informações , porem a Organização Internacional de Café tem divulgado dados de produção de café do Brasil diversos dos dados oficiais brasileiros publicados pela CONAB .
Assim sendo , penso que V.Sas. deveriam agir junto a imprensa nacional e internacional mostrando que os dados da CONAB tem muita mais coerência com a realidade brasileira.
A pobreza do mundo só será mitigado com ações efetivas , e se inicia com transparência e informações fidedignas .
Segue a tradução da carta enviada ao USDA
Para
USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
Sr. Tony Halstead
Ref .: Café: seu relatório sobre Mercados mundiais e Comércio de 15 de dezembro de 2017 , Produção, Mercados e
Carta à direção da Conab, ... Senhoras e Senhores, a CONAB vem fazendo um excelente trabalho de ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA de CAFÉ, como o divulgado ontem, 21 de dezembro. Porém, no que tange à produção brasileira de café, há uma grande divergência entre dados publicados pela CONAB e os dados informados pelo USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos .
Para dirimir esta dúvida, a equação de "safra derivada" aponta que os dados publicados pela CONAB tem sido coerentes com a realidade , por isto a importância de levantamentos de estoques de café brasileiros também realizados pela CONAB .
Assim sendo o USDA tem superestimado a produção brasileira , criando um panorama de excedente de produção de café no mundo , e , este excedente artificial tem prejudicado a formação de preços para o café.
Se considerarmos as safras de 2016/17 e 2017/18 , o USDA superestima a produção brasileira em 12 milhões de sacas , mais que 12% da real safra , e isto é deveras prejudicial a todos os cafeicultores do mundo , pois venderão o fruto de seu trabalho a preço "vil" .
Para vosso conhecimento segue a carta reclamação que encaminhei em 15 de dezembro ao USDA sobre a divulgação por eles de previsões da safra brasileira de café.
Sei que o USDA é autônomo para divulgar informações , porem a Organização Internacional de Café tem divulgado dados de produção de café do Brasil diversos dos dados oficiais brasileiros publicados pela CONAB .
Assim sendo , penso que V.Sas. deveriam agir junto a imprensa nacional e internacional mostrando que os dados da CONAB tem muita mais coerência com a realidade brasileira.
A pobreza do mundo só será mitigado com ações efetivas , e se inicia com transparência e informações fidedignas .
Segue a tradução da carta enviada ao USDA
Para
USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
Sr. Tony Halstead
Ref .: Café: seu relatório sobre Mercados mundiais e Comércio de 15 de dezembro de 2017 , Produção, Mercados e
Relatórios Comerciais , https://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/coffee.pdf
Prezado Sr. Tony.
Já lhe escrevi em 16 de dezembro, como não obtive qualquer resposta, volto-lhe a escrever.
Como estudioso da produção de café do Brasil, venho apontar um grande engano que o USDA está cometendo quando
a produção de café do Brasil nas últimas duas colheitas, isto é 2016/17 e 2017/18.
Em 15 de dezembro de 2017, o USDA publicou em 15 de dezembro o relatório Coffee: World Markets and Trade ,
apontando que o Brasil colheu na em 2017/18 a quantidade de 51,20 milhões de sacas .
Venho por meio desta alertar-lhes que é impossível a previsão de safra apontada pelo USDA , vejamos o porquê desta
minha afirmação.
Já em 2016/17 o USDA aponta no mesmo relatório uma quantidade de 56,10 milhões de sacas como a colhida pelo
Brasil.
Já a CONAB, órgão responsável e oficial brasileiro para fazer a previsão de safra, aponta uma previsão de safra de
51,36 milhões de sacas, portanto inferior em quase 6 milhões de sacas.
Deste modo, temos uma grande diferença, que um dos dois respeitados órgãos erra, pois, uma diferença de mais de
10% entre as duas previsões não é admissível.
Para dirimir esta dúvida temos que sair do campo de previsões e partir para a efetiva safra colhida , desta forma vou
me basear na equação de safra derivada.
Safra derivada são obtidos através de levantamentos de estoques de café do ano anterior (2016), o uso de café total
(exportações mais consumo interno) no período de 12 meses ( Abril/2016 a Março/2017 ) , diminuindo as importações
de café no mesmo período , e estoques finais de café do ano atual (2017) .
De acordo com os levantamentos de estoques de café brasileiros realizados nas datas de 31 de março, constata-se
uma diminuição 4.957.592 de sacas nos estoques, demostrado abaixo:
Estoque de café do Brasil em 31 de março de 2016 = 15.078.997 sacas, fonte CONAB
Estoque de café do Brasil em 31 de março de 2017 = 10.121.405 sacas, fonte CONAB
Diferença de estoques = 4.957.592 sacas
No período de Abril de 2016 a Março de 2017, tivemos os seguintes usos para o café do Brasil :
Exportações Brasileiras no período de Abril16 até Março17(fonte CECAFÉ) = 33.488.053 sacas
Consumo doméstico no período de Abril16 até Março17, fonte ABIC = 21.200.000 sacas
Assim sendo, tivemos o uso de 54.688.053 de sacas para atender o consumo interno e as exportações brasileiras.
Como houve importações de 5.900 sacas neste período.
Desta forma temos que para um uso total de 54.688.053, que é a soma das Exportações + Consumo interno, houve
uma diminuição dos estoques de 4.957.592 sacas e uma importação de 5.900 sacas.
Matematicamente conclui-se que a Produção Brasileira de Café na safra 2016/17 foi de 49.724.561 sacas.
Assim, a colheita REAL colhida está abaixo das previsões do CONAB, então temos a expectativa de colheita de CONAB.
Então, através destes dados, temos uma superestimava de produção brasileira por parte do USDA que é
correspondente a 6.37 milhões de sacas.
Pode-se ter dúvidas dos dados de estoque, se a contagem é correta e abrange 100% do estoques, porem penso que o
mais correto é nos focarmos na diferença de estoque de um ano para o outro, que mostrou uma diminuição de 4,95
milhões de sacas de estoque.
E corroborando com produção menor que o estimado pelo USDA, nota-se que as exportações brasileiras diminuíram
no período, mesmo o Governo Brasileiro tendo vendido todo o estoque governamental, que era aproximadamente
1,6 milhões de sacas.
Enfim, vamos no focar na safra de 2017/18, prevista pelo USDA em 51,20 milhões de sacas ., que é o amago de minha
reclamação ao USDA.
O Brasil é um pais continental, e fazer previsões de café nas mais diversas regiões exige um trabalho árduo.
Temos a previsão oficial brasileira, feita pela CONAB, informando uma expectativa de produção de 44,77 milhões de
sacas, portanto inferior em 6,42 milhões de sacas que a previsão do USDA.
Novamente temos uma grande diferença de informações entre dois importantes órgãos governamentais.
O mais prudente a fazer, é buscarmos os históricos de produção do ano anterior, e baseado nestes dados e de acordo
com o histórico das condições climaticatica de cada região partir de um início.
Como todos sabemos, o ciclo de produção de cafés arábicos no brasil é bianual, com safras maiores nos anos pares e
safras menores nos anos impares.
A produção de 2017/18 é um ano de ciclo baixo, com uma produção menor de cafés arábicos.
Além da diminuição bienal, tivemos um clima não favorável a produção, é durante a colheita foi notado uma menor
produção devido a alguns fatores:
a) menor tamanho dos grãos, com menor incidência de peneiras 17 e 18, devido a menos chuvas no período de
granação.
b) menor rendimento, pois foram necessários mais frutos para se fazer uma saca de café, exemplo, quando em anos
são necessários 420 litros de café cereja (fruto) para uma saca de 60 quilos, no ano de 2017 foram necessários 450 ,
470 litros para se fazer os 60 quilos.
c) alta incidência de broca no café, trazendo uma pequena perda devido ao grão perfurado.
Todas as afirmações acima poderão ser comprovadas com relatos de noticiários da época e fazendo uma enquete
junto as regiões produtoras brasileiras e pesquisando junto as cooperativas o recebimento de café em relação ao ano
anterior.
Como é fato, as exportações brasileiras diminuíram bastantes no período que se iniciou em Julho de 2017 até
novembro de 2017, usando os dados do CECAFÉ para efeitos comparativos, temos:
Julho a Novembro de 2016 14.718.603 sacas.
Julho a Novembro de 2017 12.572.397 sacas.
Portanto temos em 2017 exportações inferiores em 14,60% ao mesmo período do ano de 2016.
Consultando Cooperativas e Armazéns Gerais, nota-se que os estoques atuais são muito inferiores aos estoques de
um ano atrás.
Como exemplo cito pesquisas que fiz junto a região do Cerrado e Sul de Minas.
No Cerrado os estoques atuais são menores em 50% que um ano atrás, e, no Sul de Minas, estes estoques são 35 %
inferiores.
Em minha opinião, considerando que houve uma melhoria na produção de café conilon no estado de Espirito Santo,
as expectativas de produção total de café pela CONAB ainda são otimistas.
Assim sendo, solicito ao USDA que verifique a veracidade de minhas informações, e sendo elas verídicas e fidedignas,
é necessário que o USDA faça uma correção em suas informações divulgadas.
Estou a vossa disposição para maiores informações.
O erro grosseiro de informação na produção de café, onde milhões de famílias no mundo dependem para sua
sobrevivência é injusto e cruel.
Atenciosamente,
Marco Antonio Jacob