Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 20/01/2018 10:51

    Amigos do Noticias Agricolas, nesse comentário quero falar sobre a atuação politica da FPA -- também conhecida como bancada ruralista. Peço pois tolerancia à divergencia ao moderador dos comentários, já que sei que essa posição politica não é a do site Notícias Agrícolas. Pois bem, curto e grosso, começo afirmando que a bancada ruralista, principalmente seus maiores expoentes, não são capitalistas, não acreditam no livre mercado como a melhor forma de desenvolver o país. Assim como não é capitalista um Brasil onde 10 ou 11 empresas de construção dominam e controlam todas as obras públicas do país, não é capitalista um país onde escolheram e escolhem campeões mundiais, não é capitalista um país onde dá mais lucro fazer lobby junto ao governo do que produzir com eficiencia, não é capitalista um país onde se fazem negócios de terras onde a renda bruta do empreendimento é igual aos juros brutos que poderiam ser recebidos pelo capital empregado. Essa deve ser a escolha nas próximas eleições, se vamos exigir uma sociedade livre, empreendedora ou se vamos continuar a financiar o enriquecimento de politicos e seus apaniguados. A FPA tem emitido notas e se manifestado sempre em respeito a assuntos pontuais, ambientalismo, funrural, reforma das leis trabalhistas, sempre com grande confusão e prejuizo aos produtores. Os politicos que não precisam cumprir lei nenhuma exigem que cumpramos todas. Houve uma reação forte de comentaristas de esquerda aqui do site quando afirmei que a FPA é em sua maioria de esquerda. Infelizmente minha resposta ao Sr. Tiago Gomes não foi publicada e deixo registrado aqui que foi a primeira vez que isso aconteceu, e que se por acaso dias depois ela foi anexada ao comentário do Sr. Tiago, nada mais tenho a declarar. Volto então ao ponto, de qualquer forma os produtores rurais estão a muito tempo sendo pautados pelas politicas que vem de cima, de maneira bonita sempre dourando a pilula. E digo isso por que não vemos nenhuma reação dos parlamentares da agropecuaria a respeito da falacia do aquecimento global e que pelo contrário, existem muitos grupos que apoiam as determinações internacionais baseados em um discurso de que isso trará renda ao país e aos brasileiros, muito embora a maioria dos produtores rurais não acredite nisso. O Sr. Nilson Leitão por exemplo, lider da FPA e do partido socialista PSDB, que ideologicamente não difere do PT, sendo que a única coisa em que se opõe um ao outro é sobre quem deve comandar o processo de socialização do país. Nem uma palavra sobre os absurdos que a militancia petista está planejando e executando à luz do dia. São cúmplices? Pensem sobre isso amigos, olhem ao redor, vocês sabem disso tanto quanto eu, o socialismo é lindo e maravilhoso para os comandantes, para os que acham que podem planejar e gerir todas a economia, da energia elétrica ao feijão de cada dia. Mas isso se dá em cima de imensas dificuldades que esses verdadeiros vilões impõe não só aos empresários brasileiros, mas a todo o povo, principalmente aqueles que são mais pobre e que de maneira vil e covarde esses mentirosos dizem defender.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Aqui a resposta ao Sr. Tiago Gomes que não vi publicada: Tiago Gomes, é verdade sim que dou importancia à separação entre direita e esquerda. O Brasil precisa urgentemente de um partido conservador. Primeiro vou dizer que o PT é a esquerda revolucionária, a esquerda radical enquanto o PSDB é a esquerda progressista. No espectro ideológico portanto são iguais, partidos de esquerda. Espanta a ponto de achar que você é um completo ignorante em politica e que se acha na posição de dar aula. E digo isso não no sentido depreciativo, ofensivo ou debochado, falo isso por que você confunde oposição politica com oposição ideológica. Ou não é fato que o PT chama o PSDB de direita, de neoliberal, apesar dos dois partidos pertencerem a mesma corrente ideológica. O eleitor imagina estar votando na oposição ideológica mas ele vota mesmo é apenas na oposição politica. O centro do qual você fala é apenas um ponto imaginário onde deveria estar o estado de direito. Todos os partidos no Brasil estão à esquerda desse ponto, não existe direita brasileira. O conservadorismo não tem representação alguma no executivo, totalmente dominado pelo PT e PSDB. Afirmar portanto que a bancada ruralista por ser fisiologica não é ideologica é uma rematada besteira. Por isso é que as lideranças ruralistas não defendem nenhuma mudança estrutural no sistema e forma de governo. Protecionismo, assistencialismo, estatismo, não podem conviver com valores conservadores como a propriedade, liberdade, inclusive a economica. Não é possivel um conservadorismo estatista, assim como não é possivel um libertarianismo esquerdista. As duas correntes devem se unir pois suas doutrinas não são antagonicas. Conservadorismo cultural com libertarianismo economico podem e devem ser complementares. Não temos por parte da frente parlamentar da agricultura nem o conservadorismo cultural, tampouco o libertarianismo economico, portanto volto a reafirmar que a FPA é sim de esquerda.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, só para reforçar o seu comentário, gostaria, humildemente, de colocar esse trecho: " No setor bancário, as regulamentações impostas pelo Banco Central impedem a vinda de bancos estrangeiros e o surgimento de bancos pequenos ao mesmo tempo em que garantem uma reserva de mercado para os grandes bancos já estabelecidos.

      No setor de telecomunicações, as regulações da ANATEL protegem as quatro empresas telefônicas já estabelecidas e criam barreiras artificiais ao surgimento de novas empresas do setor, bem como a vinda de empresas estrangeiras para cá. Sem a ANATEL, toda e qualquer empresa de telecomunicação, internet e TV a cabo do mundo estaria livre para vir para cá. Essa maior concorrência derrubaria as tarifas (no Brasil estão entre as mais caras do mundo) e fariam os serviços melhorar espetacularmente. Empresas que reconhecidamente prestam serviços de qualidade nos mercados internacionais ? como a AT&T, Vodafone, Verizon, T-Mobile, Orange ? estariam livres para chegar aqui amanhã.

      No setor aéreo, as regulamentações da ANAC garantem uma reserva de mercado para as empresas nacionais já estabelecidas. Quem tentar criar uma empresa para concorrer com elas será barrado (a menos, é claro, que você tenha boas conexões políticas). Igualmente, empresas estrangeiras são proibidas de fazer vôos nacionais aqui dentro, para não afetar o oligopólio protegido pela ANAC. Com uma reserva de mercado garantida ? há apenas quatro empresas aéreas autorizadas pelo governo a servir um mercado de 200 milhões de consumidores potenciais ?, o Brasil é o 12º país mais caro do mundo para viajar de avião. Brasileiros pagam 48% mais que os britânicos e 223% mais que os norte-americanos para cada 100 quilômetros voados.

      No setor elétrico, as regulamentações da ANEEL impedem o surgimento de empresas para concorrerem livremente com as estatais do setor, o que aumentaria a oferta de energia. Houvesse uma genuína livre iniciativa no setor elétrico, quem quisesse produzir e vender energia elétrica, seja ela hídrica, nuclear ou térmica, estaria livre para tal. A produção e a venda de eletricidade seria uma atividade comercial como qualquer outra. Os preços certamente cairiam.

      No setor de transportes rodoviários, as regulações da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) impedem o surgimento de empresas de ônibus para concorrer com as já existentes, as quais detêm privilégios monopolísticos concedidos pela agência. Pior: impedem que as já existentes concorram mais diretamente entre si. É a ANTT quem estipula qual empresa de ônibus pode fazer qual rota e em qual horário. E é ela também que impede que mais de uma empresa de ônibus sirva a cidades que tenham menos de 200 mil habitantes.

      No setor de planos de saúde, as regulamentações e imposições da ANS (Agência Nacional de Saude), com seus controles de preços e exigências de coberturas e de serviços mínimos, levaram a uma concentração sem precedentes do mercado, com a expulsão dos pequenos provedores e a expansão dos grandes, bem como de seus preços. No ano 2000, quando a ANS foi criada, havia 3.577 operadoras de plano de saúde atuando no Brasil. Uma década depois, o número caiu para menos da metade: 1.628, sendo que apenas 12% delas concentram mais de 80% dos usuários. E, em março de 2017, o número já era de apenas 1.076 operadoras.

      Por fim, há o exemplo mais explícito de todos. No setor petrolífero, as pesadas regulamentações da ANP não apenas tornam proibitivo o surgimento de qualquer empresa que queira prospectar petróleo aqui no Brasil e nos vender, com também garante a total cartelização do setor de postos de combustível. Postos de combustível são uma das reservas de mercado mais antigas do país. Não há nenhuma liberdade de entrada para qualquer concorrência neste ramo.

      Tente você abrir um posto de gasolina. Além de todas as imposições da ANP e de todos os papeis, taxas, cobranças, cartórios, filas, carimbos, licenças e encargos, há ainda toda uma cornucópia de regulamentações ambientais, trabalhistas e de segurança que fazem com que abrir um posto de combustíveis seja uma atividade quase que restrita aos ricos (ou a pessoas que possuem contatos junto ao governo).

      Livre concorrência nesta área nunca existiu. Você só consegue se tornar dono de um posto de gasolina se o seu atual dono lhe passar o ponto. Apenas veja na sua própria cidade. Qual foi a última vez que você viu um posto de gasolina ser aberto em uma nova localidade? Praticamente nenhum posto quebra e nenhum posto novo surge.

      Conclusão

      Além dos citados acima, vale também mencionar estações de rádio, de televisão, provedoras de internet, hospitais, escolas, açougues, restaurantes, churrascarias, padarias, borracharias, oficinas mecânicas, shoppings, cinemas, sorveterias, hotéis, motéis, pousadas etc. Nada disso pode surgir sem antes passar por incontáveis processos burocráticos que envolvem licenciamento, taxas, propinas, inspeções, alvarás, registros cartoriais, reconhecimentos de firmas etc.

      São barreiras que prejudicam o surgimento dos pequenos e garantem uma reserva de mercado para os grandes.

      Em teoria, regulações e fiscalizações existem para proteger o consumidor. Na prática, protegem as grandes empresas dos consumidores. No final, elas nada mais são do que um aparato burocrático que tem a missão de cartelizar as empresas que operam nos setores regulados, determinando quem pode e quem não pode entrar no mercado, e quem pode e quem não pode permanecer no mercado (sempre em prejuízo das menores).

      Quanto maior é a regulamentação governamental, mais incentivos existem para a corrupção, para o suborno, para os favorecimentos e para os conchavos. Em vez de se concentrar em oferecer bons serviços e superar seus concorrentes no mercado, as empresas mais endinheiradas poderão simplesmente se acertar com os burocratas responsáveis pelas regulamentações e fiscalizações, oferecendo favores e, em troca, recebendo agrados como restrições e vigilâncias mais apertadas para a concorrência.

      Livre mercado significa, por definição, liberdade de entrada. Quem quiser abrir uma empresa, em qualquer setor da economia, tem de ter liberdade de fazer isso quando quiser, sem ter de enfrentar uma montanha burocrática de restrições dispendiosas, sem ter de molhar a mão de fiscal, sem ter de pagar inúmeras taxas "legais", sem ter de pedir autorização para funcionários públicos, e sem ter de beijar a mão de políticos.

      Como estamos longe disso".

      (Em: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2769)

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    • Luiz Antonio Lorenzoni Campo Novo do Parecis - MT

      É Rodrigo, aqui no MT, não são somente os membros da bancada ruralista traíras, os sedizentes representantes dos produtores, também o são. TODOS, são da fina flor da "nomenclatura" e sempre tem uma "entidade" para ser abrigado... e no NA deve ser norma vetar comentários que vão contra o status quo... afinal, o "vil metal", vem daí né!!!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Rensi, excelente complemento, o Sr. acertou em cheio pois depois quando reli o que havia escrito depois de publicado pensei que o que faltou foi justamente mais exemplos daquilo em que a FPA conscientemente se omite porque os favorece. Obrigado pela ajuda.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Amigo Luiz, tenho que me manifestar em favor do site Noticias Agricolas pois o comentário/resposta foi publicado logo acima, e reitero que foi a primeira vez que aconteceu, não sendo prática dos moderadores esse tipo de comportamento. Tenho que parabenizar o meu querido amigo João Batista, e chamo assim por que ele também assim me considera embora ele nunca tenha me visto e de minha parte o conheço porque é um grande e reconhecido jornalista e profissional. Tenho ainda a dizer em seu favor que certa feita por comentários que ele considerou excessivos... vamos dizer assim, disse em alto e bom som que perdia publicidade devido à publicação dos meus comentários e por isso sou grato a ele e a toda a equipe do site Noticias Agricolas que tem aberto espaço à todos os tipos de argumentos, contradições e até a opiniões que não considero relevantes por serem apenas divulgação de propaganda politica. Em minha opinião, isso faz parte e é muito bom para que consigamos devolver a democracia ao nosso país, livre de autoridades criminosas, contra as quais sei que voce tem trabalhado muito, assim como nosso grande amigo, grande ser humano, João Batista Olivi, a quem devo agradecer, pois sempre penso na grande pressão que ele deve sofrer de todos os lados e que com muita inteligencia e sabedoria tem conseguido superar para o bem de todos nós e de nosso Brasil. Um grande abraço amigo João Batista e um grande abraço a você, amigo Luiz Antonio Lorenzoni que também luta conosco por esse Brasil amado.

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