Leite: Próximos passos da entressafra
Isto é reflexo da menor quantidade de leite captada em nível nacional pois, devido ao período de seca os pastos fornecem menos nutrientes, reduzindo a produção de leite.
Questões climáticas adversas, como a seca prolongada em alguns estados, colaboraram para este quadro. Ao mesmo tempo a demanda por lácteos cresce ano a ano.
No pagamento de maio foi verificado o preço mais elevado até o momento. O produtor recebeu, em média, R$0,820 por litro.
Em relação ao pagamento anterior houve alta de 0,2%. Na comparação com o mesmo período do ano passado o produtor recebeu 2,6% mais. Veja a figura 1.
Entre os laticínios pesquisados, 49,0% acreditam em estabilidade para o próximo pagamento, a ser realizado em meados de junho, e 28,4% acreditam em queda do preço do leite ao produtor.
O atacado não está absorvendo a alta dos preços. Sendo assim os laticínios vão começar a baixar os preços mesmo com a captação caindo. No mercado spot o preço já caiu.
Em maio espera-se uma queda de 4,3% na captação nacional ponderada. Os estados que terão quedas mais acentuadas estão no Sul e no Nordeste.
Atacado e varejo
Em São Paulo, o consumidor já sente no bolso os reflexos deste período de entressafra, a média do preço do leite longa vida (UHT) pago no varejo foi de R$2,26/litro em maio, 3,4% menos que há um ano.
Em relação a janeiro de 2012, os preços estão 2,5% maiores.
No atacado o leite UHT está 9,1% mais barato que em 2011.
A margem do varejo em relação ao atacado aumentou nos últimos anos, a média do leite UHT em maio ficou em 30,6%. A média desde 2002 está em 18,2% (linha vermelha na figura 2).
Importações e exportações
Com a valorização do dólar, o produto importado fica menos interessante.
O volume de lácteos importados neste primeiro quadrimestre foi significativo, principalmente de leite em pó.
A média de importação mensal deste produto em 2011 foi de 62,9 mil toneladas equivalentes litros de leite.
Em 2012 a média está em 67,9 mil toneladas equivalentes litros de leite até o momento, ou 7,9% maior que a média do ano anterior.
A valorização do dólar frente ao real também favorece as exportações que em abril totalizaram US$8,9 milhões, 13,7% mais que em março. Em comparação com janeiro deste ano, o Brasil está exportando 76,9% mais.
Devido à queda das importações e aumento das exportações, a balança comercial está menos negativa que nos meses anteriores. Tabela 1.
Há perspectivas para que nos próximos meses diminua o déficit na balança comercial de lácteos, o que é favorável para o mercado interno.