Em Chicago, grãos recuam e soja fecha com mais de 40 pts de queda
Publicado em 13/08/2012 17:06
Nesta segunda-feira (13), os futuros da soja, do milho e do trigo encerraram a sessão com expressivas perdas. A soja perdeu mais de 50 pontos no contrato agosto e os demais ficaram com mais de 35 pontos de queda. O trigo fechou o dia com mais de 20 pontos negativos e o milho com mais de 10.
O dia foi de realização de lucros e liquidação de fundos para o mercado de grãos na Bolsa de Chicago. A intensa correção de preços no pregão seguinte ao da última sexta-feira (10), quando o mercado reagiu sem muita expressão após a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Como explicou Fernando Muraro, analista de mercado da AgRural, o mercado já vinha antecipando uma tendência para os novos dados do departamento e, ao serem confirmados, não trouxeram nenhum novo estímula para a renovação das altas. "O mercado já vinha antecipando uma tendência, e os números de quebra de safra nos Estados Unidos já estavam dentro do esperado. Agora, o mercado precisa de outros fatores altistas para continuar subindo".
Muraro explica ainda que para que o mercado voltasse a registrar fortes ganhos como os que vêm sendo registrados nas última sessões, seria necessária a continuidade da adversidade climática nos Estados Unidos. Entretanto, apesar de ainda irregular, as temperaturas bem mais amenas e uma situação menos ruim para as lavouras.
Porém, apesar dessa sinalização de uma mudança climática, a tendência de alta para os preços continua. O mercado enfrenta um cenário de oferta muito ajustada, com um perda de aproximadamente 100 milhões de toneladas na safra de milho e quase 20 milhões na soja. Além disso, a demanda é contínua e crescente, outro fator de sustentação para os preços.
Diante desse quadro, os fundos aproveitaram o momento e a falta de novidades substanciais para realizar lucros e liquidar suas posições. Na última sexta-feira (10), os fundos cortaram parte de suas posições compradas, movimento que não era visto em nove semanas e que também acaba pressionando as cotações.
"Os fundos têm um enorme posição comprada no mercado e olhando as condições climáticas para o Meio-Oeste norte-americano há previsões de chuvas que podem estabilizar as condições das lavouras ou até mesmo melhorar um pouco para a soja fez com que os fundos dessem atenção a isso e liquidassem parte de suas posições", disse Daniel D'Ávila, analista de mercado da New Edge.
Entretanto, D'Ávila confirma a ainda presente tendência de alta, afirmando que as máximas do mercado não foram vistas, haja visto que os números finais sobre a safra norte-americana ainda não são conhecidos e devem chegar em meados de novembro.
Boatos sobre etanol de milho nos EUA - Nesta segunda-feira (13), o mercado, pela manhã, sentiu ainda a pressão da notícia de um pedido da ONU (Organização das Nações Unidas) e do G20 para que fosse reduzido o mandato de etanol de milho nos Estados Unidos. A medida poderia aumentar a oferta para o consumo humano e animal como forama de conter a alta dos preços.
A informação teve um efeito psicológico no mercado, porém, logo analistas de mercado afirmaram que a probabilidade dessa redução acontecer é pequena. Os Estados Unidos vivem um ano de eleições presidenciais e, atualmente, a indústria de etanol de milho representa uma grande parcela da economia norte-americana.
Segundo Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, "o governo Americano pensará 10 vezes antes de reduzir o mandato e colocar mais pessoas na rua por tabela durante a situação econômica atual e com a taxa de desemprego onde se encontra, mesmo que seja uma mudança temporária".
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta segunda-feira:
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas
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