Federarroz vê sustentação de preços com o fim dos leilões da Conab
Para Coutinho, em 2013, como ocorreu em 2012, parte dos arrozeiros gaúchos terá disponibilidade de soja para vender no primeiro semestre, podendo reter a oferta de arroz. “Há maior disponibilidade de armazenagem em nível de propriedade, cerealistas e cooperativas por conta da redução dos estoques públicos, o que também reduz a oferta e o volume do chamado arroz a depósito”, acrescenta o dirigente.
O dirigente arrozeiro lembra que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê redução de 51% no estoque inicial do Brasil na entrada da safra 2012/2013 em comparação com igual período do ano anterior. Apesar de previsões governamentais de um pequeno aumento na produção da atual safra, os produtores sabem que o momento é decisivo em relação à produtividade. Algumas regiões têm perdas climáticas. “Deve-se considerar a redução de 14% nos estoques, conforme projeta a Conab, que se somarão à safra para atender ao consumo nacional”, frisa.
O Brasil pode exportar mais do que o 1,3 milhão de toneladas previsto pela Conab, o que enxugaria os estoques. “Basta manter a média em janeiro e fevereiro”, diz Daire Coutinho. A Federarroz está atenta à comercialização proposta pelo governo federal e insiste na adoção de cotas de importação do Mercosul. “É inaceitável o mercado ser manipulado por importações especulativas e desnecessárias”, diz ele.
Além disso, o setor insiste junto aos órgãos oficiais sobre a necessidade do País desenvolver mecanismos que desonerem o arroz produzido, permitindo a exportação contínua e a fidelização dos mercados já conquistados.
“O produtor de arroz tem que valorizar o seu produto, estar atento às informações e garantir uma remuneração justa e adequada à produção. Esse é o nosso grande desafio no momento”, enfatiza Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz.