DA REDAÇÃO: Governo precisa criar novos mecanismos para armazenagem, diz Engenheiro Agrônomo
Neste ano a agricultura brasileira cresceu 12%, principalmente devido ao aumento do consumo de fertilizantes. A produção de grãos do país em 2014 deverá ser em torno de 200 milhões de toneladas e em 2018 em cerca de 280 milhões de toneladas se o Brasil crescer 8% ao ano, que é o percentual histórico de crescimento. Com isso, se a armazenagem não aumentar, o país terá um déficit de 120 a 150 milhões de toneladas em 2018.
De acordo com o Engenheiro Agrônomo, Armando Portas, a produção e a produtividade brasileiras crescerão mais nas regiões pioneiras em agricultura, onde falta a maior parte dos armazéns necessários, assim como também faltam estradas e portos para escoamento da produção. Além disso, nessas regiões se encontram os agricultores menos capitalizados.
Neste ano, o governo lançou um programa de apoio à armazenagem que libera recursos aos produtores rurais. Esses recursos estão sendo buscados no BNDES e no Banco do Brasil e a demanda por novos investimentos em armazenagem está avançando. No entanto, segundo Portas, o governo deixou ao cuidado dos agricultores resolverem esse problema, mesmo porque os armazéns da Conab ainda estão sem equipamentos e não podem ser utilizados porque esse dinheiro que os agricultores já estão utilizando não chegou a esses armazéns para solucionar problemas de armazenagem onde a situação é bastante grave.
Portas afirma que o governo usou os agricultores para resolver o problema de armazenagem do país, enquanto poderia lançar mão de parcerias público-privadas ou diminuir os juros para os agricultores de regiões pioneiras, uma vez que isso já foi feito no Brasil: “A parceria público-privada foi utilizada, por exemplo, para construir estações de metrô e estádios e também é preciso criar novos mecanismos para a armazenagem no Brasil para ajudar a resolver o problema e não deixar apenas para que os agricultores resolvam”.