Após melhor preço em 10 semanas, soja tem correção técnica

Publicado em 10/04/2014 07:52

O mercado internacional da soja confirma a volatilidade adiantada pelos analistas para este mês de abril e, nesta quinta-feira (10), operam em baixa na Bolsa de Chicago, após as expressivas altas registradas na sessão anterior. Os preços da oleaginosa passam por uma correção técnica, após terem atingido, ontem, os melhores preços em 10 semanas na CBOT. 

Os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram positivos para o mercado, porém, ficaram dentro das expectativas dos traders, o que impediu que o mercado atuasse com mais força. Assim, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais contratos perdiam de 6,25 a 7 pontos. O vencimento maio era cotado a US$ 14,88, com queda de 6,50 pontos, já o julho valia US$ 14,71. 

Ainda assim, os dados do departamento norte-americano confirmaram a força dos fundamentos para o mercado, uma vez que deixaram ainda mais evidente a escassez de soja nos Estados Unidos, com as estimativas para as importações pelos EUA elevada a um nível recorde - de 1,77 milhão de toneladas - e o número chamado de residual levado a zero, contra 330 mil toneladas do boletim anterior. Ao mesmo tempo, confirmou também a força da demanda, elevando sua projeção das exportações de 41,6 para 43 milhões de toneladas.

"O mercado em Chicago continuará firme nas próximas semanas, até o começo de julho, agosto, com preços altos por conta dessa escassez norte-americana", disse o consultor em agronegócio Flávio França Junior. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Mercado fecha em alta na CBOT, apesar de USDA conservador

O mercado internacional da soja refletiu os números divulgados nesta quarta-feira (9) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e fechou o pregão com boas altas na Bolsa de Chicago. Os traders, no entanto, já vinham antecipando essas informações e se posicionando antes do boletim, o que limitou altas mais expressivas, principalmente nos primeiros vencimentos. 

Com isso, o vencimento maio/14, o mais negociado nesse momento, fechou o dia valendo US$ 14,95 por bushel, com alta de 12,75 pontos. No melhor momento do pregão, o contrato chegou a bater nos US$ 15, mas recuou. Ainda assim, a commodity fechou o dia com os mais altos preços em 10 meses. 

>> USDA reduz estoques de soja dos EUA e leva residual do país a zero

Os estoques finais de soja nos Estados Unidos foram reduzidos de 3,95 milhões de toneladas para 3,67 milhões de toneladas. Paralelamente, o USDA trouxe ainda um aumento das importações norte-americanas, que subiram de 950 mil toneladas para 1,77 milhão e, além disso, reduziram o volume residual de 330 mil toneladas a zero. 

O esmagamento de soja dos EUA também foi reduzido e ficou em 45,86 milhões de toneladas, contra 45,99 milhões do relatório do mês passado. As exportações dos EUA, por outro lado, cresceram expressivamente e sua projeção aumentou de 41,6 milhões para 43 milhões de toneladas. 

O USDA trouxe também informações sobre os demais países exportadores mais importantes do cenário e os números globais para a oleagniosa. A produção mundial de soja também recuou e passou para 284,05 milhões de toneladas, contra 285,43 milhões estimadas em março. Os estoques globais também caíram e passaram de 70,64 milhões para 69,42 milhões de toneladas. 

A safra do Brasil teve sua estimativa revista para baixo, ficando em 87,5 milhões de toneladas, contra 88,5 milhões do boletim anterior. Paralelamente, a produção da Argentina foi mantida em 54 milhões de toneladas, bem como a da China, em 12,2 milhões de toneladas. 

Para Flávio França Junior, consultor em agronegócio, apesar das mudanças, o boletim do departamento norte-americano ainda foi neutro e não trouxe nenhum número muito além das expectativas do mercado. 

"O USDA continua conservador nesse corte feito nos estoques de soja, os quais devem ser mais menores do que o que foi divulgado nesse boletim. As correções estão sendo feitas em doses homeopáticas para, talvez, não criar um grande tumulto no mercado, mas o corte foi feito, comprovou a expectativa do mercado, trouxe uma variável a mais de alta, mas acredito que haja mais correções nos próximos relatórios", disse França. 

Em relação a 2013, as importações de soja dos Estados Unidos aumentaram cerca de 81% para o recorde de 1,77 milhão de toneladas. O número, ainda de acordo com analistas, reflete o cenário de oferta e demanda ainda muito apertado no país, onde há uma escassez de produto e as exportações se mantendo em um ritmo bem acelerado. Para o ano comercial que se encerra em 31 de agosto, as exportações de soja dos Estados Unidos já somam 44,51 milhões de toneladas, um volume 3,5% maior do que a projeção do USDA divulgada hoje. 

"Há uma possibilidade de que o USDA tenha subestimado as exportações norte-americanas com apenas cinco meses para terminar o ano comercial. O problema do aperto dos estoques dos EUA não foi solucionado, então, a única surpresa do dia foi os preços não terem subido ainda mais", disse o analista internacional Jerry Gidel, da Rice Dairy LLC, de Chicago, à agência Bloomberg. 

Com esse quadro, Flávio França acredita que o mercado só deve sinalizar uma mudança de tendência são as informações sobre a nova safra norte-americana, o que deve manter uma volatilidade expressiva sobre os negócios daqui para frente. "O mercado em Chicago continuará firme nas próximas semanas, até o começo de julho, agosto, com preços altos por conta dessa escassez norte-americana", diz.  

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Antonio Nascimento campo mourão - PR

    Hô.. YES!! nós ainda temos bananas!? no ano passado foi mesma coisa.........

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