DA REDAÇÃO: Excesso de chuvas atrasa plantio do milho no norte do Rio Grande do Sul

Publicado em 13/06/2014 19:24 e atualizado em 16/06/2014 11:48
Trigo: Excesso de chuvas no RS está atrasando o plantio de trigo e da cevada. Produtores já tem mercado garantido para a cevada e preços são fixados. Já o trigo tem preços em queda e previsão é de aumento da área plantada.

O excesso de chuvas que atingiu a região norte do Rio Grande do Sul (RS) nas últimas semanas e a previsão de mais precipitação para os próximos dias têm atrasado o plantio do milho e feito com que os produtores percam o melhor momento para produção da cevada, que é vendida à Ambev para a produção da cerveja brasileira e argentina.

Há cerca de dois anos, a região de Passo Fundo (RS) ganhou uma maltaria grande, que propiciou um aumento da plantação da cevada no norte gaúcho. No entanto, menos de um terço do produto - que vai ao chão entre maio e 20 de junho - foi plantado devido à alta pluviosidade.

Segundo Leandro Granela, diretor do Sindicato Rural de Getúlio Vargas (RS), a cevada já tem a compra garantida por um preço fixado pela Ambev e possui um ciclo mais curto que o do trigo, além da palhada (mata que brota junto ao plantio) ser de melhor qualidade para a plantação da soja em comparação ao trigo. “O preço da cevada fica próximo ao do trigo, no entanto, obtém-se maior liquidez”, falou Granela.

Já, o trigo enfrenta grande dificuldade em relação à comercialização. Segundo o diretor, o preço do grão caiu cerca de 25% em relação ao valor que era praticado há dois meses, impulsionado principalmente pelos grandes estoques. “Temos que achar uma solução para esse trigo que ficou estocado ou os preços vão cair ainda mais”, disse.

O milho segue a mesma dificuldade e a previsão é também de uma queda de plantio na região. As expectativas de preços - que eram entre R$ 22 e R$ 23 (a saca) - não se concretizou. Outros fatores prejudiciais são o custo das sementes, que têm aumentado, e a questão da cultura que poderá ser afetada mais gravemente em virtude de uma possível estiagem mais longa. “O fundo do poço está ficando cada vez mais fundo. Vai haver uma queda de plantio jamais vista”, acredita Granela.

Com as dificuldades no milho, o produtor acaba optando pela soja, que também vive um momento difícil devido à boa produção nos Estados Unidos e o efeito do El Niño que atinge o sul do Brasil, provocando chuvas além do previsto. “Agora, a chuva atrapalha. Nós precisamos dela mais para a frente, quando as culturas estiverem desenvolvendo os grãos, próximo a dezembro. Por mais que saibamos da necessidade, é difícil convencer o produtor a plantar o milho, com o valor dele a R$ 22 e a soja a R$ 60”, analisou o diretor.

Para ele, a soja continua como o carro-chefe da produção. “Desde que não haja uma queda no valor que seja absurda, ainda deixa rentabilidade e será a aposta do agricultor do estado”, concluiu o ex-presidente do sindicato.

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Por:
João Batista Olivi // Fernando Pratti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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