DA REDAÇÃO: Em Cascavel (PR), chuvas podem ocasionar perdas na qualidade do grão e favorecer o aparecimento de doenças
As chuvas dos últimos dias e as previsões indicando mais precipitações para a região de Cascavel (PR) já preocupa os produtores de milho safrinha. Isso porque, além de ocasionar perdas na qualidade do grão, a situação também pode favorecer o aparecimento de doenças nas plantas, principalmente a giberela.
Segundo o produtor rural do município, Jurandir Lamb, o cenário também impede que os agricultores iniciem a colheita do milho. “Na semana passada, alguns produtores começaram a colheita do grão, porém, o índice de umidade ficou em 31% e as cooperativas só aceitam o produto com nível de umidade em torno de 25%. A partir de agora, cada dia que demora na colheita, temos menos calor, luminosidade e ventos, que poderiam contribuir para a perda de umidade das plantas”, destaca.
A projeção é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo na localidade, a partir da segunda quinzena de junho. E, por enquanto, a estimativa é de um rendimento médio entre 100 sacas a 110 sacas do grão por hectare. “Claro que fica uma preocupação, já que, em anos anteriores, a perda na produtividade chegou próxima de 40% devido às precipitações”, explica Lamb.
Paralelamente, a queda nos preços do milho também é uma apreensão dos agricultores. Em Cascavel, alguns contratos foram feitos a R$ 22,50 a saca, entretanto, as cotações recuaram e giram em torno de R$ 19,00 a saca, nesse momento. O produtor ainda sinaliza que, nesse patamar, o valor não cobre os custos de produção.
“Precisaríamos de um valor entre R$ 24,50 a R$ 25,00, com uma produtividade ao redor de 100 sacas do grão por hectare. Com isso, faz parte da estratégia do produtor segurar o produto para negociar mais adiante. Além disso, temos a expectativa em relação ao El Niño, que se configurado, poderá ocasionar mais chuvas para o Sul do Brasil e menos precipitações nos EUA, que poderia refletir na safra norte-americana”, ressalta Lamb.
Safra 2015/16
Por outro lado, os custos de produção para a próxima safra já registram uma elevação de 20% na localidade. Consequentemente, os agricultores tentam equilibrar as contas e a perspectiva é de redução nos investimentos para a safra 2015/16.
“Temos o atraso na liberação dos recursos para o pré-custeio, mas, mesmo que saiam, os produtores irão reduzir as aplicações de insumos nas lavouras, pois não há uma perspectiva de preços. Nesse momento, está tudo parado, somente os agricultores capitalizados estão fazendo as compras, o restante, cerca de 95%, não estão fazendo nada”, diz o produtor.
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