Agricultura quer CRA indexado ao dólar, BC trabalhará na proposta

BRASÍLIA (Reuters) - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, reuniu-se nesta quinta-feira com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para propor a possibilidade de emissão do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) indexado ao dólar como alternativa de financiamento para o agronegócio.
Segundo o Ministério da Agricultura, o encontro, que terminou no fim desta tarde no BC, foi motivado por pedidos da iniciativa privada e da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Presente na reunião, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que o interesse em viabilizar CRAs indexados ao dólar partiu de fundos estrangeiros.
"Tem fundos, tem investidores estrangeiros que querem aplicar e estão vendo que têm segurança nesse negócio para o Brasil", disse à Reuters.
O instrumento diversificaria o acesso ao crédito já travado na moeda norte-americana, também representando uma potencial fonte mais barata de financiamento na comparação com a ofertada por tradings.
Os produtores rurais já contam com o CRA denominado em real, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).
O CRA é um título de crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro emitido com base em lastro de recebíveis originados de negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros.
Segundo Heinze, ficou acordado na reunião que o BC trabalhará em conjunto com a Agricultura na redação de um projeto sobre o CRA indexado ao dólar.
O setor agrícola contava com uma aprovação mais rápida da medida, mas foi informado pela autoridade monetária da necessidade de formatação legal para a proposta.
"A (ministra) Kátia vai trabalhar com o Palácio pra ver se inclui isso numa medida provisória que sai mais rápido", completou o deputado, apontando expectativa de que o CRA indexado ao dólar já fique disponível para os produtores na safra 2015/2016.
Procurado, o BC afirmou via assessoria de imprensa que as conversas estão em estágio inicial e que os técnicos voltarão a se reunir para debater a possibilidade.
(Por Marcela Ayres; Edição de Roberto Samora)
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