Perdas por inundações na Argentina podem chegar a US$1,75bi
O governo de Santa Fe, na Argentina, fez uma estimativa na última segunda-feira (16) e chegou à conclusão de que 4 milhões de hectares estão afetadas pelas inundações na província, com perdas que devem ficar em US$1,1 bilhão.
A estimativa veio após uma reunião do governador, Miguel Lifschitz, com representantes da Confederação de Associações Rurais de Santa Fe (Carsfe).
"Sobre 7 milhões de hectares de área agrícola cultivada, 4 milhões se encontram afetados, dos quais, preliminarmente, 1,5 milhão está em forma crítica", disse o governo da província em um comunicado.
Santa Fe também estimou que haverá impacto para a produção leiteira. Há 1350 granjas leiteiras afetadas e uma população de 150 mil vacas também afetadas. Com isso, 54 milhões de litros de leite estão deixando de ser produzidos.
Considerando também as zonas do norte e oeste de Buenos Aires e Córdoba, as perdas podem chegar a US$1,75 bilhões de dólares, segundo estimativas oficiais e privadas.
Por conta das chuvas fortes, a semana passada já havia trazido dúvidas para uma colheita recorde. As chuvas do último final de semana agravaram o panorama, já que em várias regiões elas superaram os 200mm.
As inundações estão fazendo diminuir de novo as estimativas para a colheita. Pablo Adreani, da consultoria AgriPac, passou de prever 55 milhões de toneladas de soja ao início da safra para um número de 50 milhões de toneladas agora. Esses cinco milhões a menos representam US$1,75 bilhões, aproximadamente 7% do valor total da safra.
Adreani acrescenta ainda que há um milhão de hectares sem plantar com o cultivo: 300.000 por conta da seca no sul de Buenos Aires e 700.000 por conta das inundações. Além disso, há outros 700.000 hectares alagados, já plantados.
Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) calculou em 57 milhões de toneladas a safra de soja argentina. Para Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia de Soja (Acsoja) do país, esse número não corresponde a realidade, que deve ser "bem abaixo".
Em outubro do ano passado, durante um seminário, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) havia projetado para a soja uma produção de 53 milhões de toneladas. "Se havia chances de ter uma maior produção em relação ao publicado em outubro, é provável que tudo tenha se perdido depois das chuvas do último final de semana e das anteriores. É um acúmulo de chuvas que complicou grande parte do centro da região agrícola, somada, ainda, à seca no sul de Buenos Aires", disse Esteban Copati, analista da BCBA.
Marina Barletta, da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) disse que ainda falta o plantio de um milhão de hectares de soja e que há 500.000 hectares que estão comprometidos entre excessos de água e déficit hídrico. No entanto, ela acredita que nem tudo está perdido. "Os produtores esperarão até o final do mês para plantar soja. Se as águas diminuirem e o solo permitir, poderão terminar de plantar os hectares que faltam", explicou.
De uma área estimada de 19.300.000 para esta safra, as províncias de Santa Fe, Córdoba, Buenos Aires, Entre Ríos e La Pampa, das quais as três primeiras foram as mais atingidas pelas inundações, representam, de acordo com o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), 86%, ou seja, 16.610.000 hectares.
Com informações do La Nación
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