Produtores de cana argentinos estão preocupados com possível abertura de importação proveniente do Brasil
Na Argentina, a Federação Econômica de Tucumán (FET), o Centro de Produtores de Cana de Tucumán (CACTU) e o setor de Economias Regionais da Confederação Argentina da Média Empresa (CAME) expressaram um alto grau de preocupação diante do Governo nacional por conta da possível abertura da importação de açúcar proveniente do Brasil, que é o maior produtor e exportador do mundo.
De acordo com as entidades, essa medida poderia ter efeitos nocivos sobre o nível de atividade econômica da região, da qual a produção sucroalcooleira é a principal fonte de renda no agronegócio.
O setor sucroalcooleiro argentino se recupera, com grande esforço, de uma crise setorial. "Fomos muito castigados pelas políticas macroeconômicas", disse o presidente da FET, Héctor José Viñuales. "O valor artificial do dólar aumentava os custos de produção nessa moeda, reduzindo a competitividade e impossibilitando as exportações de praticamente um quarto da produção habitual".
Na Argentina, o mercado interno sucroalcooleiro tem preços muito inferiores aos custos de produção. Se não forem tomadas medidas protecionistas para potencializar o setor, como fazem todos os países produtores de açúcar, milhares de agricultores poderão ir direto à falência.
Ante a possibilidade da abertura de importação proveniente do Brasil, os produtores de cana relembram um fato histórico que ajuda a mostrar o alcance socioeconômico que teria uma medida semelhante. No ano de 1966, em Tucumán, 11 usinas fecharam suas portas e um quarto dos habitantes da província migrou para outras províncias como Buenos Aires e Santa Fe, em busca de novas oportunidades.
Tucumán gera 64% do total de açúcar do país e conta com mais de 6 mil produtores de cana-de-açúcar, 275 mil hectares cultivados e 15 engenhos, representando 35% do Produto Interno Bruto (PIB) da província.
Tradução: Izadora Pimenta
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