Ibovespa retoma viés positivo com exterior favorável; BTG Pactual lidera altas

A bolsa paulista recuperava o viés positivo nesta terça-feira, embalada pelo cenário externo favorável, em meio a perspectivas benignas sobre as relações comerciais entre Estados Unidos e China e números melhores do que o esperado sobre o setor empresarial norte-americano e na zona do euro.
Às 11:26, o Ibovespa subia 1,92 %, a 97.161,93 pontos. O volume financeiro era de 6,4 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, reflexo de realização de lucros, após quatro pregões seguidos de alta.
As bolsas nos EUA avançavam após o presidente norte-americano, Donald Trump, garantir que o acordo comercial com a China está intacto, em declaração no Twitter depois que o assessor econômico da Casa Branca, Peter Navarro, derrubou os mercados ao dizer que o acordo havia acabado.
"Esse breve momento de caos lembrou aos mercados que a guerra comercial está longe de terminar e poderia retornar a qualquer momento", afirmou o analista Milan Cutkovic, da AxiCorp.
Na visão de Cutkovic, sobre o viés positivo nos mercados, investidores parecem menos preocupados com o aumento de novas infecções por coronavírus em todo o mundo. "Embora o aumento em novos casos seja um pouco preocupante, o risco de um segundo bloqueio é visto como baixo", afirmou.
Dados econômicos norte-americanos endossavam a trajetória de alta, mostrando uma contração menor do que a esperada na atividade industrial em junho, enquanto as vendas de novas moradias no mês passado saltaram 16,6%, contra previsão de alta de apenas 0,6%.
Em paralelo, na zona do euro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar Composto do IHS Markit se recuperou a 47,5 em junho de 31,9 em maio, aproximando-se da marca de 50 que separa crescimento de contração. Pesquisa da Reuters projetava 42,4.
No Brasil, o Banco Central divulgou a ata da reunião da semana passada, quando cortou a Selic a 2,25%, e, na visão do Bradesco, reforçou mensagem de que estímulo monetário já implementado parece ser compatível com impactos econômicos da pandemia e que próximos passos demandam cautela.
O BC também regulamentou nesta terça-feira a compra de ativos privados pela autarquia autorizada por emenda constitucional aprovada pelo Congresso, definindo previsões que darão preferência a ativos emitidos por microempresas e empresas de pequeno e médio portes.
DESTAQUES
- BTG PACTUAL UNIT subia 6,67%, dando continuidade ao avanço da véspera, quando anunciou oferta bilionária de units, que prevê a alocação dos recursos para acelerar o crescimento da sua plataforma de varejo digital. Os papéis ainda tinham como pano de fundo anúncio de que o Credit Suisse assinou acordo com o Banco Modal para adquirir até 35% da participação do capital total do banco digital modalmais.
- B3 ON avançava 4,25%, também entre os destaques positivos, em meio a perspectivas favoráveis sobre o volume transacionado em suas plataformas. Apenas no segmento Bovespa, a média diária de volume financeiro em junho alcança mais de 35 bilhões de reais até o dia 22, de 26 bilhões de reais em todo o mês de maio e 29 bilhões de reais no acumulado de 2020.
- VALE ON mostrava acréscimo de 2,29%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no azul, com USIMINAS PNA em alta de 4,89% e GERDAU PN subindo 4,20%. CSN ON valorizava-se 3,87%. No radar dados de maio sobre os distribuidores de aço plano sinalizando recuperação sequencial.
- BRADESCO PN tinha elevação de 2,09%, em sessão de recuperação para o setor bancário, com ITAÚ UNIBANCO PN mostrando acréscimo de 0,84%. BANCO DO BRASIL ON avançava 1,5% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 2,14%.
- SABESP ON perdia 1,36%, após forte valorização na véspera, enquanto o mercado aguarda votação sobre o novo marco regulatório do saneamento básico, prevista para esta semana.
- LOJAS RENNER ON caía 0,86%, com o setor de varejo de vestuário mais fraco na bolsa, com alguns shopping centers voltando a fechar em razão do crescimento de novos casos de Covid-19. CIA HERING ON recuava 1,56%.
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