Federarroz se posiciona contrária a retirada da TEC de importação “desestimularia a retomada do cultivo no Brasil”

Publicado em 27/08/2020 10:53 e atualizado em 28/08/2020 03:37
Alexandre Velho - Presidente da Federarroz
Presidente da entidade destaca que pela primeira vez em cinco anos produtores de arroz consegue lucrar com a atividade e esperavam aumentar área para a próxima safra. Mercado brasileiro possui volume suficiente para abastecimento até chegada da nova safra

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Federarroz se posiciona contrária a retirada da TEC de importação “desestimularia a retomada do cultivo no Brasil”

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O posicionamento contrário a retirada das tarifas de importação de arroz pelo Brasil de países de fora do Mercosul é unânime entre os produtores, as cooperativas e as entidades do setor arrozeiro e encontra repudio até mesmo dentro das industrias do arroz.

A proposta foi divulgada na última quarta-feira (26) pelo secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, César Halum, zeraria as taxas que hoje são de 10% para o arroz com casca e 12% para o arroz beneficiado e pronto para o consumo.

Segundo o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, essa medida será um duro golpe aos produtores que acumularam cinco anos de prejuízos e redução de área cultivada e que, finalmente, registravam ganhos e já até estimavam retomar o crescimento da área para a próxima safra.

A liderança destaca que, até mesmo pelos dados da Conab, existe arroz suficiente no país para abastecer o mercado interno até o final do ano, quando chegariam novas ofertas. No mês de dezembro a colheita começa nos países do Mercosul, em janeiro em Santa Catarina e em fevereiro no Rio Grande do Sul, que representa 70% da produção nacional.

Velho acredita que a medida não deva ser concretizada, uma vez que os preços do arroz no mercado internacional são ainda maiores do que os brasileiros, o câmbio segue desfavorável para a importação e não há muitas origens disponíveis, já que os Estados Unidos vão primeiro atender os seus próprios mercados e possuem arroz de menor qualidade e a Índia, que tem qualidade ainda menor do que a dos norte-americanos.

Por fim, a Federarroz aponta que até mesmo o aumento no preço da saca de arroz ao consumidor final não chega a estar em patamares impraticáveis. De acordo com os cálculos da entidade, uma família de 4 pessoas, que consome arroz em todos os dias da semana, gasta entre R$ 25,00 e R$ 30,00 com arroz por mês e o produtor corresponde a apenas 3% da cesta básica atual.

Confira a íntegra da entrevista com o presidente da Federarroz no vídeo.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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