Bolsonaro minimiza queimadas e acusa ONGs de agirem contra regularização fundiária

BRASÍLIA (Reuters) - Em meio a mais um aumento recorde de queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as críticas sobre o assunto são "desproporcionais" e voltou a acusar organizações não-governamentais de atrapalharem as ações do governo na região.
Bolsonaro disse a apoiadores que o esperavam na porta do Palácio da Alvorada na noite de quarta-feira que ONGs colocaram "laranjas" na Amazônia para atrapalhar o processo de regularização fundiária iniciado pelo governo.
"Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal. Califórnia está ardendo em fogo. A África tem mais foco que no Brasil. Nós tentamos, com a regularização fundiária, resolver essa questão. Tem muita terra que a ONG botou laranja aqui, então o lobby é enorme para você não fazer a regularização também", disse o presidente.
Um projeto de regularização fundiária chegou a ser apresentado, mas a proposta foi extremamente criticada por ONGs e ambientalistas que avaliaram que, da forma que estava, permitiria a regularização de terras com desmate feito ilegalmente. A medida foi retirada de pauta na Câmara dos Deputados para ser analisada posteriormente.
Bolsonaro afirmou que a regularização das terras ajudaria o governo a encontrar os culpados por ações ilegais, mas minimizou a ocorrência de incêndios nas duas regiões, mesmo reconhecendo a ação humana.
"Agora, pega fogo. O índio toca fogo, o caboclo. Tem a geração espontânea. No Pantanal, 43 graus a temperatura média. No ano passado, quase não pegou fogo. Sobrou uma massa enorme de vegetais mortos para isso que está acontecendo agora", afirmou.
A Polícia Federal investiga, no Pantanal, a ação de cinco fazendeiros que seriam os responsáveis pelo início das queimadas em várias regiões do bioma.
No Pantanal, até quartas-feira, foram registrados 15.756 focos de incêndio, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um crescimento de 208% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Amazônia são 67.290 focos, 12% a mais que em 2019, que já foi o pior resultado desde 2010.
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