"Porque defendo a vendas de terras para estrangeiros", por Eduardo Lima Porto

Publicado em 26/12/2020 19:32 e atualizado em 28/12/2020 09:40
Em meio à polêmica do projeto de lei aprovado no Senado permitindo a vendas de terras para estrangeiros, o economista diretor da empresa LucrodoAgro publicou artigo onde defende o "legítimo direito do proprietário dar o destino que desejar às suas terras"

Com todo o respeito às opiniões divergentes, quero ressaltar que não estou afrontando aqui as pessoas, mas sim as idéias e, de forma respeitosa,  viso contribuir para a construção de um raciocínio benéfico. 

A minha discordância não pode ser tomada como “oposição generalizada”, mas como uma visão alternativa do processo que busca amplificar a análise dos prós e dos contras dessa proposta de Projeto de Lei que vem gerando tanta polêmica.

Alguém obrigará o Produtor Rural brasileiro, legitimamente constituído, a vender a sua propriedade a um investidor estrangeiro?

Essa pergunta é realmente importante de ser posta sobre a mesa e precisa ser respondida com honestidade.

Se houver qualquer sinal de imposição nesse sentido, estaremos realmente diante de um assunto que possui enorme gravidade e que atentará concretamente contra a soberania, não nacional, mas do direito individual.

Não me parece que seja o caso. Assim sendo, toda a discussão está girando em torno de um temor infundado, quase que infantil, na medida em que ninguém será coagido a fazer o que não quer.

Se fosse um proprietário de terras e estivesse interessado em vender a minha propriedade, avaliaria com muito interesse a possibilidade de vender para um estrangeiro e não para um brasileiro. Particularmente, me inclinaria a vender para o estrangeiro porque a chance de receber à vista de um brasileiro é remota e o risco de um calote numa transação a prazo é muito grande, dada a enorme flexibilização que se formou para permitir as Recuperações Judiciais de Pessoas Físicas no Agro, a qual impede a retomada do imóvel vendido e não pago porque afetará a “função social” do recuperando.

O impedimento de venda de propriedades aos estrangeiros limita brutalmente a capacidade do Produtor profissional de obter crédito no exterior, o que é um verdadeiro atraso e absoluto contra-senso num momento em que o mundo possui excesso de liquidez e taxas beirando o zero. 

Nessa linha, a legislação que veio se conformando nos últimos tempos protege em excesso o DEVEDOR no agro, prejudicando quem trabalha corretamente e não dá passos maiores do que as próprias pernas, pois tornou o processo de concessão de crédito uma verdadeira loteria e aumentou drasticamente a percepção de risco do setor. Não existe crédito sem garantias e sem segurança jurídica.

A questão dos investimentos estrangeiros em terras pode ser resolvida de forma inteligente e pragmática, sem dramalhões e muito menos com a provocação de incidentes diplomáticos desnecessários.

Basta que se estabeleçam vedações claras na legislação visando evitar algumas operações indesejáveis, como:

I - Não será permitido o investimento de estatais estrangeiras;

II - Não será permitido o investimento a partir de sociedades estrangeiras que possuam em sua estrutura de capital a participação de empresas e/ou fundos estatais;

Pelo que escuto das manifestações, o grande temor está centrado na possibilidade de aquisição de grandes áreas por parte de empresas chinesas. Isso se resolve facilmente com a inserção do princípio da reciprocidade na legislação. Países que não permitem o investimento de brasileiros em áreas agrícolas estão automaticamente vedados. Simples questão de acordo bilateral. Se não for assim, estaríamos impedindo o investimento de paraguaios no Brasil e como ficariam os milhares de brasileiros que produzem no Paraguai e Uruguai?

Superadas estas questões que afastariam definitivamente o temor do ingresso massivo de chineses no Brasil, a proibição dos investimentos significa um absoluto retrocesso e um ato que não visa proteger a “soberania”, mas sim a manutenção do atraso e a permissão da intromissão do Estado em questões privadas, tratando-se claramente de uma imposição verdadeiramente típica de países comunistas. O não reconhecimento desse aspecto pode ser decorrente da ignorância que pode ser sanada mediante a ampliação do conhecimento sobre o assunto. O que não pode ser curado é a chaga da desonestidade intelectual e a hipocrisia.

Qual é o verdadeiro problema de um estrangeiro investir no setor agropecuário brasileiro?

Por se tratarem de montantes significativos, o investimento se daria obrigatoriamente por via de uma empresa constituída no Brasil, cuja integralização de capital passaria 100% pelo crivo do Banco Central, como é de praxe em qualquer outro segmento da economia.

Como Pessoa Jurídica constituída no Brasil, mesmo que  detida por sócios estrangeiros, a empresa precisará seguir as leis brasileiras e as normas contábeis daqui.

Será virtualmente impossível para o investidor fazer as falcatruas tradicionais do setor, como pagar um valor “por dentro” e “outro por fora” na aquisição de uma fazenda, já que a legislação tipifica essa prática como LAVAGEM DE DINHEIRO, não só por aqui como em quase todos os países membros da OCDE.

Bons produtores deveriam aplaudir essa Lei porque a mesma valoriza os seus ativos a partir da ampliação do mercado (aumento da liquidez), além de apontar no médio prazo a perspectiva concreta de redução dos custos dos insumos (duvido que alguém aceite pagar 500% mais caro do que os preços médios internacionais), sem falar na percepção de risco do setor que tanto encarece o crédito, já que as transações se darão com maior transparência em função da obrigatoriedade dos estrangeiros operarem como estruturas empresariais formais.

Do ponto de vista macroeconômico, haverão benefícios importantes também porque estas operações não demandarão do “crédito oficial”, o qual poderá ser direcionado a quem realmente precisa desse suporte do Governo.

Estão igualmente equivocados os que pensam que haverá prejuízo para os “arrendatários” em função de uma suposta concorrência que elevaria os valores dos aluguéis a níveis incompatíveis. 

Uma empresa não irá pagar mais do que a capacidade econômica do cultivo permite, o que é uma verdadeira afronta à racionalidade mais básica. Acho totalmente improvável que um investidor que busca o retorno obtido na atividade principal se sujeitar a pagar 25 scs/ha de soja ou 35% da produção bruta por um arrendamento, como ocorre no RS, salvo se o objetivo principal for o de LAVAR DINHEIRO.

Por fim, quero deixar-lhes o registro da minha impressão pessoal sobre essa questão toda.

Me parece absolutamente improvável que investidores estrangeiros com o mínimo de racionalidade econômica e visão sobre gerenciamento de riscos queiram se expor a esse CABARÉ que chamamos de País, onde não existe segurança jurídica básica. Há que se dizer que no atual patamar de preços das terras, o horizonte de retorno sobre o investimento (payback) é superior a 50 anos.

Se assim não fosse, o que admito apenas para enriquecer a argumentação, a choradeira tradicional das lideranças do Agro de que o “Custo de Produção é maior do que a Receita” não passaria de estelionato. Ou estou errado? 

Por outro lado, há uma tremenda mobilização patrocinada por determinados segmentos profissionais que enriqueceram muito e continuam se beneficiando grotescamente do excesso de judicialização do setor. Claro está que precisam de uma multidão embrutecida de eternos quebrados para continuarem a prosperar, já que as suas atividades não são verdadeiramente "produtivas", mas sim  uma espécie de parasitismo mal parido que se locupleta no sistema caótico vigente. Na mesma esteira, temos a categoria dos políticos “emprenhadores de orelhas” que se elegem a partir do voto de uma legião cativada por frases socialistas, como “garantia de renda”, “preços mínimos”, etc.

A “soberania" que defendo é o sagrado direito de prosperar e de falir sem a interferência do Estado, sem artificialismos e nem subsídios classistas, com respeito verdadeiro à propriedade e aos princípios universais de moralidade.

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Fonte:
Eduardo Lima Porto

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10 comentários

  • Roque PIEDADE - SP

    Não podemos esquecer da Amazonia.., segundo o que foi aprovado no senado, "investidores estrangeiros" poderão adquirir até 25% da área territorial de um município..., somente o município de Barcelos tem cerca de 122.573 km2, maior que muitos estados do Brasil e muitos países europeus..., se estrangeiros se apossarem de tamanha área podemos dar adeus à enorme riqueza de seu subsolo...., principalmente. Com certeza o interesse internacional não se resume às áreas agricultáveis.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      LAMENTO QUE HAJA BRASILEIROS DEFENDENDO ESSA LEI...

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Sr. Eduardo , não vou nem perder tempo em ler toda sua matéria .

      Mas o pouco que li. Você faz uma pergunta .... O Agricultor será obrigado a vender suas terras ?...

      Mesmo que não seja obrigado , as diversas formas de pressão impostas por grandes grupos levam ao produtor seja de qual tamanho ser ele irá ser obrigado a sair do negócio . Isso é uma das situações .

      Outra situação porque abrirmos mão de nossa soberania em produzir alimentos para o mundo , mesmo que seja barato e sem muita margem ? Essa é nossa vocação por isso devemos sim endurecer a legislação... Exemplo Sr. Eduardo tá sua cara e na minha , estamos vivendo uma Pandemia imposta pela China , e hoje culpam o Bolsonaro porque ele não tem diálogo ou não abre as pernas para a China que é a detentora dos i sumia para a fabricação da vacina . E daí Eduardo se eles não quiserem vender eles não irão vender pois somente eles tem já insumos e pronto . Porque você tem que concordar ou justificar que devemos abrir mão de nossa vocação e conhecimento ?

      Enquanto tivermos um presidente que defende os interesses do Brasil estaremos apoiando o Presidente . Está é uma das únicas coisas que os Vermelhos não venderam. A Globo , Bandeirantes ,Uol , Veja e demais já foram vendidas . Agora se você quiser se vender fique a vontade , vá morar na China .

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  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Pelo visto, esse assunto é semelhante a aprovacao do aborto... nunca passará, apesar que sobre a liberacao do aborto haveria maior possibilidade de aprovacao. Assunto espinhoso, mas deixa muito claro, transparente os interesses pessoais, separando-os dos interesses nacionais. Fica evidente que pessoas que vivem DO AGRO, do mercado financeiro, e bolsa de valores sao favoraveis à venda de terras ao estrangeiro pois existe um oceano de liquidez no mundo, acrescido ainda mais pelos valores estonteantes de ajuda ao enfrentamento do covid 19.

    Porem as pessoas que vivem NO AGRO sao absolutamente contra essa liberacao ao estrangeiro, porque, no fundo, se sentem AMEAÇADOS pelo dinheiro CHINES COMUNISTA..., se ao menos fosse ao contrario nao haveria tanta resistencia. Soma-se a isso o fato de que a grande maioria de produtores são ARRENDATARIOS, e o sentimento de preocupacao nesse caso é evidente.

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  • samuel campos Goncalves Machado - MG

    Mesma coisa você abrir uma empresa aqui no Brasil e querer competir com uma chinesa, você acha que dá conta ?

    Pois então, eles estão com dinheiro sobrando pra pagar 10x mais que o valor de mercado só pra se apropriar das terras. Onde nós brasileiros teremos condições de competir com eles ? Imagina você querendo comprar uma casa de 300 mil reais valor de mercado, vem um chinês e oferece 500 mil. Você teria condições de competir com ele ? Creio que não.

    Então apaga essa matéria sua enquanto há tempo, porque é uma porcaria.

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  • Cesar Sandri Mineiros - GO

    Como que o NA, que se diz do lado do produtor rural brasileiro, permite que um dos seus colunistas, o Sr Eduardo Porto, venha dizer aqui, que o agricultor brasileiro é mais caloteiro que o estrangeiro, e por isso é mais vantagem vender as terras pra eles !! Olha eu acho que cabe até uma ação por danos morais... É um absurdo ! Na minha região eu nunca vi um calote em negócios de terras . Pode ter? Pode , mas daí generalizar? ...

    Mas não é o primeiro absurdo que esse senhor profetiza por aqui . Já vi ele defender o fim do subsídio aos agricultores brasileiros . O mundo todo subsidia seus agricultores, principalmente os EUA, e o sabichao aí , com essa mesma conversinha mole, dizia que era melhor pra nós ficar sem subsídio. CLARO! pra quebramos e depois vir os estrangeiros e nos comprar de graça.

    Eu sei quem é esse Eduardo Porto, é mais um desses pagos pra entregar a soberania nacional...

    Uma decepção maior ainda com esse canal que parece se vendeu também.

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Senhor Cesar Sandri, ... Em primeiro lugar, cabe salientar a quem interessar possa, que não sou funcionário do Notícias Agrícolas, assim como não pago um centavo pelo espaço, que vez ou outra me é concedido, para manifestar assuntos que julgo serem relevantes.

      Todas as opiniões que posto no site Noticias Agrícolas são da minha autoria e integral responsabilidade.

      Em nenhum trecho do artigo fiz as menções que o Senhor indica que teriam sido ditas, como: "que o agricultor brasileiro é mais caloteiro que o estrangeiro, e por isso é mais vantagem vender as terras pra eles!!!".

      Trata-se de uma interpretação absolutamente distorcida da sua parte.

      Mencionei sim que se fosse proprietário de terras iria preferir receber à vista de um estrangeiro e não a prazo de um brasileiro, em função do enorme risco que a legislação oferece na atualidade de que parte do valor não venha a ser pago. Os vários processos de Recuperação Judicial em curso, nos quais constam transações de compra/venda de terras, demonstram claramente essa realidade. Ademais, o fato de preferir fazer uma modalidade de negócio à outro ou com o cliente que for é do meu absoluto arbítrio.

      Defendo sim a extinção absoluta dos subsídios de toda e qualquer natureza para a Agricultura, assim como para a Industria, não só no Brasil, como no resto do Mundo, assim como defendo a liberdade econômica com absoluta transparência.

      Caso queira me processar por ter opinião divergente da sua, conforme mencionou, me cabe apenas lamentar a sua decisão e sugerir-lhe que contrate uma banca de advogados muito competente.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Concordo 100% com Cesar Sandri,---- Como pode o NA permitir que um sujeito que idolatra a CHINA, (so' ver o historico dele) COMUNISTA declarado na faculdade de Porto Alegre, apareça aqui para apoiar a venda da mae (patria)----Ele pode ter milhoes de diplomas de pos doutorado, mas continua idiota como todo e qualquer comunista que nao entende a coisa mais simples:::antes de comer um prato e' preciso enche-lo

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Lembro a todos que na Australia descobriram que a CHINA andou subornando um monte de gente-

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Senhor Carlo Meloni,

      Peço-lhe, encarecidamente, que pare de imediato com as ofensas gratuitas.

      Realmente não lhe peço que tenha qualquer tipo de consideração comigo, mas por respeito a dignidade dos leitores do Noticias Agrícolas que poderão haver concordado ou não com a opinião postada.

      O NA oportuniza um espaço valioso para a difusão de idéias e análises técnicas sobre diferentes temas que envolvem o Agro. Obviamente que tudo o que é exposto está sujeito a duras críticas e até discordâncias frontais, isso faz parte.

      Entretanto, é importante que tais manifestações se apresentem de forma respeitosa e que através do canal possam surgir fundamentos contrários mais sólidos que permitam uma evolução do entendimento geral.

      Independente de ter ficado muito incomodado com as agressões descabidas, não levarei adiante a controvérsia no nível pessoal e lhe desejo um Feliz 2021.

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  • Gabriel Camilo São Miguel do Araguaia

    Eu poderia falar muitas palavras bonitas aqui para "encher linguiça" mas vou direto ao ponto. Aprovar um projeto desse, em tempos de dólar a mais de R$ 5,00, é uma verdadeira queima de estoque no Brasil. Quantos brasileiros terão poder de competir com estrangeiros? Além do mais, em tempos de uma crescente dependência do consumidor chinês, é possível entender a quem interessa esse projeto... se querem se aprofundar mais no assunto leiam sobre os investimentos chineses na África e o novo colonialismo alimentar presente principalmente naquele continente.

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    • Adilson Canto Curitiba

      Brazil for sale 99% off

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  • Flaviano Amorelli Pereira Tres Coracoes - MG

    Estaremos doando as terras pro estrangeiros... 1 alqueires = 20 mil dólares .

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  • carlo meloni sao paulo - SP

    EDUARDO LIMA PORTO, o senhor e' de uma infantilidade abissal... O senhor nao tem conhecimento do exterior ---No mercado comum europeu muitas firmas faliram por causa de caloteiros que compravam mercadoria e nao pagavam e a justiça entre naçoes nao funciona--- Lhe digo isso de catedra porque um amigo meu de infancia passou por isso----Esse negocio que a galinha do vizinho e' sempre melhor e' so' para trouxa--- Muito me aborrece o seu espirito de vendilhao--- BRASILEIRO TEM QUE MANDAR NA CASA DELE E PONTO FINAL... o resto e' so' besteira

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Senhor Carlo Meloni, me parece que o sr. poderia nos oferecer a sua acurada visão de mundo através de um artigo estruturado, como o que tratei de fazer... Conheço profissionalmente 62 países, falo fluentemente 3 idiomas além do português, trabalhei em 5 países e prestei serviços de consultoria para uma meia dúzia de multinacionais... O sr. aponta que não tenho "experiência no exterior" e menciona deter uma suposta "cátedra" a partir da experiência isolada de um amigo e não sua.... Experiência é algo que pertence fundamentalmente ao indivíduo, principalmente a que gera a condição catedrática sobre determinado assunto...

      Não tenho espírito "vendilhão", muito pelo contrário. Se o sr. revisar atentamente o que escrevi, se tiver capacidade de interpretar um texto em português e extrair o significado do que foi abordado, verificará que sugeri a colocação de uma série de limitações ao investimento estrangeiro, mais especificamente o chinês, na medida em que os grandes movimentos de capital desse País são promovidos por Estatais ou por Fundos de Investimento que possuem participação do Governo... A intenção justamente é evitar o risco para a segurança nacional... No mais, entendo que o setor agropecuário poderá se beneficiar muito com a vinda de investidores e empresas agrícolas de outros países, além de aumentar significativamente o fluxo de capitais a custos melhores do que os que temos no Brasil, sem comprometer o fluxo de caixa já deteriorado das finanças públicas. Não sou XENÓFOBO e prefiro ter estrangeiros que realmente contribuam para a melhoria do País do que conterrâneos parasitas que vivem clamando pela ajuda do Estado Brasileiro...

      Sou brasileiro nato, da linhagem bugre que no RS também se chama de "pêlo duro". No transcurso da minha descendência houve a cruza com italianos e espanhóis... Meus antepassados lutaram na Guerra dos Farrapos, justamente contra o roubo promovido pelo Império Português e pelos sucessivos achaques europeus... Fizemos a Guerra e não fugimos dela...

      Então, se tiver alguma versão alternativa sobre o assunto, lhe sugiro que extravase o seu aborrecimento da mesma forma que fiz, pois é justamente o domínio da "Vanguarda do Atraso" que me aborrece tanto por aqui e que veio a me motivar num sábado escrever o que o foi postado.

      Ficarei muito feliz se o sr. conseguir demonstrar um melhor caminho para o Brasil e principalmente para o setor. Poderei inclusive mudar o meu entendimento... Porém, não será através de menções desrespeitosas dirigidas a quem o sr. não conhece que conseguirá fazer valer a sua opinião.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Uma pessoa como o senhor que nao enxerga que todas as montadoras de carros sao estrangeiras e que apesar do custo brasilero do carro, nao exportam nada para seus paises---So remetem lucros sugando o pais--Todas as empresas de telecomunicaçoes sao estrangeiras assim como as distribuidoras de energia---O lucro remetido para fora do pais e' enorme---O senhor pode ter escolaridade e experiencia que bem achar MAS NAO TEM O CARATER DE BRASILIDADE,, PARA MIM O SENHOR E" UMA VERGONHA

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      Sr. Eduardo...A Revolução Farroupilha (ou Guerra dos farrapos, como preferir), deu-se entre 1.835 e 1.845, ou seja, quando não existia qualquer "Império Português" por estas plagas. Na verdade foi uma "revolução" conduzida por grandes proprietários de terras e jamais contou com a adesão da maioria do povo gaúcho, especialmente os cidadãos urbanos. A classe média urbana gaúcha lutou, sempre, a favor do Império contra os pretensos "revoltosos" e é certo que os antepassados da imensa maioria dos gaúchos lutaram contra a dita revolução. Os Farrapos perderam a guerra. O Imperador concordou com um tratado de paz que fingia que havia um empate e os gaúchos comemoram como se todos tivessem lutado ao lado da revolução e fossem vitoriosos.

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      ...coisas da vida. Com certeza é mais romântico estar ao lado de uma revolução do que ao lado do Império Brasileiro. Mas é, sem dúvida, uma inverdade histórica.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. GERALDO, só (complementando): Giuseppe Garibaldi foi um general, guerrilheiro, condotiero e patriota italiano. Teve uma participação ativa na guerra dos farrapos. Ele chegou ao Brasil fugindo de uma condenação de morte pela corte de Genova.

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      Verdade Paulo. Quando invade Santa Catarina, no período da terrível Batalha Naval de Laguna, vem a conhecer sua 1ª esposa Ana Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi.

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  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Quem tem maior interesse em bloquear a venda de terras para estrangeiros seriam os grandes produtores brasileiros?! As terras ficariam mais caras para adquiri-las? Só estou perguntando?

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    • EDMILSON BERGHAHN CAMPO NOVO DO PARECIS - MT

      Ótima pergunta. Acho que é isto mesmo... Aumentaria a concorrência com os grandes latifundiários brasileiros. Mas para quem está muito preocupado, é só não vender e deixar valorizar que tb é bom para levantar crédito.

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  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Só temos pontos positivos a contribuir na nossa sociedade quando vendermos terras para estrangeiros... Isso é fato. Austrália passou pelo mesmo questionamento, e os fazendeiros só viram benefícios. Não tem lógica não abrir mercado de terras para estrangeiros. Só traz investimentos em pessoas e equipamentos dentro do País. O mundo é assim hoje, e será mais ao passar dos anos...

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      O que falta é mais patriotismo, temos muitas áreas para explorar no Brasil e não precisamos de estrangeiros.. é tá dificil ... imagine com o poder aquisitivo deles ... só virão os mais poderosos e vão concentrar nas áreas melhores na mão deles... será que nao ta na hora de abrir programas de incentivo com acompanhamento do governo federal e fazer do nosso povo os mais produtores e coma situação financeira .... Brasil para os brasileiros... sem mais.

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    • Aloísio Brito Unaí - MG

      Deixem então os grandes investidores mundiais fazerem da África um forte continente agrícola..., nos próximos anos com muita tecnologia e empregando milhares de pessoas que possuem mais necessidades do que os trabalhadores brasileiros.... Vender terras para estrangeiros não significa terem grãos para eles de graça. Eles terão margem como empresa. Não podem transferir grãos para seus próprios países. As pessoas confundem muito essa questão. Mas façamos o que a maioria deseja. Assim vamos continuando como um dos países mais pobres do BRICS, e como um dos Países de menor índice de desenvolvimento humano do planeta. Somos todos responsáveis pelo que somos hoje e pelos bandidos tradicionais que nos governavam, e muitos continuam governando, como o grupo que fechou com apoio ao candidato de Rodrigo Maia... Somos o que somos não é atoa. Sem mais.

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  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Com tanta coisa a ser tratada pra ontem, discutir o sexo dos anjos/venda de terras a estrangeiros???, está muito longe de ser pauta urgente, temos centenas de outras prioridades, novas reservas para Indios, seguranca juridica, seguro de verdade, etc, etc. Esse assunto foi colocado pelo rodrigo maia, desafeto do governo, para tentar dividir o setor..., o presidente JB irá vetar, caso seja aprovado e nao haverá quorum para derrubar, ponto final.

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    • Leandro da Motta lameira Sorriso - MT

      Antes de pensar em vendas para estrangeiros, deveríamos repensar as recuperações judiciais, assim os produtores deixariam de ser chamados de caloteiros, como neste post, e várias outras questões a serem enfrentadas, antes deste tema!

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    • Elvio Zanini Sinop - MT

      No Nosso Brasil, O que deve ser feito é RECUPERAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS e de pastagens super degradadas, e dos solos abandonados, Falta Correção, com Fosfatagem (Fosfatos de Rocha) como foi O FOSFATO DE ARAXA, do qual Nos Éramos Representantes,, aqui em Sinop-MT, tenho nota fiscal após a Conversão do REAL,, da Emprêsa TRANSCOL, de Minas Gerais o Valor da Tonelada foi de RS 27,30 , quem duvida envio a nota fiscal, Após as mudanças de Govêrnos houve uma ALIENAÇâO DAS

      JAZIDAS DE FOSFATO , E NÓS AGRICULTORES " F I C A M O S A VER N A V I O S, ou no Mato Sem Cachorros , pergunto : como Se Recupera um solo como no Norte de Mato Grosso , agricultável boa topografia, sem correção profunda de FOSFATO, o qual obtem Micronutrientes, Experiência própria , iniciamos o uso do fosfato em Sinop -MT, desde o ano de 1984. Hoje o fosfato o prêço foi nas Nuvens, sòente existem fosfatos com ,baixo teor de fósforo , os quais não merecem ser aplicados , devido o custo de transporte.

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    • Aloísio Brito Unaí - MG

      Sr Elton, então aí bagunçou tudo. Vamos cuidar de tantas prioridades então... educação, saneamento, regras e leis rígidas para habitações... vixe... é trem demais então.

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    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      Sr Aloisio, o que os politicos fizeram ate agora chama-se lobi, alguem esta pagando, e nao fomos nós, e dessa forma fica tudo explicado, quanto as demandas pendentes dos brasileiros

      Ninguem vota ou aprova, voce concorda com isso?

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    • Matteus Sanches Santa Cruz do Rio Pardo - SP

      Sr Eduardo Porto Lima, parabenizo você pela coragem de enfrentar o tema como fez e digo que concordo com o artigo. Somente a livre concorrência e o livre mercado podem trazer prosperidade e riqueza às pessoas, e isso inclui o Agro. Não podemos defender "liberalismo para eles e protecionismo para nós". Avante pauta liberal! Vamos desenvolver esse País!

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    • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

      Essa questão da venda de terras para estrangeiros pra mim não faz nenhum sentido hoje em dia. No passado, quando muitos de nossos ancestrais vieram para esse país à procura de uma vida melhor e de terras para trabalhar, era necessária a ocupação das terras. Eram imensas áreas vazias que precisavam ser ocupadas e não havia gente nem conhecimento pra isso. Nesse sentido, devemos ser gratos a esse país que recebeu os nossos antepassados de braços abertos e permitiu que eles, naturalizados ou não, fossem proprietários de terras. Mas foram outros tempos... Hoje, temos profissionais no agro (produtores, técnicos agrícolas, agrônomos, engenheiros agrícolas, veterinários, zootecnistas, etc...) que estão entre os melhores do mundo. Temos um mercado em crescimento para as commodities agrícolas. Temos uma cadeia produtiva bem organizada tanto a jusante quanto a montante da produção agropecuária e finalmente estamos vislumbrando avanços na infra estrutura e na segurança jurídica ao mesmo tempo em que batemos recordes de produção e de produtividade safra após safra. Qual o sentido então, a essas alturas do campeonato em que conquistamos tudo isso, entregar para os outros? A quem interessa? Pra nós é que não é.

      Com ou sem pauta liberal, simplesmente não faz sentido. Que tragam parceiros que invistam em nossa infra estrutura e nos forneçam crédito, insumos e equipamentos a preços mais acessíveis. Das nossas terras, cuidamos nós.

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